quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Estudo: adaptação gradual ao VFF melhora a economia da corrida

Foi divulgado no site Runblogger, de Peter Larson, um novo estudo comparando o uso de tênis convencionais e os Vibram Five Fingers – chamados pelos pesquisadores como “simuladores de corrida descalça” (clique aqui). O resultado? Correr de VFF é 7% mais eficiente do que correr com tênis convencionais contanto que se faça uma transição gradual.

O trabalho entitulado “Four week habituation to simulated barefoot running improves running economy when compared with shod running” (ou “Quatro semanas de condicionamento à corrida descalça simulada melhora a economia da corrida quando comparada com os tênis tradicionais”, em tradução livre) e publicado no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports  (ou “Jornal Escandivano de Medicina e Ciência do Esporte”), foi desenvovido por J.P. Warne e G.D. Warrington, pesquisadores da Universidade de Cidade de Dublin, Irlanda.

COMO FOI FEITO O ESTUDO. A intenção, como  o próprio título diz era investigar se quatro semanas de um trabalho de adaptação à corrida com os VFF afetariam a economia de corrida dos atletas. Para tanto, os pesquisadores selecionaram 15 corredores da própria universidade. Todos corriam de 6 a 7 vezes por semana e percorriam pelo menos 50 km semanalmente.

Cada um deles recebeu um VFF (não há menção ao modelo) e um tênis tradicional para pisada neutra (como não li o estudo, há informações conflitantes no post de Larson, que teve acesso ao paper completo. Há momentos em que ele cita que o tênis pesava 450 gramas, em outro momento 350 g e depois 400 g. Acho difícil achar um tênis que pese 450 g hoje em dia. É muito mais verossímil, um de 350 g – que é aproximadamente o peso do Nimbus da Asics, por exemplo - mas só com o estudo completo em mãos para saber o real peso do tênis).

Antes do estudo foi feito um pré-teste, em que os atletas correram em duas velocidades diferentes na esteira – 11 km/h (5:27 min/km) e 13 km/h (4:36 min/km). Nesse pré-teste foram medidos o consumo de oxigênio, batimentos cardíacos, sensação nominal de esforço, cadência e padrão de pisada para cada calçado – o de corrida descalça simulada e o tênis tradicional.

Depois desse teste, os corredores receberam um programa de adaptação ao uso do VFF de quatro semanas. Nesse programa, o treino com VFF era adicionado à rotina dos atletas de forma gradual, começando com dois treinos de 15 minutos na primeira semana até chegar em 3/4 treinos de 30 minutos na última. Ao final das quatro semanas, o mesmo teste realizado previamente ao estudo foi repetido.

RESULTADO. No pré-teste não houve diferença significativa de economia de corrida entre os dois calçados. A única coisa a ser notada é que a cadência usando o VFF era maior do que quando se usava o tênis tradicional.

Já no pós-teste, a coisa ficou mais legal. A economia de corrida com o VFF aumentou 8% (!), a sensação nominal de esforço diminuiu 9,45% (!) e o padrão de pisada ficou mais direcionado ao ante-pé. Mas o que saltou ao olhos dos pesquisadores foi que a economia de corrida comparando o VFF com os tênis tradicionais ficou em 7% (!). A melhora de economia usando tênis convencional ficou em 2%, quase irrelevante e prevista, já que houve é relacionada à adaptação pela adição de volume de treino nas quatro semanas.

Os pesquisadores levantam a hipótese de que a combinação do aumento da cadência somado ao padrão de pisada com o ante-pé pode ter resultado em uma recuperação mais efetiva da energia elástica dos músculos e tendões das pernas e dos pés. Eles também sugerem que o aumento da sensibilidade em relação ao chão (feedback) quando se está usando um calçado de corrida descalça simulada, através de um período de aprendizado motor, pode levar a um “aumento da coordenação e pré-ativação dos músculos dominantes na antecipação do contato com o chão” e o resultado da mudança da técnica poderia explicar os benefícios da economia de corrida nos tênis verdadeiramente minimalistas.

O QUE EU PENSO SOBRE O ESTUDO. Achei um resultado muito interessante e que deve ser levado realmente em consideração até por ter feito algo que ainda não tinha sido feito antes (e se foi feito, não foi ainda publicado) – corredores sem experiência com o descalço ou minimalista e um período de adaptação. O próprio Larson faz referência a outros estudos que compararam o descalço (ou simulado) com os tênis tradicionais (clique aqui), e eu também citaria o estudo feito por Lieberman (clique aqui). Esses trabalhos tomaram como partida corredores habitualmente descalços ou já adaptados aos minimalistas. Outros que nem levei em consideração faziam estudos similares ao pré-teste desse estudo, com resultados similares.

O que precisávamos mesmo era um comparativo levando em consideração um período de adaptação ao tênis minimalista e ver o resultado, que nesse caso foi muito positivo. Sinto que esse é mais um dos muitos estudos que estão sendo desenvolvidos mundo à fora e que cada vez mais as evidências ficam do "nosso lado".

A conclusão que chego é a mais evidente possível – a corrida natural é melhor, mas para se beneficiar é necessário se adaptar de forma gradual. Mas como foi visto, não é algo tão dramático como alguns pregam. Ou seja, basta ter cautela para ser bem sucedido.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Vídeo da Clínica de São Paulo

[caption id="attachment_2592" align="alignleft" width="240"]Antes de voltarem para a esteira, uma pequena demostração da técnica. Foto: Fernanda Paradizo Antes de voltarem para a esteira, uma pequena demostração da técnica. Foto: Fernanda Paradizo[/caption]

Fiz uma seleção dos clipes daqueles que participaram da Clínica Corrida Natural em São Paulo. As filmagens foram feitas antes da Clínica começar para captar a maneira com a qual a pessoa está acostumada a correr. Depois da palestra e alguns educativos, todos voltaram para a esteira e são novamente filmados. A qualidade da filmagem não é lá grande coisa, pois usei um iPad com a intenção de voltar ao datashow para mostrar e analisar cada um dos participantes. Todos que participaram receberam o seu clipe antes e depois por e-mail.

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Abaixo uma breve análise de cada corredor(a) que está no vídeo.

1) Carlos Dias: quando calçado usa o calcanhar para iniciar a pisada, apesar de achar que usava o antepé. Depois, já descalço, a cadência está melhor e há menos oscilação vertical.

2) Patricia Julianelli: Faz muito esforço para correr com o calçado e tem o gesto esportivo um pouco exagerado, fazendo com que salte demais quando corre o que gera um impacto muito grande. Depois da Clínica e dos educativos melhorou muito. Ainda precisa trabalhar os educativos, principalmente para deixar o calcanhar encostar no chão quando descalça.

3) Ricardo Ramos: Era o corredor menos experiente do pessoal e o que melhor assimilou os educativos. Ricardo dizia que sempre que tentava correr seus joelhos inchavam no dia seguinte. Depois da Clínica não teve mais esse problema. Ponto!

4) Max Cordero: Melhorou a postura e sua corrida ficou mais eficiente. Max tinha dores no calcanhar, que começaram a sumir.

5) Cristine Tellier: já corre com minimalistas e tem boa técnica. Depois da palestra, ficou bem mais relaxada e sua corrida ficou muito mais fluída.

Esse é um primeiro passo para todos que estiveram por lá e o tempo vai fazer com que a técnica de cada um se aperfeiçoe cada vez mais. Na própria palestra deixei claro que eu sinto o tempo todo que posso melhorar e me corrijo sempre que percebo que estou fazendo algo errado. O importante é sempre estar atento e prestar atenção para correr sem esforço.

PROXIMA CLÍNICA:

A próxima Clínica de Corrida Natural será realizada no dia 5 de janeiro, em Jaboatão dos Guararapes, PE, na Academia Benefit.

End.: Rua Ayrton Senna da Silva, 3862, das 09h00 às 10h30. Tel:  (81) 3361 3333

Academia Benefit

Faça sua inscrição pelo link abaixo:



Feliz Natal e ótimo 2013 para todos!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Análise de padrão de pisada: Haile Gebrselassie

[caption id="attachment_2847" align="alignleft" width="149"] Haile na maratona de Dubai em 2008: mais um exemplo do padrão de pisada executado pelo etíope.[/caption]

Em um fórum de discussão sobre corrida descalça e tênis minimalista (este aqui) foi divulgado um vídeo com uma análise da técnica de corrida executada pelo etíope Haile Gebrselassie, que dispensa apresentações (se você não sabe que é esse cara, clique aqui).

É possível ver o padrão de pisada em dois momentos distintos - durante a rodagem e em competição. No caso da última, foi quando ele novamente quebrou o recorde mundial da maratona e se tornou o primeiro atleta a fazer os 42.195 m abaixo de 2h04.

Haile corria para a escola todos os dias - senão me engano eram 10 km para ir e mais 10 km para voltar. Vejam que o tênis que ele calça, mesmo tendo drop e com relativo amortecimento, não influe de forma negativa no seu padrão de pisada. É possível ver como em nenhum momento ele usa o calcanhar para para iniciar o contato com o chão. O pé vem de fora para dentro pela lateral, começando com o antepé - um movimento de rolagem, semelhante ao executado quando corremos descalços.  Mais um ponto para a Corrida Natural.

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Corrida Natural no programa Gazeta Esportiva, da TV Gazeta de São Paulo

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Na terça-feira, dia 18,  foi ao ar o quadro do programa Gazeta Esportiva da TV Gazeta de São Paulo em que apareço falando do meu histórico com a Corrida Natural. O repórter, Luiz Henrique Gurian, foi bem atento a conversa e a edição foi interessante. O divertido mesmo ficou por do nome dos calçados: "Squeshers", "Seiconi", "Fiver Finger", mas o que eu achava que daria problema saiu direitinho, a huarache.

No finalzinho, um dos apresentadores do programa, Celso Cardoso, soltou algo comum para quem nunca experimentou ou pesquisou a fundo a corrida descalça, algo como "Eu tenho a impressão que o risco de lesão é um pouco maior". É só impressão mesmo, pois estou desde 2009 sem me lesionar, Celsão. :) No entanto, julgo que a reportagem foi bem positiva e ajudará na divulgação da técnica e de que ela pode ajudar a evitar lesões.

Obs: como é interessante a gente se ver correndo. A impressão quando estava alí na grama é que estava me esforçando, afinal de contas, era um tiro de 800 m e fiz 1:22 na passagem dos 400 m. Visuamente eu nem aparento estar fazendo força! Tenho muito o que melhorar, meu amigo!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Como deixar o seu Nike Free 3.0 mais minimalista

Assim que recebi um Nike Free 3.0 v4  percebi que ele ficava um pouco apertado no pé, apesar de estar usando o tamanho correto - no meu caso, uso 42 (US 10). Foi então que lembrei de um conselho do Philip Maffetone (desse livro aqui). Ele recomenda o uso de tênis o mais "baixos"  possíveis e que a primeira coisa que se deve fazer é retirar a palmilha deles.

Mas por que? Porque a palmilha "adiciona" acolchoamento aos pés. Tem muitas por aí que tem quase 10 mm de espessura (!). Nossos pés sempre procuram por estabilidade e retirando a palmilha, eles estarão também se livrando dos contornos dela, que em geral, têm uma forma ergonônica, mas é óbvio que ninguém tem o pé igual ao de ninguém.

Retirei a palmilha e o tênis ficou bem melhor no pé. Até o cabedal que estava meio apertado se ajustou. O único porém é que a maioria dos tênis convencionais não tem previsão de uso sem palmilhas e há uma séries de costuras por ali (que servem para fixar o cabedal no solado). Portanto, não é boa ideia correr sem palmilhas e sem meias para não gerar nenhuma fricção na pele dos seus pés.

Um amigo que comprou recentemente o Free 3.0 me pediu uma opinão sobre o modelo e comentei a respeito da palmilha. Resposta dele alguns dias depois: "Muito bom. Virou o tênis predileto! A palmilha? Joguei fora depois da nossa conversa..."

Ah! Só para não esquecer: o Nike Free 3.0 tem 4 mm de drop (diferença de altura entre a parte de trás onde fica o calcanhar e o restante do tênis)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Flexione os joelhos e relaxe

(ou acertando a técnica de corrida natural com apenas duas lições)


Nota do Editor: esta é a primeira colaboração que  o mineiro Leonardo Liporati faz ao Corrida Natural. Léo corre descalço desde 2005 e já completou cinco maratonas sem nada nos pés.

O ser humano não é um animal aquático. Para nós a água, como habitat, não é natural. Quem nunca aprendeu a nadar, se cair numa piscina funda irá se debater em desespero. Nadar exige o aprendizado de uma técnica própria. Por outro lado, a terra é nosso habitat. Correr é uma atividade básica, que era fundamental para a sobrevivência de nossos antepassados antes da invenção da agricultura. Então, correr com boa técnica deve estar gravado em nosso DNA. Entretanto, quando um iniciante começa a pesquisar sobre corrida descalça (ou natural), é comum encontrar sites e materiais no exterior que focam excessivamente nos detalhes da técnica de corrida: como o pé deve tocar no solo; como os dedos devem estar posicionadas; qual a inclinação do quadril, do tronco, da cabeça; qual o tamanho do passo; qual a cadência e etc. Não que isto não seja importante, mas eu sempre achei que sendo uma “técnica” natural, ela iria surgir naturalmente. O principal argumento contra o aparecimento espontâneo da corrida natural é o fato de usarmos calçados, a maioria de calcanhar elevado, desde a infância. Ao usar tênis com calcanhar elevado, nosso cérebro teve que desenvolver outra forma de correr, que chamarei de "mata-borrão". Nossos neurônios gravaram esta forma e irá levar um tempo para eles desaprenderem e readquirirem a forma natural. Lembrando e parafraseando o guru Ken Bob Saxton, se correr em asfalto e concreto não é natural, então correr nestes pisos usando tênis de borracha é menos natural ainda! Assim, o reaprendizado da forma natural é mais eficaz se você permitir que os elementos sensoriais do seu corpo, que estão obstruídos pelos calçados, sejam usados. Sendo assim, tire os calçados e deixei que os dois treinadores, que você tem na parte inferior do seu corpo, voltem a fornecer o feedback sensitivo ao seu sistema nervoso!

Infelizmente nem todos estão dispostos a tirar seus calçados, principalmente por questões sociais, e não terão o benefício destes sensores. Para estes considero muito importantes as duas lições que propus no título. Para os que se aventurarem totalmente descalços, elas não são menos importantes. O argumento da forma mata-borrão ter sido gravada em nossos neurônios é muito forte. Além disto, eu sempre achei que correr mentalizando os detalhes da forma, tais como contar passos ou ver como o pé toca no chão, pesam contra a naturalidade e o relaxamento. Para mim, a função do cérebro é escolher o caminho e a estratégia. A função dos pés, pernas, enfim, do restante do corpo envolvido na corrida é executar o movimento “ouvindo” os sensores. Assim, o cérebro decide quando aumentar ou diminuir a velocidade mas quem decide a forma de correr nesta nova velocidade é o restante do corpo.

A primeira, e talvez a mais importante lição, é flexionar os joelhos. No momento do contato do pé com o solo o joelho deve estar flexionado. Ao flexionar os joelhos você transforma seu membro inferior numa mola ou amortecedor ao invés de uma barra rígida. O joelho flexionado muda tudo. Vários detalhes da técnica surgem por si só. É impossível aterrissar com o calcanhar! É impossível correr com o tronco inclinado acentuadamente! É muito difícil correr com baixa cadência! Se você ainda está conseguindo fazer alguma destas coisas é porque você não flexionou os joelhos suficientemente (ou não está correndo). Na dúvida flexione mais os joelhos. Flexionar (mais) os joelhos é tão importante que, além de ser útil para amortecer o impacto em qualquer situação, é útil para aumentar a segurança nas descidas íngremes, em terrenos escorregadios e para aumentar o conforto em pisos difíceis tais como as ruas de paralelepípedos. Veja os vídeos abaixo, do Ken Bob na esteira, para entender o que significa flexionar os joelhos. Sempre que eu começo a sentir o impacto, eu lembro do mantra: "flexione mais os joelhos". Em situações extremas você deveria sentir como se estivesse correndo agachado (ou sentado). Não se esqueça deste mantra, ele faz milagres mas pode não ser o suficiente. Aí vem a segunda lição: o relaxamento.

É comum o relato de corredores que dizem ter feito a melhor prova da vida quando correram relaxados. Relaxe. Começe relaxando a panturrilha. Abaixo dos joelhos flexionados, o contato inicial do pé com o solo é usualmente na almofada, a panturrilha trabalha como amortecedor e depois deve relaxar pois toda a sola do pé deve tocar o chão distribuindo o peso corporal por uma área maior. Relaxe também os pés. O principal motivo para mantê-los tensos é a antecipação de dor. Não mentalize que o próximo passo será dolorido, mesmo que o piso seja áspero ou rugoso. Mas o relaxamento não se restringe somente as pernas e pés. Relaxe as mãos. Parece que temos uma herança dos antepassados quadrúpedes, relaxando as mãos é mais fácil relaxar os pés. Relaxe também ombros, braços, o quadril, enfim relaxe também a mente. Na minha opinião, a maioria das tensões são causadas pela antecipação infundada de problemas pelo cérebro. É por isto que não gosto de ficar mentalizando detalhes da técnica enquanto corro. A mente pode até dar uma ordem pontual para corrigir um detalhe mas logo deve desligar e deixar os sensores e a natureza trabalharem. Se estiver em dificuldade depois de flexionar mais os joelhos, lembre-se deste segundo mantra: "relaxe, relaxe e relaxe ainda mais".

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Próxima Clínica de Corrida Natural será em Recife/Jaboatão dos Guararapes (PE)


Vou aproveitar que estarei em Recife na passagem de ano para realizar uma Clínica no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, PE. Jaboatão, para quem não sabe, é cidade vizinha de Recife, logo quando termina a Praia de Boa Viagem.

A Clínica será ministrada no dia 5 de janeiro, das 09 às 10:30 na Academia Benefit, de propriedade de Renato Maranhão, ouvinte do podcast Contra-Relógio no Ar (em período sabático) e assinante da Contra-Relógio.

Segundo Renato, a academia tem uma sala de 100 m2, que comporta facilmente a Clínica. Portanto, se você mora nas redondezas e não for viajar, aproveite essa oportunidade!

Clique aqui para ver como foi a Clínica realizada em São Paulo, no início de dezembro.

Serviço:

Dia 5 de janeiro, das 09h00 às 10h30

Academia Benefit

End.: Rua Ayrton Senna da Silva, 3862,  Jaboatão dos Guararapes (PE)

Tel:  (81) 3361 3333

Academia Benefit

Faça sua inscrição pelo link abaixo:

domingo, 16 de dezembro de 2012

Novas seções no site - Repercurssão e Depoimentos

Na aba "Clínica" criei duas novas seções:  "Repercurssão"  e "Depoimentos".

Acho que o nome resume tudo. A primeira reúne o que saiu na imprensa sobre a realização das Clínicas, enquanto a segunda foram registrados os depoimentos enviados ao site ou comentários de  pessoas que participaram e deram suas opiniões.

Clique aqui para ir para Repercurssão e aqui para ler os Depoimentos.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Minimalistas no Brasil: qual você tem?

Temos poucas opções de tênis verdadeiramente minimalistas aqui no Brasil. Opções reduzidas não faltam, Nike Free, Kivara da Saucony e GoRun da Skechers, por exemplo.

Queria saber, dos que são vendidos no Brasil, qual teve maior aceitação entre vocês. Vote!

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Empresário responsável pela popularização do Vibram Five Fingers nos EUA lança nova marca de tênis minimalistas

[caption id="attachment_2668" align="alignnone" width="540"]O modelo será revelado apenas em janeiro, mas pela foto divulgada no site é possível perceber que ele lembra um pouco o Merrell Road Glove. O modelo será revelado apenas em janeiro, mas pela foto divulgada no site é possível perceber que ele lembra um pouco o Merrell Road Glove. O solado inclusive parece ser fornecido pela própria Vibram.[/caption]

Tony Post foi o responsável pela entrada dos Vibram Five Fingers nos EUA, e consequentemente, pelo crescimento do mercado minimalista ocorrido com a popularização do modelo causado pelo livro "Nascidos para Correr", do jornalista norte-americano Christopher McDougall. Tony agora aposta em uma nova empresa, a Topo Athletic, em que procura dar continuidade à inovação no mercado de calçados de corrida, mas mantendo o foco em modelos que respeitam a mecânica natural do corpo

Há rumores (leia aquiaqui e aqui) que dão conta de que Tony teria pulado fora da Vibram porque a demanda pelos "tênis de dedinhos" têm caído e também porque marca teme entrar no mercado dos tênis comuns e virar concorrente seus principais compradores - a própria indústria de calçados esportivos. Para quem não sabe, a Vibram é uma empresa especializada em solados e fornece soluções para a New Balance, Merrell e dezenas de outras marcas.

Portanto, com a Topo, ele poderia entrar no mercado que mais cresce em número de modelos nos EUA, os minimalistas e reduzidos. Gostei de ler a seguinte declaraçãode Tony: "Não somos arrogantes a ponto de achar que nossos produtos irão alterar a performance dos atletas. Apenas a vontade dele ou dela é que pode fazer isso. Nosso papel é ajudá-los a chegar lá.” Isso vai de encontro ao que eu penso dos calçados esportivos. Eles são apenas ferramentas e atores coadjuvantes da performance dos atletas. Nós, os atletas, é que somos os atores principais.

Segue abaixo, em tradução livre, o comunicado oficial da criação da marca.

Ex-CEO da Vibram americana lança nova empresa: Topo Athletic


Ícone da indústria e pioneiro do movimento minimalista, Tony Post levantou U$ 5 milhões de investimento da Norwest Venture Partners para lançar uma linha de equipamentos esportivos


DivulgaçãoBoston – 12/12/20012 – Tony Post, ex-presidente e CEO da Vibram EUA, anunciou hoje (ontem, 12/12) a fundação da Topo Athletic, uma marca baseada na convicção de que os produtos devem ter a capacidade inata de amplificar, e não modificar a biomecânica natural do corpo. A empresa é lançada com um aporte de U$ 5 milhões vindos da Norwest Venture Partners (NVP), firma de investimentos múltiplos, sediada no Vale do Silício.

A empresa de Post, marca um novo capítulo em sua busca de desenvolver produtos inovadores para ajudar atletas a se tornarem melhores, mais rápidos e mais fortes. Em 2006, Post lançou o Vibram Five Fingers nos Estados Unidos, fato que catapultou a Vibram americana e os calçados minimalistas às luzes da ribalta – mudando para sempre a maneira como os consumidores pensavam a respeito da sinergia entre o calçado, o pé e o movimento. Como resultado, os calçados mais leves são os maiores responsáveis pelo crescimento do mercado de calçados esportivos, faturando US$ 1,5 bilhão este ano e com expectativa de 50% de crescimento em 2013, de acordo com o SportsOneSource..

“A Topo Athletic visa uma oportunidade chave na indústria de equipamentos esportivos e é destinada ao sucesso com Tony Post no comando do navio”, disse Jon Kossow, sócio da NVP. “Tem sido impressionante observar a chama acesa por Tony em cada marca por onde ele passou, da Rockport à Vibram; então quando ele veio à nós com o seu conceito, toda a nossa empresa aceitou a chance de apoiar a Topo Athletic.”

O novo conceito de Post está fixado no epicentro da tecnologia performance de ponta que ajuda os atletas a otimizar seu treinamento e conseguir atingir metas mais agressivas.

“Nossa visão está se tornando uma realidade por causa da Norwest Venture Partners”, afirmou Tony Post, CEO e fundador da Topo Athletic. “Nós optamos por uma parceria com a NVP por causa das pessoas – eles fizeram as perguntas certas, premiaram nossa missão e forneceram importante apoio de negócios ao mesmo que  permitiram manter nossa independência. No final das contas, escolhemos uns aos outros”.

O público alvo da Topo são atletas que valorizam a simplicidade, o design funcional e a tecnologia onde faz diferença. “Nossa abordagem com o design de produto é de fazer inovações modestas – não somos arrogantes a ponto de achar que nossos produtos irão alterar a performance dos atletas”, afirma Post. “Apenas a vontade dele ou dela é que pode fazer isso. Nosso papel é ajudá-los a chegar lá.”

A companhia irá estrear sua linha de produtos em janeiro, no Outdoor Retailer Winter Market Tradeshow, em Salt Lake City [N.E.: uma espécie de Couro Moda, em que os fabricantes fazem a pré-venda de seus produtos para os lojistas]

Sobre a Topo Athletic

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Topo Athletic é uma companhia de produtos esportivos feitos por atletas e para atletas. Os produtos da Topo são feitos com inovações simples, um reconhecimento de que as coisas mais impressionantes que irão fazer parte de nossos produtos é o atleta. Estamos comprometidos com os estudos em andamento sobre fisiologia, meio-ambiente e as tecnologias que estão surgindo que permitem que os atletas melhorem sua performances constantemente, amplificando o magnífico desing do corpo humano. A Topo Athletic foi fundada em 2012 e está estabelecida em Newton, Massachussets. Para mais informações, por favor, acesse www.topoathletic.com

Sobre a Norwest Venture Partner

Norwest Venture Partners (NVP) é uma firma de multi-investimentos que faz parcerias com empresários para criar negócios bem sucedidos por mais de 50 anos. A firma gerencia mais de US$ 3.7 bilhões de capital e fundou mais de 500 companhias desde sua concepção. Lotada em Palo Alto, California, a NVP tem subsidiárias em Mumbai e Bengaluru, India e Herzelia, Israel. A NVP trabalha desde a fase inicial à fase final de empreendimento e crescimento justo de investimento em uma vasta rede de setores incluindo: tecnologia, serviços de informação, negócios, financeiros, produtos para consumidores e saúde. Para maiores informações acesse www.nvp.com.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

FAAS 100: Puma entrou no minimalismo

Nicholas Pang, autor do Blog Wear Tested, minimalist running shoes and barefoot style running shoes, esteve no The Running Event 2012, em Austin, Texas, reportando o que acontecia por lá para o site Examiner.com (veja aqui). O TRE tem uma série de atividades e as marcas podem mostrar e fazer pré-vendas de lançamentos, que em geral, chegam nas prateleiras no segundo semestre por lá.

Muitos dos modelos e marcas que ele mostrou infelizmente não tem representação no Brasil, mas dos produtos que ele fotografou e comentou, um realmente chamou a atenção: o FAAS 100, um minimalista da Puma que, segundo Pang, é muito leve, drop zero e terá duas versões - rua e trilha.

[caption id="attachment_2558" align="aligncenter" width="590"] Puma apresentou o minimalista da turma, o FAAS 100, na TRE 2012.[/caption]

Tenho a impressão que a forma não parece ser tão larga como deveria, mas já é um sinal de que as coisas estão começando a mudar para valer. Em 2010, quando entrevistei Christopher McDougall, autor de Nascidos para Correr, ele me disse que todas as fabricantes de tênis estavam na prancheta desenvolvendo produtos para esse nicho de mercado. Se pensarmos do ponto de vista do businesss, não faz sentido os grandes players do mercado não atenderem demandas de consumidores por modelos minimalistas. Portanto, veremos mais lançamentos muito em breve.

Segundo a assessoria da Puma não há previsão de lançamento do FAAS 100 no Brasil. Como os lançamentos da marca chegam com um semestre de "delay" é capaz de vermos o FAAS 100 nos pés dos corredores brasileiros apenas em 2014. Por enquanto a alternativa mais "baixa" e leve dos FAAS fica por conta do recém lançado 350 S (240 g) 300 (200 g) e o 250 (220 g), todos com drop de 6 mm.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Das características dos minimalistas: a forma larga

Para um tênis ser considerado minimalistas, ele tem que ter algumas características e isso já foi tema de um post (clique aqui).

Uma das que eu considero essenciais é a forma larga. A forma precisa ser larga o suficiente para que os dedos dos pés possam se mexer naturalmente. Na sexta-feira da semana passada, Peter Larson, do RunBlogger mostrou um raio-X divulgado pela Altra, uma das marcas que investe pesado em minimalismo e que, infelizmente, não temos representantes no Brasil.

O Raio-X foi tirado do pé de uma mesma pessoa usando um modelo da Altra à esquerda e ao lado direito calçando um tênis tradicional, com a forma "naturalmente" estreita. Dá para perceber como os dedos ficam mais a vontade em um tênis com a forma larga, não é mesmo?

[caption id="attachment_2554" align="alignnone" width="437"] Os dedos ficam mais livres para se mexer em uma forma mais larga.[/caption]

Pense em um tênis minimalista como aquele que deixa os seus pés se movimentarem como se tivessem descalços. Em uma forma estreita isso não acontece e é por essa razão que não podemos considerar os tênis de competição como sendo mínimos.

No entanto, nem todos os modelos minimalistas tem a forma larga como os da Altra, mas que é melhor fugir dos tênis "espremem" os seus dedos, não há dúvida.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Veja como foi a Clínica de Corrida Natural em São Paulo

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A Clínica Tênis Minimalistas e Corrida Descalça que aconteceu neste último sábado, dia 8/12, foi muito legal. O evento, que contou com pouco mais de 20 pessoas, foi bem recebido por todos que estiveram presentes na loja Velocità Moema, em São Paulo. Acho que consegui atingir o meu objetivo, que é mostrar como é simples mudar o padrão de corrida e fazer com que as pessoas se conectem novamente com a forma natural de  correr.

Após a palestra houve um grande bate-papo e várias questões foram levantadas, fato que enriqueceu ainda mais o evento. Logo depois demonstrei alguns exercícios educativos que ajudam no entendimento na técnica para que todos pudessem experimentar alguns conceitos, e diria que foi uma das partes em que as pessoas mais se divertiram.

Voltei a filmar os corredores (que foram filmados antes da palestra) e foi muito bom ver as pessoas correndo descalças mudando imediantamente o padrão de pisada. Quando todos terminaram de correr, olhei para a entrada da loja e vi que o sol havia se escondido atrás de algumas nuvens e perguntei para a galera: "Que tal darmos uma volta no quarteirão descalços?". Todos toparam e foi uma das melhores partes do evento, pois na esteira não é possível que se tenha total percepção das sensações que os pés descalços podem nos proporcionar.

Foi interessante observar as pessoas começando a correr de uma maneira, talvez receosas, para estarem totalmente à vontade ao chegarmos novamente na frente da loja. Sinto que meu objetivo foi  atingido. É  claro que a adaptação precisa ser gradual e isso foi dito na palestra, mas a semente foi plantada.

A Clínica deve voltar à Velocità em março de 2013 (ainda sujeito à confirmação) e também estou negociando a realização em outras localidades. Fique do olho por aqui.

Clique aqui se você quiser contratar a Clínica.

Aproveito também a oportunidade para agradecer o Rodrigo Carneiro por ter aberto as portas da Velocità para Clínica. Para quem não sabe, a Velocità é especializada em corrida de rua, contando com três lojas físicas e uma on-line.

Ps: fiquei tão empolgado com a palestra, os educativos e, principalmente, pela volta no quarteirão que esqueci completamente que a Saucony havia oferecido dois pares de Hattori (um masculino e outro feminino) para serem sorteados na Clínica...

Bom, fiz o sorteio hoje via Random.org, no randomizador de lista e os vencedores foram Ricardo Ramos e Andréa Cordeiro. Vou entrar em contato com os sortudos para saber o número do tênis que usam e me encarregar de entregar o prêmio.



 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Veja como foi a Mini-Clínica em Palmas, Tocantins

No início de novembro estive em Palmas, Tocantins, para participar de uma prova à convite do organizador Renílson Barbosa, e fiz um relato no blog Corredólatra, no site da revista Contra-Relógio (Leia aqui).

No dia anterior à prova, dia 10, realizei uma mini-clínica para alguns corredores, entre eles um fisioterapeuta e dois professores de educação-física. A clínica foi na Academia Atlética e pude contar com a colaboração do Fransergio (dono de um sotaque forte do interior de São Paulo e, de fato, o cara nasceu em Franca, SP), um dos cordenadores da academia para disponibilizar uma esteira, que foi  usada para filmarmos os participantes antes e depois da Clínica.

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O primeiro corredor no vídeo é do Vinícius, que é um professor da academia, que já tinha boa postura, mas que com alguns ajustes, principalmente na cadência, ele diminuiu a oscilação vertical que produzia anteriormente.

O segundo, é outro professor, só que de natação e de ginástica natural. O nome dele é Gustavo Borges (isso mesmo, homônimo do nosso medalhista olímpico e nadador). Gustavo já vinha experimentando correr sem tênis, mas como fazia isso na grama, mesmo correndo descalço na esteira ele ainda usava o calcanhar no início da pisada. Depois da Clínica, sua técnica melhorou bastante.

Por fim, o Fred, fisioterapeuta. Apesar de ter um movimento mais brusco e não usual com os braços, ele já tinha boa técnica e um fazia um movimento bem curto de dorsiflexão com o tornozelo, o que já era muito positivo. Ele absorveu tão bem os conceitos da corrida natural, que mesmo depois de correr descalço de forma correta, colocou os tênis da primeira filmagem e correu com a técnica ajustada.

Amanhã, dia 8, na Velocità Moema, farei a primeira Clínica em São Paulo, que conta com 20 pessoas inscritas. Ainda dá tempo de participar: clique aqui e faça sua inscrição.

 

 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

GoBionic, o minimalista da Skechers, chega ao Brasil

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Eu já tinha feito um post sobre o GoBionic assim que começaram a pingar informações sobre o modelo no exterior (clique aqui).

Aproveitei que uma amiga estava nos EUA e pedi para que ela trouxesse um para mim. A Skechers já tinha ganhado certo corpo do que diz respeito aos tênis de performance ao lançar o Gorun, que o atleta norte-americano Meb Keflezighi adota em seus treinos e competições. O amigo e companheiro de Contra-Relógio, André Savazoni se qualificou para a Maratona de Boston usando um deles.

[caption id="attachment_2525" align="alignleft" width="194"] Foi na Asics Golden Four de Brasília onde bati meu recorde pessoal em meia-naratona (1:34:20). Foi a primeira prova em que usei o GoBionic.[/caption]

O tênis chegou no início de setembro  e gostei bastante. Ele é drop zero (nenhuma diferença de altura entre o calcanhar e a frente do pé), super-flexível, tem uma forma hiper-larga, é leve (180 g - Us 10) e com apenas 11,5 mm de EVA no solado.  O tênis traz com uma palmilha bem fina (1,7 mm), que ao ser removida, melhora bastante a  resposta dos pés em relação às variações de terreno. O único aspecto negativo é que há algumas costuras nessa região o que torna inviável correr sem usar meias quando o tênis está sem as palmilhas.

Um aspecto positivo no GoBionic é que o solado é segmentado de tal forma que permite que ele seja flexível não só de trás para frente e vice-versa, mas também de lado,  permitindo a rolagem da pisada de ante-pé seja  o mais suave possível. A pisada usando a técnica natural é feita começando com o ante-pé, mas não chapando o pé no chão, e sim, começando o contato ligeramente por fora e depois rolando o pé para dentro.

A espuma EVA usada pela Skechers (Resalyte) é bem maleável a ponto de não causar aquela sensação de almofada de baixo dos pés e o corredor deve tomar os mesmos cuidados que tem quando se corre descalço ou com um minimalista como os Vibram Five Fingers, pois as pedras mais pontudas conversarão com o seu pé.

O GoBionic, que custa R$ 349 e começa a ser vendido este mês no Brasil, entrou para o time oficial de revezamento dos calçados que uso - VFF KSO e Luna Sandals (quando não uso nada nos pés, é claro).

Mais informações no site da Skechers.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tiros em rampa: sempre há algo para melhorar


Treino com o Wanderlei de Oliveira há cerca de um ano e meio e a maior parte do treino é a distância, pois moro em Jundiaí.

Tem vezes em que vou à São Paulo para treinar junto com o próprio WO e hoje foi um deles. Para mim é um certo sacrifício, pois preciso pegar a estrada às 5 da matina para estar no Ibirapuera às 6. Por outro lado, não tenho a menor dúvida de que vale a pena.

Entamos na época de base, onde os treinos de velocidade são substituidos por treinos de força. O treino do dia foi tiro em rampas. No caso, eram 12 tiros em uma rampa de 60 metros. Para ser mais preciso, eram 2 séries de 6 tiros de 60 m, com intervalo de 1:30 entre os tiros e 3:00 entre as séries.

É impressionante como há detalhes que precisamos prestar atenção. Fui alertado algumas vezes de que meus braços não estavam acompanhando as pernas. Eu sentia que estava fazendo muita força e que, realmente, os braços não pareciam ajudar.

Os tiros terminaram, mas o "chefe" pediu para eu tentar novamente e me deu mais algumas orientações. Fiz o tiro. Não deu. E foi aí que Wanderlei disse a chave: "Lembre dos educativos que fizemos antes de vir aqui. Pense naquela postura e naquele movimento de braços".

E então aconteceu. Com uma postura mais ereta e olhar para cima, me senti flutuando. Foi o mais rápido e suave de todos, apesar do cansaço.

O bom técnico é aquele que consegue corrigir suas deficiências com as palavras certas. Hoje aprendi mais uma lição.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Valeu a pena ter ido ao Simpósio de Lesões na Corrida

[caption id="attachment_2449" align="alignleft" width="960"] Alexandre Dias Lopes, um dos organizadores do Simpósio, durante sua palestra[/caption]

Foi muito bom ter ido ao Simpósio de Lesões na Corrida neste último sábado. Até escrevi um artigo para o Blog Últimas da revista Contra-Relógio sobre o que rolou por lá (clique aqui para ler).

Aqui vou deixar um "testemunho". Soube da realização do Simpósio através de um grande amigo e corredor rapidíssimo Edvaldo Bueno (vulgo Acerola). Ele me mandou uma mensagem pelo Facebook mais ou menos assim: "Serjão, dá uma olhada no site da FPA que vai rolar um Simpósio que tem assunto do seu interesse".

Fui ao site da Federação Paulista de Atletismo crente de que tratava-se de uma brincadeira dele. Achei o link para o Simpósio e tomei um susto. "Caramba, a Irene Davis no Brasil?", pensei comigo mesmo. Irene é fisioterapeuta com doutorado em biomecânica e atua como pesquisadora no Spaulding National Running Center, da Universidade de Harvard. Ela fez parte da equipe chefiada pela professor Daniel E. Lieberman que publicou o famoso trabalho que foi matéria de capa da edição de janeiro de 2010 da revista Nature. Nele foi levantada a hipótese de que correr descalço pode causar menos lesões do que correr com tênis de corrida tradicional, pois os corredores habitualmente descalços geravam uma força de reação menor em uma plataforma de força do que corredores com o padrão de pisada comumente usado — o que inicia pelo calcanhar.

Bom, nem preciso dizer que o trabalho e o artigo causaram um grande alvoroço tanto na indústria como também entre os corredores. No início houve muito ceticismo, mas como o estudo não foi contestado e as marcas de tênis não vieram a público mostrar trabalhos que  mostrassem o contrário, o mercado de tênis minimalista foi crescendo e já ganhou corpo nos EUA e na Europa, até pela demanda dos próprios corredores. Aqui no Brasil a coisa ainda está engatinhando, mas vai indo, pois as grandes marcas já estão trazendo seus lançamentos mais recentes, sendo minimalistas ou reduzidos (vide New Balance, Asics, Nike, Saucony, Skechers e, em breve, Adidas).

Pois bem, entrei em contato com o SPRunIG (São Paulo Running Injury Group), que pertence à Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), para me apresentar, pedir credenciamento para o Simpósio e tentar marcar uma entrevista com a Irene Davis.

Me passaram o contato de um dos responsáveis pelo evento e professor do curso de mestrado em Fisioterapia da UNICID, Alexandre Dias Lopes. Liguei, me identifiquei e passamos horas conversando ao telefone. No bate-papo,  descobri que Alexandre tem uma visão muito favorável à corrida natural e trocamos diversas informações sobre estudos, corridas, padrão de pisada e uma infinidade de outras coisas. A conversa foi tão boa, que ao desligar percebi que tinha esquecido de pedir o credenciamento para o Simpósio...

Resolvido o credenciamento, entrei em contato com a assessoria de imprensa da Universidade para marcar a entrevista com a Irene Davis. Fui ao Simpósio de carona com um casal de amigos de Jundiaí, o Max, que é um ótimo corredor e sua mulher, Andréa, educadora física. No Simpósio esbarrei em alguns conhecidos, como o fisioterapeuta Wesley Craveiro, que conheci em Brasília e com o treinador de Piracicaba Rodrigo Murakami. Também pude encontrar pessoalmente o José Eduardo Gonçalves, com quem tinha trocado algumas mensagens pelo Facebook antes do evento.

O Simpósio excedeu em muito as minhas expectativas. Por que? Porque fizeram algo para questionar convenções e por em dúvida o marketing ligado ao esporte. As palestras derrubaram vários conceitos que estão totalmente enraizados na cultura esportiva, não só dos praticantes de corrida, mas como também os treinadores e profissionais ligados à saúde e reabilitação, como fisioterapeutas e ortopedistas.

O alongamento, por exemplo, questionado pela Contra-Relógio desde 2006, foi alvo de debates acalorados, pois foi deixado claro que não há estudos que comprovem que alongamento previna lesões - e essa é a principal razão dada pelos profissionais de educação física aos seus alunos - a de que alongando o corredor estará menos suscetível à elas.

Foi questionado também o uso de meias de compressão e de palmilhas, por também não apresentarem estudos científicos que apoie o uso desses equipamentos.

A palestra de Matheus de Almeida, que falou sobre aspectos controversos nos tênis tradicionais de corrida, somada à excelente apresentação de Irene Davis, deixou claro que é necessário que as pessoas pensem seriamente em mudar seu padrão de pisada e a adoção de tênis menos estruturados pois ao usar o calcanhar como primeiro contato no chão, o corredor eleva o risco de lesões. Irene, que corre descalça, deixou claro que é necessário aprender a correr corretamente sem calçados antes de tentar os minimalistas e usa sua experiência clínica como exemplo.

Depois do almoço, entrevistei Irene, que é de uma simplicidade impressionante. A entrevista durou  pouco menos de uma hora e quando desliguei o gravador, ela disse "Pronto? Agora me conte a sua história com a corrida descalça".  E continuamos a conversa por mais meia-hora.

Entrei no auditório e a palestra de Alexandre Lopes já estava na metade, mas disse algo muito interessante. Segundo ele, as lesões são multifatoriais, ou seja, algo muito parecido com o que ouvimos sobre acidente de avião - que nunca acontece por um só motivo, mas uma somatória deles. E, para Alexandre, um dos fatores que contribuem para as lesões nos corredores é exatamente o padrão de pisada.

Ao final foi formado um painel de discussão de casos e fui convidado para apresentar algumas dos problemas relatados pelos leitores da CR na seção Medicina Esportiva. As questões são sempre respondidas por José Marques Neto, colaborador da revista de longa data e especialista na área, que aliás, estava presente e fez parte do painel.

Saí do Simpósio contente por ter decidido trilhar pelo caminho (cada vez mais) certo ao adotar os minimalistas e a corrida descalça em 2009. Evidências e pesquisas? Fora o que já apareceu até hoje (ainda pouco), a Irene me disse que tem um grande estudo para ser publicado e que eu vou gostar muito. E você? Já pensou em mudar?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Asics cede mais um pouquinho, mas ainda falta um "pocão"

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A Asics continua caminhando com passos bem tímidos ao minimalismo. Seu principal pesquisador, Simon Bartold, é muito contrário a esse conceito e vive brigando com os defensores da corrida descalça e tênis minimalistas nos fóruns e blogs mundo a fora.

Mas é difícil ficar lutando com uma tendência que vem ganhando espaço a cada dia. O primeiro sinal de que a marca acabou cedendo (de leve) foi o lançamento da linha 33, uma referência ao número de articulações que temos nos pés.

Os 33 tem a forma um pouco mais larga do que se encontra normalmente nos tênis da Asics e não são tão flexíveis, mas pelo menos os tênis são mais baixos, principalmente o Blur.



Para a versão nova do Excel 33 a Asics criou uma tecnologia chamada "Fluid Axis" e a marca diz que revolucionou o design dos tênis ao permitir que a articulação subtalar (a parte do calcanhar responsável movimento natural de pronação e supinação) se mova livremente. Isso, em teoria, deixaria o corredor  livre para executar a pisada da forma mais natural possível.

Entretanto, qualquer tênis realmente minimalista permite com que essa articulação se mova livremente exatamente pelo calçado não ser estruturado. É claro que esse passo da Asics é tímido, mas já é uma certa evolução.

Eu ainda espero a marca lançar um tênis com drop zero, pouco amortecimento e pouca estrutura, pois mesmo com esse lançamento fico sem ter como usar um tênis da marca japonesa. Cederam um pouco, mas para mim, ainda falta um "pocão".

Ps: Um ponto a se notar no vídeo é que no início aparece um pé descalço fazendo a pisada natural (começando com o ante-pé) e depois a mesma pisada com o calçado. O esqusito foi ao final, em que o corredor parece ter se esquecido a técnica do início do vídeo e começou a pisada com o calcanhar. Deve ser para mostrar que é possível correr com esse modelo usando qualquer tipo de técnica de pisada...

Ps 2: Essa semana vou à pré-venda dos modelos da Asics que estarão nas prateleiras brasileiras no segundo semestre de 2013 e acho que terei a oportunidade de ver o novo Excel 33 in-loco. Vamos ver se mudo ou não minha opinião sobre ele.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

New Balance lança um Minimus não tão minimus, mas ainda sim, minimus

Marca americana, a primeira das grandes a investir para valer nos mininimalistas, amplia o leque da série Minimus oferecendo um modelo que, segundo a New Balance, mantém as características da linha como pouco drop e flexibilidade. O que diferencia o Minimus Ionix é a altura do solado/entresola. Mesmo assim, o modelo pesa surpreendentes 200 180 gramas (6.5 oz).

É uma boa alternativa para os corredores que simpatizam com a corrida natural e querem experimentar um tênis que fica no meio do caminho entre os tênis convencionais e os realmente minimalistas.

O Ionix, também conhecido como 3090, tem 4 mm de drop e custará R$ 399.

Mais informações em www.newbalance.com.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Não deixe seu cérebro ficar sobrecarregado

Essa é primeira colaboração do professor Marcos Almeida, Mestre em Ciencia da Motricidade Humana e autor do Blog Ser Motriz

Esta pesquisa mostra que o cérebro consegue lidar com duas funções ao mesmo tempo porque pode canalizá-las para duas partes frontais da sua anatomia, mas quando uma terceira atividade é introduzida, a mente fica sobrecarregada. Daí, a precisão para realizar outras tarefas diminuiu.

Bem, esta pequena introdução de certa forma, nos explica a importância de se exigir do cérebro uma ou no máximo duas tarefas deste órgão fantástico de cada vez. Sim, e o que isto tem a ver com corrida natural?

Se pensarmos que buscamos através do correr descalço estar integrado a natureza, sentindo e percebendo cada pisada no chão e a forma como este pé interage em contato com o solo e ainda se integrando com suas 33 articulações dos pés que trabalham em busca de equilibrio e harmonia, vamos perceber que neste momento, para ser melhor aproveitado pelo nosso orgão maior, o cérebro, nenhum elemento dispersor, no caso a música, deveria ser introduzido. Por isto, uma outra atividade imposta ao cérebro, talvez, nao seja muito interessante neste momento. Lembro ainda que os orgãos dos sentidos - visão, audição (para ouvir os “tap, tap, tap” ao invés de “tchof, tchof, tchof”), o tato e a propriocepção (que é a percepção do seu corpo no espaço) se encontram em perfeita harmonia e não deve ser "perturbados".

Estas mal traçadas linhas tentam teorizar o conselho dado pelo Sérgio no seu texto "Corrida natural e fones de ouvido não se misturam" onde relata que, ao seu ver e com razão, perde-se o foco de atenção no momento da corrida natural com a audição musical.

Deixo uma observação - enquanto pesquisador da área de neurociência - que após todo o processo de aprendizagem e memória e com a sua devida consolidação -, o cerebelo automatiza este movimento, permitindo de vez em quando, uma breve música para os já iniciados no barefoot running. Portanto, quem é iniciante ou corre numa nova trilha recomendo ouvir, ao invés de música, o som do seu corpo e o da natureza.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

É uma pena a Brooks não ter dado certo no Brasil, porque...

A Brooks tentou aportar aqui no Brasil há uns três anos atrás. É uma pena não ter dado certo, porque a marca faz modelos que agradam muito os corredores em geral.

Para nós, que gostamos de tênis minimalistas, a Brooks vêm desenvolvendo uma linha chamada "Pure". Meu amigo Alex Sant'anna trouxe um dos EUA e prometeu me mostrar em breve.

Como uma boa companhia norte-americana, a Brooks é muito criativa ao fazer marketing de seus produtos. Mesmo não contando com um tênis "puramente" minimalista, depois desse comercial qualquer corredor gostaria de comprar a nova versão do o mais novo modelo da linha, o Pure Drift, que será lançado por lá em janeiro do ano que vem. Se até o "Pé Grande" gostou de um, por que eu não?

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Veja mais informações sobre o Pure Drift clicando aqui.

Nota: o Drift tem uma palmilha removível que deixa o tênis drop zero e com altura total de solado/entresola de 8 mm. Muito bom :)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Corrida natural e fones de ouvido não se misturam

Quando corremos descalços ou com tênis minimalistas devemos evitar correr ouvindo música.

Por que? Eu costumo dizer que para saber se estamos executando corretamente a técnica de corrida, devemos ouvir o "silêncio dos nossos passos".

Tá, eu sei. Muito filosófico, mas não é. Eu explico.

Uma das coisas que devemos estar atentos quando corremos, é se estamos fazendo muito barulho a cada pisada. Quem já não ouviu sujeitos literalmente martelando o chão quando corre? Façamos uma analogia com um carro. A lataria ou o motor pode estar fazendo barulhos esquisitos que podem ser facilmente abafados pelo volume do som estar no máximo.

A corrida natural deve ser suave. Ser suave significa ouvir seus tênis fazendo sons como "tap, tap, tap" ao invés de "tchof, tchof, tchof", com o perdão das onomatopeias. Se você corre descalço não deve ouvir barulho algum ao correr, caso contrário corre sério risco de se machucar. É quase uma arte "ninja".

Deixe para escutar música antes ou depois de correr. Seja suave: a corrida e seus pés agradecem.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cadência: corra a 180 passos por minuto

Se você quer correr com tênis minimalistas ou descalço, você precisa correr com uma cadência de pelo menos 180 passos por minuto. Entenda cadência como a quantidade de vezes que seus pés tocam no chão durante a corrida. Esse é um dos três pilares da corrida natural. Os outros são postura e relaxamento, que deixarei para um próximo post.

A teoria dos 180 passos por minuto foi "criada" pelo treinador norte-americano Jack Daniels (não o whiskey ou o bourbon, como queira). Ele fez um estudo durante as Olimpíadas de Los Angeles 1984 e percebeu que dos 800 m aos 10.000 m os atletas corriam com a cadência média de 180 passos por minuto ou mais. Apesar de haver citações anteriores a esse número, Daniels ficou conhecido como o "pai" dessa medida.

Partindo do pressuposto de que os atletas de elite são mais econômicos (do ponto de vista de gasto energético durante o gesto esportivo) do que um corredor comum, correr com 180 passos por minuto é entendido como um dos fatores mais importante para uma corrida eficiente e tanto faz se você está correndo com um tênis estruturado, minimalista ou descalço. Eu mesmo observei no Troféu Brasil de Atletismo deste ano que a maioria dos atletas corriam com essa cadência ou pouco mais.

Quando você corre com uma cadência de pelo menos 180 passos por minuto, a chance de você realizar o "overstriding", ou seja, pousar com o calcanhar é mais mais remota, eliminando o tal do momento de "breque" da corrida. Pense que com essa cadência você também estará menos tempo em contato com o chão e a oscilação vertical é reduzida, dimuindo o "sacolejo" do corpo.

Para contar seus passos por minuto, faça o seguinte: durante seu treino, marque 30 segundos no seu cronômetro e comece a contar os passos com somente uma das pernas. Se ao final da sua marcação a contagem der menor que 45, você precisa encurtar a passada. Faça isso até conseguir chegar na cadência ideal. É esquisito no início, mas você se acostumará. Você também pode usar um metrônomo da foto que abre este post, ajustá-lo para 180 bpm (beats per minute, que é exatamente a mesma medida) e levá-lo com você no treino.  Muitos tem entrada para fone de ouvido e isso pode ajudar a não incomodar as outras pessoas com o "tap" intermitente.

Mas tenha também em mente o seguinte: o tal do princípio da individualidade. 180 é apenas uma referência. Você precisa encontrar a cadência ideal para você. Ela pode ser 180, 185, 195 ou mesmo 178. O que importa é não ficar muito abaixo dessa referência.

Boas corridas!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Irene Davis, fisioterapeuta e pequisadora de Harvard, virá ao Brasil



Conforme eu postei no meu Blog Corredólatra, da Revista Contra-Relógio, Irene Davis, fisioterapeuta e pesquisadora de Harvard , virá ao Brasil para apresentar seus trabalhos no Simpósio de Lesões na Corrida, que vai rolar no dia 1º de dezembro em São Paulo.

Conversei bastante com Alexandre Dias Lopes, um dos organizadores do Simpósio, e ele tem uma visão muito favorável à Corrida Natural. Ele ainda tem suas reservas quanto a correr absolutamente descalço, mas é favorável aos minimalistas. O fato é que ficamos horas conversando sobre o assunto e é ótimo saber que há pessoas na academia com esse pensamento.

Eu irei ao Simpósio para acompanhar as palestras e espero conseguir um espaço na agenda da Irene para entrevistá-la. Ela pesquisa a corrida descalça há anos e também corre sem nada nos pés. A palestra que ela apresentará será  "Corrida descalço: mudança de paradigmas sobre o padrão de pisada, tênis de corrida e tratamento de lesões em corredores".

O Simpósio tem como público-alvo os profissionais ligados à corrida, como treinadores, fisioterapeutas e ortopedistas, mas segundo Alexandre não há impedimento caso um "corredor-cidadão-comum" quiser se increver para assitir as palestras.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Entrevista no programa Fôlego, da Rádio Bandeirantes

Ontem, dia 18/11, foi ao ar no programa Fôlego, da Rádio Bandeirantes, a entrevista dada por mim ao Ricardo Capriotti e Sérgio Patrick.

Nele, tive a oportunidade de falar sobre meu assunto predileto: tênis minimalistas e corrida descalça. Apesar da minha participação não ter sido extensa, foi ótimo poder dar uma aprofundada no tema e por isso, agradeço muito ao Capriotti e ao xará Patrick pelo convite. Aproveitei também para promover a Clínica que vou realizar no dia 8, na Velocità Moema, em São Paulo (clique aqui).

Para quem não ouviu, pode ir ao site (clique aqui) da Rádio Bandeirantes e ouvir o programa do dia 18/11/12.

Eu tomei a liberdade de fazer o download do arquivo e colocar logo abaixo para você poder escutar por aqui. Avance para o [09:30] para ouvir a minha participação.

[mp3j track="Folego_Bandeirantes_181112.mp3"]

sábado, 17 de novembro de 2012

Fórum de discussão

Depois de pesquisar muito, consegui finalmente deixar pronto o fórum de discussão do Corrida Natural. Por que um fórum? Porque fica mais fácil para centralizar as informações importantes e fazer com que o site vire um ponto de encontro para quem busca e/ou quer compartilhar seus conhecimentos.

O fórum está categorizado da seguinte maneira:
- Correndo descalço
- Minimalistas & Cia
- Treinamento
- Provas & Relatos
- Clínicas
- Lesões & Prevenção
- Ciência & Imprensa

Sua colaboração e participação é fundamental!

Clique na aba "Fórum" ou aqui.

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Pessoal, sei que muitos tiveram dificuldades para se cadastrar no Wordpress para começar a colaborar. Coloquei um novo plug-in no Wordpress que resolve o problema. Por favor, entrem no campo de login e peçam para que a senha seja reenviada.

 

 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Post inaugural do site

Sei que pode parecer esquisito dizer que este post inaugura o blog Corrida Natural, já que você pode perceber que há várias postagens antigas nele.

Eu sou o autor do Blog Corredólatra, que fica no site da Revista Contra-Relógio desde 2010 e venho escrevendo entre outras coisas, sobre minimalismo e corrida descalça. São exatamente esses posts que estão aqui. Migrei de lá tudo que eu tinha escrito sobre o assunto.

Esse site é aberto à colaborações de todos. Em breve, alguns dos meu amigos "descalços" e que correm com tênis minimalistas passarão a escrever no site e compartilhar suas experiências.

Fiquem a vontade para comentar, cornetar, sugerir e mandar suas contribuições para que este site seja um ponto de encontro daqueles que se interessam por corrida descalça e minimalistas ou mesmo aqueles que procuram simplesmente melhorar sua técnica.

Vamos em frente!

Sérgio Rocha

Editor

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Clínica de tênis minimalistas e corrida descalça



Já faz algum tempo que venho amadurecendo a ideia de organizar uma Clínica para aqueles corredores que se interessam ou já correm com tênis minimalistas ou mesmo descalço.

A maioria dos leitores deste blog sabem que estou "nessa história" de correr descalço ou com tênis mínimos há cerca de 3 anos e nesse período li, pesquisei e experimentei vários tipos de calçados em treinos e provas. A ideia que eu tenho por trás da Clínica é de poder ter a oportunidade de ajudar as pessoas que estão interessadas em correr com esses tipos de calçados ou sem nenhum mesmo. Os que estão iniciando poderão aprimorar sua visão sobre o assunto e obter dicas valiosas para que sua transição não venha acompanhada de lesões inesperadas.  Para aqueles que já tem vivência no assunto, é uma chance de rever conceitos, esclarecer dúvidas e compartilhar experiências.

Assuntos que serão abordados:

1) O que é corrida natural: estudos e evidências

2) Tênis minimalistas e corrida descalça: conceitos e adaptação

3) Técnica de corrida: os três pilares.

4) Prática: a aplicação da técnica na esteira e análise com vídeo.

A primeira Clínica será realizada no dia 8 de dezembro (sábado) na Loja Velocità Moema (rua Pavão, 342 - São Paulo, SP), das 9:00 às 10:30 da manhã. O custo é de R$ 60 e as inscrições podem ser feitas clicando no botão abaixo.



Eu também criei uma página especial da Clínica no Facebook (clique aqui)  para divulgar e incentivar a troca de informações entre os corredores.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

E a Mizuno finalmente entra no bonde do minimalismo

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A Mizuno lançará em janeiro de 2013 (ao menos no exterior) uma linha de minimalistas para valer.

A linha será chamada de "Evo" (aliás, esse nome deve render processo por parte da Vivo Barefoot - veja aqui) e os tênis tem zero de drop (sem diferença entre a altura do calcanhar para a frente do pé e tem a forma larga. Serão dois modelos:

- Evo Levitas: amortecimento de 15 mm; 200 gramas de peso - modelo 40 masc.; preço lá fora - US$ 110)

- Evo Cursoris: amortecimento de 18 mm, 230 gramas - modelo 40 masc.; preço lá fora - US$ 120)

No vídeo, os designers dizem que a Mizuno decidiu desenvolver um produto para as pessoas que estão usando o médio-pé como contato inicial da pisada ao invés do calcanhar, e por isso, tranferiram a placa wave para a frente do calçado. Apesar de dizerem que o tênis é bastante flexível, não é possível saber, pois não fizeram o "show de contorcionismo" como modelo, que deve ser apenas uma amostra. Porém, a forma é larga e me interessei bastante pelo produto.

Ainda não entrei em contato com a Mizuno brasileira, mas farei um update desse post assim que tiver mais informações sobre eles.

Atualização: Fui informado pela assessoria de imprensa da Mizuno, que a linha Evo será lançada no Brasil em fevereiro de 2013. Isso de certa forma vem ao encontro com a política da marca, que é de fazer os lançamentos do novos modelos em nível mundial, ou seja, chega aqui quase ao mesmo tempo que lá fora. Em geral as outras marcas internacionais (Asics, Adidas e Nike, por exemplo) lançam seus novos modelos ou atualiações por aqui com um semestre de diferença. Ficou faltando a informação do preço dos modelos, mas devem ser ficar entre R$ 500 e R$ 600 por causa dos impostos, tarifas anti-dumping, etc.

Atualização 2: Supresa! Os dois modelos serão comercializados por R$ 299 no Brasil e a venda será restrita às lojas especializadas em corrida, como a Procorrer, Velocità, Fast Runner, etc. Ótimo preço, sem dúvida!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Falando sobre tênis minimalistas e corrida descalça na TV

O amigo e jornalista Gustavo Maia me chamou para gravar um papo sobre tênis minimalistas e corrida descalça na primeira edição do Fôlego 25, programa sobre corrida e qualidade de vida do canal local da NET, em Jundiaí, onde moro.

É sempre bom ter a oportunidade de falar sobre esse assunto. E além do mais,  estar no mesmo programa que tem uma entrevista com o "meu primo", Solonei Rocha, é uma tremenda honra.

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Agora sim: 3h28 em Buenos Aires.

Em 2008, tinha feito 3h36 em Porto Alegre.

No ano seguinte, fui à Punta del Este para tentar melhorar essa marca.

Só que uma lesão, que tinha aparecido durante o treinamento, decidiu ficar crônica justamente na prova uruguaia.

Ainda sim, completei em 3h47.

A lesão era uma síndrome do piriforme e não queria sumir.

Toda vez que pousava o calcanhar durante a corrida, sentia algo como um choque na região dos glúteos.

Dei um tempo. Voltei a treinar mas o choque continuava.

Decidi usar um Nike Free que estava empoerado no armário. Se "simulasse" a corrida descalça, a biomecânica seria diferente e, quem sabe, não sentiria dores.

Dito e feito. Passei a correr regularmente o Free. Comprei um Vibram Five Fingers e fui me adaptando.

Cometi erros, corrigi uns, insisti em outros. Comecei a correr descalço também.

O piriforme nunca mais deu seu sinal de existência  - ao menos a tal da síndrome.

Ano passado já me sentia pronto para correr uma maratona de novo e fui para Porto Alegre. Tive câibras nas panturrilhas e abandonei.

Decidi que deveria mudar o jeito que treinava e passei a receber orientações do técnico e agora grande amigo, Wanderlei de Oliveira.

O resultados começaram a aparecer. Melhorei meu resultado na meia e cheguei perto de ser sub-1h40. Nos 10 km voltei a correr na casa de 45 minutos.

Fiquei alternando entre disputar provas descalço e sandálias para no final descobrir que o melhor era sempre competir com o Five Fingers.

Continuei treinando bem, mas o "pulo do gato" foi mudar algo que achava que não precisava - a alimentação.

Depois de ler bastante coisa a respeito (Phil Maffetone, Tim Noakes, dieta do paleolítico, etc), conversar com alguns nutricionistas e trocar figurinhas com o Danilo Balu (que além de Educador Físico, também é nutricionista) decidi que ia tirar os carboidratos processados da minha alimentação.

Pode parecer radical ou loucura ficar sem comer pães e macarrão, por exemplo. Eu tirei tudo que tenha farinha de trigo (integral ou não) da minha alimentação. Arroz, batatas e milho também estão de fora. Qualquer alimento que tenha sido industrializado também não entra no meu cardápio  - bolachas, massas de microondas, etc. Açucar refinado? Me dou o luxo de usar apenas no cafezinho.

Minha alimentação passou a se basear em sementes, castanhas, ovos, saladas (muita salada), carnes diversas, azeite de oliva, muitas frutas e derivados de leite com o iogurtes e queijos. Tudo isso para que haja um baleanceamento do consumo de gorduras, proteínas e ácidos graxos com baixo consumo de carboidratos. Não, não tive crise de abistinência. Comparo a tirada dos carboidratos processados e alimentos industrializados da minha alimentação como a decisão de parar de fumar (é, sou ex-fumante).

A explicação, a grosso modo, é a seguinte: os carboidratos processados causam aumento da produção de insulina no corpo, porque é a insulina que entra em ação para tranformar o carbos em glicose. Quando há excesso de insulina no sangue (causado por alto consumo de carboidratos) o metabolismo da glicose é prejudicado, ou seja, atrapalha o processo de armazenamento de glicogênio nos músculos e fígado, e esses carbos que eu consumia viravam gordura, empatando a conta. O pessoal chama  isso de "síndrome metabolica" e é, em geral, relacionada à obesidade, mas acontece com várias pessoas com peso "saudável" e uns dizem que é mais comum do que muitos pensam.

No meu caso, portanto, o baixo  consumo de carboidratos associado aos alimentos que venho consumindo acabaram por balancear esse metabolismo fazendo com que o corpo pudesse me fornecer energia de forma mais eficaz e, de quebra, queimou o excesso de gorduras acumuladas.

Devo dizer que isso se aplica ao meu caso. Nem todas pessoas tem essa intolerância à insulina. Há casos e casos e o ideal é que você converse com uma nutricionista para saber melhor a esse respeito, como eu fiz. Alías, se você for nutricionista ou saber mais sobre esse assunto, por favor, me corrija se eu estiver errado.

E o que mudou? Bom, nesses 3 meses em que fiz essa mudança, emagreci 8 quilos e passei a treinar com um nível de energia que nunca tinha tido antes. Nesse interim, bati meu recorde dos 10 km (de 44:45 para 43:30) e da Meia-Maratona - de (1h40 para 1h37).

O único recorde pessoal que perdurava era o da maratona. Foi com essa intenção que desembarquei em Buenos Aires na última sexta-feira.

E agora sim, ao fazer 3:28:19, baixei 8 minutos do tempo que fizera em Porto Alegre há quatro anos atrás. Corri de Vibram Five Fingers e fiquei com as mesmas dores musculares que todos sentem após completar a prova - dificuldade para andar, subir e descer escadas, etc.

Hoje, mais do que nunca, sinto que realmente não basta apenas treinar com dedicação. É necessário observar tudo o que entra na lista para se boas performances e de como nosso corpo dispõe e oferece energia para os exercícios. E saber que para isso não é necessário ficar tomando suplementos alimentares caros ou ficar no senso comum de que sem carboidratos não é possível correr bem, é no mínimo, intrigante.

Carbo em gel? Sim, uso apenas durante a prova e só, até porque durante o exercício, a produção de insulina é reduzida.

Depois tento escrever sobre a prova portenha.

Nesse momento quero apenas permanecer com o sorriso no rosto. E basta.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Calçar ou não calçar: eis a questão

Depois de experimentar muitas coisas no pé nesses últimos dois anos em que adotei o minimalismo e a corrida descalça, consegui agora bater o martelo. Martelo no sentido de como me calçar ou não calçar nos treinos e provas.

Ah! Para aqueles que acham que para correr descalço ou quase é necessário ser "biomecanicamente perfeito": vejam minhas lindas joanetes!

1)  TREINOS DE QUALIDADE EM PISTA DE ATLETISMO: DESCALÇO.



Não tem jeito. Correr descalço na pista do Bolão, em Jundiaí, é imbatível para mim. Já corri com os Vibram Five Fingers, com huaraches e outros minimalistas. Quando descalço consigo me manter atento à técnica e não tenho dúvida que meus treinos são mais rápidos quando não tenho nada nos pés. Qualquer outro calçado eu sinto que perco aderência, a não ser que eu calce uma sapatilha, que é fora de cogitação para mim, dada a “estreiteza” desse tipo de calçado.

2) RODAGENS: DESCALÇO E HUARACHES.





Nas rodagens alternar o descalço com as sandálias me parecem a solução perfeita, principalmente depois da experiência de correr com o mais recente modelo das Lunas Sandals, com os ATS laces. O ajuste ficou mais fácil e o fato de não ter nenhum tipo de cabedal torna a experiência mais próxima do que seria o descalço – o pé inteiro respira. Por vezes, faço as rodagens sem as sandálias, dependendo do local onde estou treinando. O Parque do Ibirapuera, por exemplo, com o asfalto todo recapeado é um verdadeiro tapete para mim.

3) PROVAS: VIBRAM FIVE FINGERS KSO



Depois de ter problemas com o uso dos VFF, abandonei esses calçados por um bom tempo – devo ter ficado mais de um ano sem calçar um. Acontece que toda vez que usava os VFF, eu não conseguia correr corretamente. Quando dava por mim, estava aterrisando com o calcanhar ou tracionando demais para decolar. Então os VFF que eu tinha ficaram esquecidos no fundo do meu armário.

Eu até corri algumas provas descalço por experiência e gostei, mas achava que para competir, quando queremos dar tudo que temos, não dá para ficar se preocupando com a qualidade do asfalto da prova. Com as huaraches, minhas experiências não foram muito boas, pois sou daquele tipo de corredor que pega dois copos no posto de abastecimento. Bebo um e o outro vai para cima da cabeça para “arrefecer o motor”. Quando faço isso, a água desce até os pés e as sandálias ficavam “sambando” neles. Com o VivoBarefoot Ultra, que usei na Maratona de Porto Alegre, acontece a mesma coisa. Como o calçado é todo feito de EVA, não tem escape para a água, e meu pé também deu umas escorregadas durante a prova.

Foi então que decidi dar mais uma chance para os VFF. Na verdade até pensei em usá-los em PoA, mas desisti por ter feito poucos longos com eles. Devia ter usado. Meus recordes nos 10 km (43 min) e na Meia-Maratona (1h39) vieram com os VFF. Fiz um tempo muito bom também na Maratona Beto Carrero, em que corri pouco mais que 21.1 km. O que eu senti, como escrevi nesse post, é que agora, que minha técnica de corrida está melhor, não importa mais o que uso nos pés. Os VFF não “sambam” nos meus pés quando ficam encharcados de água, então acabam sendo perfeitos para a tarefa. O detalhe é que uso meias para correr com eles. São meias que também separam os dedos e preciso delas pois o VFF KSO que uso tem uma costuras que me machucam e elas solucionam esse problema.

No próximo domingo vou correr a Meia Internacional do Rio com os VFF e preciso comprovar para mim mesmo que o tempo que fiz no Beto Carrero é de verdade. A meia servirá como preparação para a Maratona de Buenos Aires, em outubro. Até lá, não farei mais experiências com os calçados em provas, pois como diz o título desse post – bati o martelo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Convite, diversão, política e recorde pessoal em Piracicaba



Já era a segunda vez que o Augusto Verrengia, das camisetas Vamos Correndo me convidava para correr em sua cidade. "Sérgio, é uma corrida de uma parceira minha, a Gaia Esportes. Seria muito legal se você viesse", disse. Topei. À princípio eu correria a Golden 4 Asics do Rio, mas o bom resultado que obti na Meia das Cataratas no início do mês e o bolso meio que vazio me fez mudar de planos.

Piracicaba fica distante uma hora de Jundiaí, onde moro. A corrida, realizada ontem, dia 29/7, começaria às 8:30, portanto, bastava sair de casa às 6:30 para chegar lá com folga. Dito e feito - estacionei o carro próximo à largada às 7:30. Telefonei para o Augusto e me econtrei com ele, sua mulher, Rossana e o seu filho, Gu (na foto, tirada por Rossana - da esq. para a dir.: eu, Augusto e Gu).

Batemos um papo e oAugusto me presenteou com uma camiseta. Fui até meu carro para pegar minha carteira para retirar o kit e decidi que vestir o presente. Encontrei com Verrengia, que logicamente ficou feliz em me ver com a nova vestimenta. "De repente pode dar sorte", eu disse. "Deu sorte para o Vicent", ele respondeu (clique aqui).

A 7ª Corrida Cidade de Piracicaba foi realizada no Distrito Industrial da cidade, o que facilitou o controle do trânsito, que é quase inexistente no local durante o final de semana. A corrida era tradicionamente organizada pelo clube de corredores de Piracicaba, mas este ano, como não tinham mais condições financeiras de bancar o evento, o mesmo foi adotado pela Gaia Esportes.

Início do momento político (pule para o final do momento político se não quiser ler a cornetada nas prefeituras que pouco incentivam e dificultam a realização de provas pedestres nos municípios)

A diretora-técnica da corrida, Gabi Pacífico, me disse que ao escolherem o Distrito Industrial optaram por ter menos problemas com a prefeitura da cidade que é daquelas que não abraça esse tipo de evento esportivo. Eu entendo bem desse problema , que é, na verdade, político. A cidade está sob o governo do mesmo partido anos a fio, a mentalidade da prefeitura é antiga e não consegue perceber os benefícios que a cidade colhe com as corridas.

É uma equação fácil: incentiva a pratica de esportes entre a população, diminui a ocorrência de doenças ligadas ao sedentarismo, dá-se exemplo para crianças ao verem seus pais ou conhecidos fazendo exercícios, promove a ocupação de hotéis em períodos de baixa estação, aumenta a circulação nos restaurantes, ou seja, o governo economiza recursos e, com isso, consegue investir mais em educação e saúde. Por fim, ainda promove o setor de serviços da cidade.

Mas alguns políticos não vêem dessa maneira - eles acham que a corrida só traz prejuízos porque tem que ceder funcionários da engenharia de trânsito na data, tem que fazer reuniões, definir percursos, acham que prejudicam a circulação dos carros e que travar o trânsito da cidade - durante 4 horas de um domingo é um absurdo. Ou seja, dá trabalho. Isso acontece em Piracicaba, na minha cidade, Jundiaí e em outras praças.

Bom é saber que nem todos os municípios tem esse problema. Centenas de outros fazem melhor e incentivam a realizações de corridas. Em uma analogia, nessas cidades, a prefeitura tem a mesma mentalidade das empresas modernas: funcionário que pratica exercícios fica menos doente e trabalha melhor. Para a municipalidade, cidadão que se exercita é um cidadão que fica menos doente e vive melhor.

Final do momente político deste blog. Estamos de volta à programação normal.

A prova ainda é pequena, com cerca de 350 corredores participando, mas a hidratação foi ótima, com 3 postos de abastecimento no circuito, que era de 5 km (duas voltas para os 10 km, obviamente) e contava até com chip descartável. O percurso era basicamente plano até o km 3,5 onde os corredores se deparavam  com uma forte subida de cerca de 200 metros.

Dessa vez decidi fazer a prova no controle de esforço e deixei o GPS em casa. Como todos sabem, se você quer fazer um bom resultado nos 10 km, a prova tem que ser desconfortável o tempo todo, ou seja, "faca nos dentes". Me posicionei bem na largada e já pude correr no ritmo desde o princípio. No km 3, olhei meu relógio-cronômetro, vi que estava correndo bem e me preparei para a subida, que por certo iria tirar bons segundos do tempo final da prova.

Quando tinha conversado com o meu técnico, Wanderlei de Oliveira, sobre a prova, ele me disse: "Se tiver subidas, faça sub-45 minutos, se for plana, tente sub-43." Como tinha uma "senhora" subida, sabia que sub 43 estava fora de cogitação. A subida era realmente dura e demorava alguns metros após o final dela para conseguir voltar a correr no ritmo.

Passei o pórtico dos 5 km com 21:45. "Legal", pensei. "Se conseguir manter, descolo um sub-44." A segunda volta do percurso já estava mais vazia, pois a maioria dos corredores preferiu percorrer a distância menor. Quando me aproximava pela segunda vez da subida encostei em um rapaz que estava na minha frente o tempo todo, mas com o ritmo caindo. "Vambora, vambora", disse acenando com a mão. Ele apertou o ritmo e me seguiu até a maldita subida, momento em que chegamos em uma garota que estava na nossa frente.

Subi junto com a menina, que corria forte, mas estava lutando para continuar correndo naquele ritmo. "Vamos lá", eu disse. "Não deixa eu ganhar de você", brinquei. Ela sorriu. "Pode ir, obrigada", respondeu. Quando apontei na reta final, com cerca de 200 metros para a chegada, ouço o locutor oficial do evento anunciar: "Lá vem a primeira mulher dos 10 km." Opa, Eu? Estou tão feminino assim?! Então a galera começa a gritar "Vai, Bruna!" Ufa, não era comigo e, sim, com a garota que eu tinha deixado para trás....

Acelerei e passei debaixo do pórtico parando o cronômetro que marcava 43:33 - 1 minuto e 11 segundos mais rápido que o meu melhor tempo nos 10 km até então, obtido há 4 anos atrás.

Não é que a camiseta do Augusto deu sorte mesmo?

Para coroar o recorde mundial pessoal, ainda subi no pódio como terceiro colocado da categoria 40-49! Nunca havia subido no pódio antes. Isso são coisas que só a pequenas provas podem proporcionar para caras do bloco intermediário como eu.

Obrigado pelo convite, Augusto. Valeu muito a pena!

Ah! Antes que alguém pergunte nos comentários, eu corri com um Vibram Five Fingers KSO, o mesmo que usei em Foz do Iguaçu. Sim, continuo correndo descalço nos treinos, mas cada vez mais chego à conclusão que é melhor competir com alguma proteção nos pés para me concentrar apenas na velocidade e na prova em si.

sábado, 28 de julho de 2012

Da educação das pessoas

09:40 da manhã do sábado.

Estava eu no final de um treino de 10 km, quando entrei em uma rua que recentemente virou mão única. Na esquina, uma moto titubeia e entra na contramão.

Aviso: "É contramão!".

O motoqueiro resmunga: "EU SEI!".

Então, digo: "Se sabe, não entre".

Ele foi enfático: "VTNC!" e outros impropérios.

Eu paro, estupefato e penso: "Aviso que é contramão e recebo um xingamento em troca?"

A moto para e faz meia-volta. Eu corro em direção ao veículo e digo: "Pô, precisava xingar?"

O rapaz continua: "VTNC, VTNC!".

E então, tomo a decisão mais drástica e passo a seguir a moto dizendo: "Bom, se é para xingar, por que você não xinga mais alto? Ninguém está escutando..."

Ele olha para trás e continua com os xingamentos.

E então, um transeunte grita: "Para com isso, boca suja!".

Uma dona de uma casa diz: "O que é isso menino? Que falta de educação!"

O motoqueiro acelera, meio que embaraçado com a situação e some, dessa vez na mão correta. Recebo o apoio dos populares. "Que absurdo", diz uma senhora. "Você está certo, se xingasse de volta não teria graça para ele", completa.

Eu? Fui embora para o meu último quilômetro rindo da situação kafkiana.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Quando não ouvir o seu técnico

Todos nós sabemos que temos dias e dias quando vamos competir e treinar. O colega de blog André Savazoni já escreveu sobre isso em um de seus posts.

Ontem, na Meia-Maratana das Cataratas, aconteceu comigo. Desde o início do ano venho tentando bater minha marca pessoal de meia-maratona. Na verdade o que eu queria mesmo era quebrar a barreira de 1h40. Corri duas meias em 2012 e quebrei nas duas tentativas – uma na Meia de São Paulo e outra na Golden 4 Asics de BH.

O meu técnico, Wanderlei de Oliveira tinha me orientado a fazer 4:53 min/km, o que predizia um resultado de 1h43 para então, sentar a moringa na Golden 4 Asics Rio para fazer sub 1h40. Ele também tinha pedido tal ritmo pois sabia que o percurso de Foz, apesar de rápido e ondulado e agora tinha duas fortes subidas.

Por estar trabalhando na prova, pude ter o privilégio de largar logo atrás dos atletas de elite e decidi ser conservador no primeiro km. Em geral fico sempre “ligado” no ritmo que estou fazendo na prova, deixando o visor do meu Garmin com o ritmo instantâneo, ritmo médio do km, ritmo médio total e o ritmo em que fechei o último km. Dessa vez, decidi deixar simplesmente o tempo total e a quilometragem, pois talvez dessa maneira poderia me sentir menos pressionado.

No km 3, quando parei de sofrer com o frio de 4 graus que fazia com que as “costas” das minhas mãos
ficassem doloridas, já tinha notado que já estava no ritmo programado pelo Wanderlei e o “problema” é que estava me sentindo bem. Sei que temos que ter cuidado com esse “estou me sentindo bem, acho que vou apertar o ritmo”, mas não conseguia me segurar. Para fazer abaixo de 1h40, é necessário fazer um ritmo médio de 4:45 min/km, o que significa passar os 10 km com 47:30. Passei com 47:50 e vi que talvez conseguisse o tão almejado tempo.

Do km 11 em diante, 2 km depois do retorno da prova (o percurso é de ida e volta, mas a largada fica 2 km adiante da chegada), um sujeito passou a correr do meu lado e nos fizemos companhia por cerca de 5 km forçando o ritmo. Foi no km 15, depois de tomar o isotônico fornecido pela organização foi que espiei pela primeira vez o GPS que já marcava 4:45 min/km de ritmo médio. Mas quem usa GPS, sabe que isso é falso. O GPS sempre apitava a passagem dos kms com certa antecedência, então para acreditar que conseguiria os 4:45 min/km, teria que fazer 4:43 min/km no Garmin para garantir o resultado real.

Já no km 18, vi que o sub era inevitável, e que era só manter o ritmo e não quebrar. Nesse instante, passa por mim um corredor da equipe dos Bombeiros do Paraná (que aliás, foram homenageados por seu centenário) e diz: “Somos dois!” e aponta para o seu Vibram Five Fingers.

Continuei em frente sabendo que os 800 metros finais da Meia de Foz eram em forte subida – só que antes dela, havia uma longa descida em que aproveitei para correr o mais rápido possível a fim de compensar o ritmo mais lento que teria nos finalmentes dos 21 km.

Foi ótimo avistar o pórtico de chegada, olhar o relógio e ver que tinha acabado de virar de 1:38 para 1:39. Acelerei e bati o cronômetro com 1:39:53 (no resultado final ficou 1:39:54).

Era realmente o meu dia. Sei que ainda estou curtindo o rebote fisiológico da Maratona de Porto Alegre, que mudei minha alimentação (papo para outro post) e que por isso emagreci 3 quilos. Tudo isso contribuiu para que eu batesse meu recorde mundial pessoal de Meia-Maratona e rompesse a barreira mental dos 1h40, que vinha me incomodando. Mas é óbvio, que sem o treinamento adequado não chegaria a lugar nenhum.

Ao Wanderlei, mandei a seguinte mensagem: “Chefe, não consegui fazer o programado. Me desculpe – Fiz 1:39:53!!! Obrigado!”.

Tem vezes em que temos que não escutar o nosso técnico, contato que façamos mais rápido do que ele(a) pediu. Ainda bem que deu certo!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Minimalistas: Skechers está quase chegando lá

A Skechers foi um ponto além no desenvolvimento de seus tênis e ficando cada vez mais próximo do que seria um modelo minimalista por definição.

O primeiro passo nessa direção foi feito com o Go Run, modelo usado pelo maratonista norte-americano Meb Keflezighi e também pelo editor-assistente e vizinho de blog André Savazoni.

Agora a marca americana vai apresentar um modelo aprimorado em que as peças do solado interagem de forma independentes ao contato com o chão, além de ser drop zero, ou seja, não há diferença de altura entre o calcanhar e a frente dos pés.

O tênis será lançado no Brasil apenas no primeiro semestre do ano que vem, mas a marca soltou esse vídeo de apresentação do Go Bionic. Apesar de ter mais amortecimento do que eu considero como ideal, o modelo parece ser bem interessante.

SKECHERS GObionic QR from SKECHERS USA on Vimeo.



Leia aqui um review do Go Bionic feita por Peter Larson, do site RunBlogger (em inglês)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A corrida descalça e a curiosidade científica



A comunidade científica/esportiva adora o tema "correr descalço". Porém, ao invés de tentar entender o porquê de correr descalço gerar menos impacto nas articulações, parece que a diversão atual de parte desse pessoal é pegar argumentos dos descalços e produzir estudos para tentar derrubá-los. Tudo bem, isso faz parte do jogo.

Já tivemos aquele em que disseram que correr com um tênis de 150 gramas é mais vantajoso do ponto de vista metabólico do que correr descalço (leia aqui). Daí você tem acesso ao estudo e vê que o "descalço" era correr de meias antiderrapantes em uma esteira. Descalço é descalço e acabou. Estar de meias não é estar descalço.

Hoje, o amigo Cássio Politi me mandou o seguinte tuíte: "@Sergio_CR Viu isso? O estudo diz que barefoot não fortalece os pés. Difícil de engolir, não? http://bit.ly/MvxIaM". Fui lá ler. É o blog Sweat Science, do Alex Hutchinson, que leio com frequencia. Lá ele fala sobre o estudo apresentado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, EUA, no último congresso da Faculdade Americana de Medicina Esportiva, dia 31 de maio.

O título é "Magnetic Resonance Analysis of Intrinsic Foot Musculature during Running in Shod and Barefoot Conditions" (ou, "Análise de resonancia magnética da musculatura intrínseca do pé durante a corrida com tênis e descalço"). A intenção dos pesquisadores era ver se havia diferença na ativação dos músculos dos pés com as duas condições. Pegaram quatro corredores (isso mesmo, apenas quatro) e fizeram uma ressonância magnética no pé direito de cada um deles. Então, os quatro corriam uma milha (isso mesmo, apenas uma milha, ou 1,609 km) descalços na esteria e a ressonância era feita novamente. 48 horas depois, repetiam a experiência com os corredores usando tênis.

Conclusão dos pequisadores: correr uma milha na esteira não resulta em ativação significativa dos músculos intrínsecos dos pés (jura? ah, vá!). Correr descalço não resulta em ativação maior desses músculos comparativamente à correr com tênis. Isso sugere que correr descalço talvez (isso mesmo, talvez) não resulte em fortalecimento dos músculos intrínsecos dos pés."

Para começo de conversa, existem várias maneiras medir o esforço da musculatura durante qualquer tipo exercício. Já vi fazerem isso em laboratórios de biomecânica. Colocam-se eletrôdos nos pés e se consegue ver quanto calor tal ponto está produzindo, portanto, acionamento da musculatura (se algum expert do assunto estiver lendo, por favor me corrija). Agora por que foram medir antes e depois de correr? Método científico? Sei lá! E tem mais, 1,6 km? Não dá tempo nem de aquecer o corpo, companheiro!

No final das contas, eu acho isso tudo divertido: ver parte da comunidade científica pesquisando o assunto e olhando de forma errada. São os cientístas que tem que ver as coisas "por fora da caixa". Até porque eu, na minha insignificancia, não consigo provar que correr descalço deixa o meu pé mais forte ou não. Para mim, já está provado que correr com a técnica da corrida descalça resulta em menos impacto na corrida. Eu sinto isso, literalmente na pele. São mais de dois anos sem me lesionar.

A técnica da corrida descalça, ou técnica natural, pode ser praticada com qualquer tênis (vide o amigo e fisioterapeuta David Homsi, que mesmo usando um tênis "tradicional" corre começando a pisada com o antepé). É lógico que com um tênis com o calcanhar elevado e muito "amortecimento", isso fica muito mais difícil de ser feito. Eu mesmo não corro exclusivamente descalço.

Bom mesmo é saber que há cientistas que não procuram simplesmente tentar derrubar os argumentos dos descalços/minimalistas, e que há muitos estudos rolando por aí sobre esse assunto, inclusive no Brasil, e teremos muito assunto e estudos para discutir futuramente.

Mas, por favor, meus caros colegas do mundo acadêmico, apresentar um trabalho feito com apenas quatro corredores, correndo apenas uma milha? Faça-me o favor! Me poupe!