quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Estudo: adaptação gradual ao VFF melhora a economia da corrida

Foi divulgado no site Runblogger, de Peter Larson, um novo estudo comparando o uso de tênis convencionais e os Vibram Five Fingers – chamados pelos pesquisadores como “simuladores de corrida descalça” (clique aqui). O resultado? Correr de VFF é 7% mais eficiente do que correr com tênis convencionais contanto que se faça uma transição gradual.

O trabalho entitulado “Four week habituation to simulated barefoot running improves running economy when compared with shod running” (ou “Quatro semanas de condicionamento à corrida descalça simulada melhora a economia da corrida quando comparada com os tênis tradicionais”, em tradução livre) e publicado no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports  (ou “Jornal Escandivano de Medicina e Ciência do Esporte”), foi desenvovido por J.P. Warne e G.D. Warrington, pesquisadores da Universidade de Cidade de Dublin, Irlanda.

COMO FOI FEITO O ESTUDO. A intenção, como  o próprio título diz era investigar se quatro semanas de um trabalho de adaptação à corrida com os VFF afetariam a economia de corrida dos atletas. Para tanto, os pesquisadores selecionaram 15 corredores da própria universidade. Todos corriam de 6 a 7 vezes por semana e percorriam pelo menos 50 km semanalmente.

Cada um deles recebeu um VFF (não há menção ao modelo) e um tênis tradicional para pisada neutra (como não li o estudo, há informações conflitantes no post de Larson, que teve acesso ao paper completo. Há momentos em que ele cita que o tênis pesava 450 gramas, em outro momento 350 g e depois 400 g. Acho difícil achar um tênis que pese 450 g hoje em dia. É muito mais verossímil, um de 350 g – que é aproximadamente o peso do Nimbus da Asics, por exemplo - mas só com o estudo completo em mãos para saber o real peso do tênis).

Antes do estudo foi feito um pré-teste, em que os atletas correram em duas velocidades diferentes na esteira – 11 km/h (5:27 min/km) e 13 km/h (4:36 min/km). Nesse pré-teste foram medidos o consumo de oxigênio, batimentos cardíacos, sensação nominal de esforço, cadência e padrão de pisada para cada calçado – o de corrida descalça simulada e o tênis tradicional.

Depois desse teste, os corredores receberam um programa de adaptação ao uso do VFF de quatro semanas. Nesse programa, o treino com VFF era adicionado à rotina dos atletas de forma gradual, começando com dois treinos de 15 minutos na primeira semana até chegar em 3/4 treinos de 30 minutos na última. Ao final das quatro semanas, o mesmo teste realizado previamente ao estudo foi repetido.

RESULTADO. No pré-teste não houve diferença significativa de economia de corrida entre os dois calçados. A única coisa a ser notada é que a cadência usando o VFF era maior do que quando se usava o tênis tradicional.

Já no pós-teste, a coisa ficou mais legal. A economia de corrida com o VFF aumentou 8% (!), a sensação nominal de esforço diminuiu 9,45% (!) e o padrão de pisada ficou mais direcionado ao ante-pé. Mas o que saltou ao olhos dos pesquisadores foi que a economia de corrida comparando o VFF com os tênis tradicionais ficou em 7% (!). A melhora de economia usando tênis convencional ficou em 2%, quase irrelevante e prevista, já que houve é relacionada à adaptação pela adição de volume de treino nas quatro semanas.

Os pesquisadores levantam a hipótese de que a combinação do aumento da cadência somado ao padrão de pisada com o ante-pé pode ter resultado em uma recuperação mais efetiva da energia elástica dos músculos e tendões das pernas e dos pés. Eles também sugerem que o aumento da sensibilidade em relação ao chão (feedback) quando se está usando um calçado de corrida descalça simulada, através de um período de aprendizado motor, pode levar a um “aumento da coordenação e pré-ativação dos músculos dominantes na antecipação do contato com o chão” e o resultado da mudança da técnica poderia explicar os benefícios da economia de corrida nos tênis verdadeiramente minimalistas.

O QUE EU PENSO SOBRE O ESTUDO. Achei um resultado muito interessante e que deve ser levado realmente em consideração até por ter feito algo que ainda não tinha sido feito antes (e se foi feito, não foi ainda publicado) – corredores sem experiência com o descalço ou minimalista e um período de adaptação. O próprio Larson faz referência a outros estudos que compararam o descalço (ou simulado) com os tênis tradicionais (clique aqui), e eu também citaria o estudo feito por Lieberman (clique aqui). Esses trabalhos tomaram como partida corredores habitualmente descalços ou já adaptados aos minimalistas. Outros que nem levei em consideração faziam estudos similares ao pré-teste desse estudo, com resultados similares.

O que precisávamos mesmo era um comparativo levando em consideração um período de adaptação ao tênis minimalista e ver o resultado, que nesse caso foi muito positivo. Sinto que esse é mais um dos muitos estudos que estão sendo desenvolvidos mundo à fora e que cada vez mais as evidências ficam do "nosso lado".

A conclusão que chego é a mais evidente possível – a corrida natural é melhor, mas para se beneficiar é necessário se adaptar de forma gradual. Mas como foi visto, não é algo tão dramático como alguns pregam. Ou seja, basta ter cautela para ser bem sucedido.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Vídeo da Clínica de São Paulo

[caption id="attachment_2592" align="alignleft" width="240"]Antes de voltarem para a esteira, uma pequena demostração da técnica. Foto: Fernanda Paradizo Antes de voltarem para a esteira, uma pequena demostração da técnica. Foto: Fernanda Paradizo[/caption]

Fiz uma seleção dos clipes daqueles que participaram da Clínica Corrida Natural em São Paulo. As filmagens foram feitas antes da Clínica começar para captar a maneira com a qual a pessoa está acostumada a correr. Depois da palestra e alguns educativos, todos voltaram para a esteira e são novamente filmados. A qualidade da filmagem não é lá grande coisa, pois usei um iPad com a intenção de voltar ao datashow para mostrar e analisar cada um dos participantes. Todos que participaram receberam o seu clipe antes e depois por e-mail.

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Abaixo uma breve análise de cada corredor(a) que está no vídeo.

1) Carlos Dias: quando calçado usa o calcanhar para iniciar a pisada, apesar de achar que usava o antepé. Depois, já descalço, a cadência está melhor e há menos oscilação vertical.

2) Patricia Julianelli: Faz muito esforço para correr com o calçado e tem o gesto esportivo um pouco exagerado, fazendo com que salte demais quando corre o que gera um impacto muito grande. Depois da Clínica e dos educativos melhorou muito. Ainda precisa trabalhar os educativos, principalmente para deixar o calcanhar encostar no chão quando descalça.

3) Ricardo Ramos: Era o corredor menos experiente do pessoal e o que melhor assimilou os educativos. Ricardo dizia que sempre que tentava correr seus joelhos inchavam no dia seguinte. Depois da Clínica não teve mais esse problema. Ponto!

4) Max Cordero: Melhorou a postura e sua corrida ficou mais eficiente. Max tinha dores no calcanhar, que começaram a sumir.

5) Cristine Tellier: já corre com minimalistas e tem boa técnica. Depois da palestra, ficou bem mais relaxada e sua corrida ficou muito mais fluída.

Esse é um primeiro passo para todos que estiveram por lá e o tempo vai fazer com que a técnica de cada um se aperfeiçoe cada vez mais. Na própria palestra deixei claro que eu sinto o tempo todo que posso melhorar e me corrijo sempre que percebo que estou fazendo algo errado. O importante é sempre estar atento e prestar atenção para correr sem esforço.

PROXIMA CLÍNICA:

A próxima Clínica de Corrida Natural será realizada no dia 5 de janeiro, em Jaboatão dos Guararapes, PE, na Academia Benefit.

End.: Rua Ayrton Senna da Silva, 3862, das 09h00 às 10h30. Tel:  (81) 3361 3333

Academia Benefit

Faça sua inscrição pelo link abaixo:



Feliz Natal e ótimo 2013 para todos!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Análise de padrão de pisada: Haile Gebrselassie

[caption id="attachment_2847" align="alignleft" width="149"] Haile na maratona de Dubai em 2008: mais um exemplo do padrão de pisada executado pelo etíope.[/caption]

Em um fórum de discussão sobre corrida descalça e tênis minimalista (este aqui) foi divulgado um vídeo com uma análise da técnica de corrida executada pelo etíope Haile Gebrselassie, que dispensa apresentações (se você não sabe que é esse cara, clique aqui).

É possível ver o padrão de pisada em dois momentos distintos - durante a rodagem e em competição. No caso da última, foi quando ele novamente quebrou o recorde mundial da maratona e se tornou o primeiro atleta a fazer os 42.195 m abaixo de 2h04.

Haile corria para a escola todos os dias - senão me engano eram 10 km para ir e mais 10 km para voltar. Vejam que o tênis que ele calça, mesmo tendo drop e com relativo amortecimento, não influe de forma negativa no seu padrão de pisada. É possível ver como em nenhum momento ele usa o calcanhar para para iniciar o contato com o chão. O pé vem de fora para dentro pela lateral, começando com o antepé - um movimento de rolagem, semelhante ao executado quando corremos descalços.  Mais um ponto para a Corrida Natural.

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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Corrida Natural no programa Gazeta Esportiva, da TV Gazeta de São Paulo

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Na terça-feira, dia 18,  foi ao ar o quadro do programa Gazeta Esportiva da TV Gazeta de São Paulo em que apareço falando do meu histórico com a Corrida Natural. O repórter, Luiz Henrique Gurian, foi bem atento a conversa e a edição foi interessante. O divertido mesmo ficou por do nome dos calçados: "Squeshers", "Seiconi", "Fiver Finger", mas o que eu achava que daria problema saiu direitinho, a huarache.

No finalzinho, um dos apresentadores do programa, Celso Cardoso, soltou algo comum para quem nunca experimentou ou pesquisou a fundo a corrida descalça, algo como "Eu tenho a impressão que o risco de lesão é um pouco maior". É só impressão mesmo, pois estou desde 2009 sem me lesionar, Celsão. :) No entanto, julgo que a reportagem foi bem positiva e ajudará na divulgação da técnica e de que ela pode ajudar a evitar lesões.

Obs: como é interessante a gente se ver correndo. A impressão quando estava alí na grama é que estava me esforçando, afinal de contas, era um tiro de 800 m e fiz 1:22 na passagem dos 400 m. Visuamente eu nem aparento estar fazendo força! Tenho muito o que melhorar, meu amigo!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Como deixar o seu Nike Free 3.0 mais minimalista

Assim que recebi um Nike Free 3.0 v4  percebi que ele ficava um pouco apertado no pé, apesar de estar usando o tamanho correto - no meu caso, uso 42 (US 10). Foi então que lembrei de um conselho do Philip Maffetone (desse livro aqui). Ele recomenda o uso de tênis o mais "baixos"  possíveis e que a primeira coisa que se deve fazer é retirar a palmilha deles.

Mas por que? Porque a palmilha "adiciona" acolchoamento aos pés. Tem muitas por aí que tem quase 10 mm de espessura (!). Nossos pés sempre procuram por estabilidade e retirando a palmilha, eles estarão também se livrando dos contornos dela, que em geral, têm uma forma ergonônica, mas é óbvio que ninguém tem o pé igual ao de ninguém.

Retirei a palmilha e o tênis ficou bem melhor no pé. Até o cabedal que estava meio apertado se ajustou. O único porém é que a maioria dos tênis convencionais não tem previsão de uso sem palmilhas e há uma séries de costuras por ali (que servem para fixar o cabedal no solado). Portanto, não é boa ideia correr sem palmilhas e sem meias para não gerar nenhuma fricção na pele dos seus pés.

Um amigo que comprou recentemente o Free 3.0 me pediu uma opinão sobre o modelo e comentei a respeito da palmilha. Resposta dele alguns dias depois: "Muito bom. Virou o tênis predileto! A palmilha? Joguei fora depois da nossa conversa..."

Ah! Só para não esquecer: o Nike Free 3.0 tem 4 mm de drop (diferença de altura entre a parte de trás onde fica o calcanhar e o restante do tênis)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Flexione os joelhos e relaxe

(ou acertando a técnica de corrida natural com apenas duas lições)


Nota do Editor: esta é a primeira colaboração que  o mineiro Leonardo Liporati faz ao Corrida Natural. Léo corre descalço desde 2005 e já completou cinco maratonas sem nada nos pés.

O ser humano não é um animal aquático. Para nós a água, como habitat, não é natural. Quem nunca aprendeu a nadar, se cair numa piscina funda irá se debater em desespero. Nadar exige o aprendizado de uma técnica própria. Por outro lado, a terra é nosso habitat. Correr é uma atividade básica, que era fundamental para a sobrevivência de nossos antepassados antes da invenção da agricultura. Então, correr com boa técnica deve estar gravado em nosso DNA. Entretanto, quando um iniciante começa a pesquisar sobre corrida descalça (ou natural), é comum encontrar sites e materiais no exterior que focam excessivamente nos detalhes da técnica de corrida: como o pé deve tocar no solo; como os dedos devem estar posicionadas; qual a inclinação do quadril, do tronco, da cabeça; qual o tamanho do passo; qual a cadência e etc. Não que isto não seja importante, mas eu sempre achei que sendo uma “técnica” natural, ela iria surgir naturalmente. O principal argumento contra o aparecimento espontâneo da corrida natural é o fato de usarmos calçados, a maioria de calcanhar elevado, desde a infância. Ao usar tênis com calcanhar elevado, nosso cérebro teve que desenvolver outra forma de correr, que chamarei de "mata-borrão". Nossos neurônios gravaram esta forma e irá levar um tempo para eles desaprenderem e readquirirem a forma natural. Lembrando e parafraseando o guru Ken Bob Saxton, se correr em asfalto e concreto não é natural, então correr nestes pisos usando tênis de borracha é menos natural ainda! Assim, o reaprendizado da forma natural é mais eficaz se você permitir que os elementos sensoriais do seu corpo, que estão obstruídos pelos calçados, sejam usados. Sendo assim, tire os calçados e deixei que os dois treinadores, que você tem na parte inferior do seu corpo, voltem a fornecer o feedback sensitivo ao seu sistema nervoso!

Infelizmente nem todos estão dispostos a tirar seus calçados, principalmente por questões sociais, e não terão o benefício destes sensores. Para estes considero muito importantes as duas lições que propus no título. Para os que se aventurarem totalmente descalços, elas não são menos importantes. O argumento da forma mata-borrão ter sido gravada em nossos neurônios é muito forte. Além disto, eu sempre achei que correr mentalizando os detalhes da forma, tais como contar passos ou ver como o pé toca no chão, pesam contra a naturalidade e o relaxamento. Para mim, a função do cérebro é escolher o caminho e a estratégia. A função dos pés, pernas, enfim, do restante do corpo envolvido na corrida é executar o movimento “ouvindo” os sensores. Assim, o cérebro decide quando aumentar ou diminuir a velocidade mas quem decide a forma de correr nesta nova velocidade é o restante do corpo.

A primeira, e talvez a mais importante lição, é flexionar os joelhos. No momento do contato do pé com o solo o joelho deve estar flexionado. Ao flexionar os joelhos você transforma seu membro inferior numa mola ou amortecedor ao invés de uma barra rígida. O joelho flexionado muda tudo. Vários detalhes da técnica surgem por si só. É impossível aterrissar com o calcanhar! É impossível correr com o tronco inclinado acentuadamente! É muito difícil correr com baixa cadência! Se você ainda está conseguindo fazer alguma destas coisas é porque você não flexionou os joelhos suficientemente (ou não está correndo). Na dúvida flexione mais os joelhos. Flexionar (mais) os joelhos é tão importante que, além de ser útil para amortecer o impacto em qualquer situação, é útil para aumentar a segurança nas descidas íngremes, em terrenos escorregadios e para aumentar o conforto em pisos difíceis tais como as ruas de paralelepípedos. Veja os vídeos abaixo, do Ken Bob na esteira, para entender o que significa flexionar os joelhos. Sempre que eu começo a sentir o impacto, eu lembro do mantra: "flexione mais os joelhos". Em situações extremas você deveria sentir como se estivesse correndo agachado (ou sentado). Não se esqueça deste mantra, ele faz milagres mas pode não ser o suficiente. Aí vem a segunda lição: o relaxamento.

É comum o relato de corredores que dizem ter feito a melhor prova da vida quando correram relaxados. Relaxe. Começe relaxando a panturrilha. Abaixo dos joelhos flexionados, o contato inicial do pé com o solo é usualmente na almofada, a panturrilha trabalha como amortecedor e depois deve relaxar pois toda a sola do pé deve tocar o chão distribuindo o peso corporal por uma área maior. Relaxe também os pés. O principal motivo para mantê-los tensos é a antecipação de dor. Não mentalize que o próximo passo será dolorido, mesmo que o piso seja áspero ou rugoso. Mas o relaxamento não se restringe somente as pernas e pés. Relaxe as mãos. Parece que temos uma herança dos antepassados quadrúpedes, relaxando as mãos é mais fácil relaxar os pés. Relaxe também ombros, braços, o quadril, enfim relaxe também a mente. Na minha opinião, a maioria das tensões são causadas pela antecipação infundada de problemas pelo cérebro. É por isto que não gosto de ficar mentalizando detalhes da técnica enquanto corro. A mente pode até dar uma ordem pontual para corrigir um detalhe mas logo deve desligar e deixar os sensores e a natureza trabalharem. Se estiver em dificuldade depois de flexionar mais os joelhos, lembre-se deste segundo mantra: "relaxe, relaxe e relaxe ainda mais".

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Próxima Clínica de Corrida Natural será em Recife/Jaboatão dos Guararapes (PE)


Vou aproveitar que estarei em Recife na passagem de ano para realizar uma Clínica no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, PE. Jaboatão, para quem não sabe, é cidade vizinha de Recife, logo quando termina a Praia de Boa Viagem.

A Clínica será ministrada no dia 5 de janeiro, das 09 às 10:30 na Academia Benefit, de propriedade de Renato Maranhão, ouvinte do podcast Contra-Relógio no Ar (em período sabático) e assinante da Contra-Relógio.

Segundo Renato, a academia tem uma sala de 100 m2, que comporta facilmente a Clínica. Portanto, se você mora nas redondezas e não for viajar, aproveite essa oportunidade!

Clique aqui para ver como foi a Clínica realizada em São Paulo, no início de dezembro.

Serviço:

Dia 5 de janeiro, das 09h00 às 10h30

Academia Benefit

End.: Rua Ayrton Senna da Silva, 3862,  Jaboatão dos Guararapes (PE)

Tel:  (81) 3361 3333

Academia Benefit

Faça sua inscrição pelo link abaixo:

domingo, 16 de dezembro de 2012

Novas seções no site - Repercurssão e Depoimentos

Na aba "Clínica" criei duas novas seções:  "Repercurssão"  e "Depoimentos".

Acho que o nome resume tudo. A primeira reúne o que saiu na imprensa sobre a realização das Clínicas, enquanto a segunda foram registrados os depoimentos enviados ao site ou comentários de  pessoas que participaram e deram suas opiniões.

Clique aqui para ir para Repercurssão e aqui para ler os Depoimentos.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Minimalistas no Brasil: qual você tem?

Temos poucas opções de tênis verdadeiramente minimalistas aqui no Brasil. Opções reduzidas não faltam, Nike Free, Kivara da Saucony e GoRun da Skechers, por exemplo.

Queria saber, dos que são vendidos no Brasil, qual teve maior aceitação entre vocês. Vote!

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Empresário responsável pela popularização do Vibram Five Fingers nos EUA lança nova marca de tênis minimalistas

[caption id="attachment_2668" align="alignnone" width="540"]O modelo será revelado apenas em janeiro, mas pela foto divulgada no site é possível perceber que ele lembra um pouco o Merrell Road Glove. O modelo será revelado apenas em janeiro, mas pela foto divulgada no site é possível perceber que ele lembra um pouco o Merrell Road Glove. O solado inclusive parece ser fornecido pela própria Vibram.[/caption]

Tony Post foi o responsável pela entrada dos Vibram Five Fingers nos EUA, e consequentemente, pelo crescimento do mercado minimalista ocorrido com a popularização do modelo causado pelo livro "Nascidos para Correr", do jornalista norte-americano Christopher McDougall. Tony agora aposta em uma nova empresa, a Topo Athletic, em que procura dar continuidade à inovação no mercado de calçados de corrida, mas mantendo o foco em modelos que respeitam a mecânica natural do corpo

Há rumores (leia aquiaqui e aqui) que dão conta de que Tony teria pulado fora da Vibram porque a demanda pelos "tênis de dedinhos" têm caído e também porque marca teme entrar no mercado dos tênis comuns e virar concorrente seus principais compradores - a própria indústria de calçados esportivos. Para quem não sabe, a Vibram é uma empresa especializada em solados e fornece soluções para a New Balance, Merrell e dezenas de outras marcas.

Portanto, com a Topo, ele poderia entrar no mercado que mais cresce em número de modelos nos EUA, os minimalistas e reduzidos. Gostei de ler a seguinte declaraçãode Tony: "Não somos arrogantes a ponto de achar que nossos produtos irão alterar a performance dos atletas. Apenas a vontade dele ou dela é que pode fazer isso. Nosso papel é ajudá-los a chegar lá.” Isso vai de encontro ao que eu penso dos calçados esportivos. Eles são apenas ferramentas e atores coadjuvantes da performance dos atletas. Nós, os atletas, é que somos os atores principais.

Segue abaixo, em tradução livre, o comunicado oficial da criação da marca.

Ex-CEO da Vibram americana lança nova empresa: Topo Athletic


Ícone da indústria e pioneiro do movimento minimalista, Tony Post levantou U$ 5 milhões de investimento da Norwest Venture Partners para lançar uma linha de equipamentos esportivos


DivulgaçãoBoston – 12/12/20012 – Tony Post, ex-presidente e CEO da Vibram EUA, anunciou hoje (ontem, 12/12) a fundação da Topo Athletic, uma marca baseada na convicção de que os produtos devem ter a capacidade inata de amplificar, e não modificar a biomecânica natural do corpo. A empresa é lançada com um aporte de U$ 5 milhões vindos da Norwest Venture Partners (NVP), firma de investimentos múltiplos, sediada no Vale do Silício.

A empresa de Post, marca um novo capítulo em sua busca de desenvolver produtos inovadores para ajudar atletas a se tornarem melhores, mais rápidos e mais fortes. Em 2006, Post lançou o Vibram Five Fingers nos Estados Unidos, fato que catapultou a Vibram americana e os calçados minimalistas às luzes da ribalta – mudando para sempre a maneira como os consumidores pensavam a respeito da sinergia entre o calçado, o pé e o movimento. Como resultado, os calçados mais leves são os maiores responsáveis pelo crescimento do mercado de calçados esportivos, faturando US$ 1,5 bilhão este ano e com expectativa de 50% de crescimento em 2013, de acordo com o SportsOneSource..

“A Topo Athletic visa uma oportunidade chave na indústria de equipamentos esportivos e é destinada ao sucesso com Tony Post no comando do navio”, disse Jon Kossow, sócio da NVP. “Tem sido impressionante observar a chama acesa por Tony em cada marca por onde ele passou, da Rockport à Vibram; então quando ele veio à nós com o seu conceito, toda a nossa empresa aceitou a chance de apoiar a Topo Athletic.”

O novo conceito de Post está fixado no epicentro da tecnologia performance de ponta que ajuda os atletas a otimizar seu treinamento e conseguir atingir metas mais agressivas.

“Nossa visão está se tornando uma realidade por causa da Norwest Venture Partners”, afirmou Tony Post, CEO e fundador da Topo Athletic. “Nós optamos por uma parceria com a NVP por causa das pessoas – eles fizeram as perguntas certas, premiaram nossa missão e forneceram importante apoio de negócios ao mesmo que  permitiram manter nossa independência. No final das contas, escolhemos uns aos outros”.

O público alvo da Topo são atletas que valorizam a simplicidade, o design funcional e a tecnologia onde faz diferença. “Nossa abordagem com o design de produto é de fazer inovações modestas – não somos arrogantes a ponto de achar que nossos produtos irão alterar a performance dos atletas”, afirma Post. “Apenas a vontade dele ou dela é que pode fazer isso. Nosso papel é ajudá-los a chegar lá.”

A companhia irá estrear sua linha de produtos em janeiro, no Outdoor Retailer Winter Market Tradeshow, em Salt Lake City [N.E.: uma espécie de Couro Moda, em que os fabricantes fazem a pré-venda de seus produtos para os lojistas]

Sobre a Topo Athletic

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Topo Athletic é uma companhia de produtos esportivos feitos por atletas e para atletas. Os produtos da Topo são feitos com inovações simples, um reconhecimento de que as coisas mais impressionantes que irão fazer parte de nossos produtos é o atleta. Estamos comprometidos com os estudos em andamento sobre fisiologia, meio-ambiente e as tecnologias que estão surgindo que permitem que os atletas melhorem sua performances constantemente, amplificando o magnífico desing do corpo humano. A Topo Athletic foi fundada em 2012 e está estabelecida em Newton, Massachussets. Para mais informações, por favor, acesse www.topoathletic.com

Sobre a Norwest Venture Partner

Norwest Venture Partners (NVP) é uma firma de multi-investimentos que faz parcerias com empresários para criar negócios bem sucedidos por mais de 50 anos. A firma gerencia mais de US$ 3.7 bilhões de capital e fundou mais de 500 companhias desde sua concepção. Lotada em Palo Alto, California, a NVP tem subsidiárias em Mumbai e Bengaluru, India e Herzelia, Israel. A NVP trabalha desde a fase inicial à fase final de empreendimento e crescimento justo de investimento em uma vasta rede de setores incluindo: tecnologia, serviços de informação, negócios, financeiros, produtos para consumidores e saúde. Para maiores informações acesse www.nvp.com.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

FAAS 100: Puma entrou no minimalismo

Nicholas Pang, autor do Blog Wear Tested, minimalist running shoes and barefoot style running shoes, esteve no The Running Event 2012, em Austin, Texas, reportando o que acontecia por lá para o site Examiner.com (veja aqui). O TRE tem uma série de atividades e as marcas podem mostrar e fazer pré-vendas de lançamentos, que em geral, chegam nas prateleiras no segundo semestre por lá.

Muitos dos modelos e marcas que ele mostrou infelizmente não tem representação no Brasil, mas dos produtos que ele fotografou e comentou, um realmente chamou a atenção: o FAAS 100, um minimalista da Puma que, segundo Pang, é muito leve, drop zero e terá duas versões - rua e trilha.

[caption id="attachment_2558" align="aligncenter" width="590"] Puma apresentou o minimalista da turma, o FAAS 100, na TRE 2012.[/caption]

Tenho a impressão que a forma não parece ser tão larga como deveria, mas já é um sinal de que as coisas estão começando a mudar para valer. Em 2010, quando entrevistei Christopher McDougall, autor de Nascidos para Correr, ele me disse que todas as fabricantes de tênis estavam na prancheta desenvolvendo produtos para esse nicho de mercado. Se pensarmos do ponto de vista do businesss, não faz sentido os grandes players do mercado não atenderem demandas de consumidores por modelos minimalistas. Portanto, veremos mais lançamentos muito em breve.

Segundo a assessoria da Puma não há previsão de lançamento do FAAS 100 no Brasil. Como os lançamentos da marca chegam com um semestre de "delay" é capaz de vermos o FAAS 100 nos pés dos corredores brasileiros apenas em 2014. Por enquanto a alternativa mais "baixa" e leve dos FAAS fica por conta do recém lançado 350 S (240 g) 300 (200 g) e o 250 (220 g), todos com drop de 6 mm.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Das características dos minimalistas: a forma larga

Para um tênis ser considerado minimalistas, ele tem que ter algumas características e isso já foi tema de um post (clique aqui).

Uma das que eu considero essenciais é a forma larga. A forma precisa ser larga o suficiente para que os dedos dos pés possam se mexer naturalmente. Na sexta-feira da semana passada, Peter Larson, do RunBlogger mostrou um raio-X divulgado pela Altra, uma das marcas que investe pesado em minimalismo e que, infelizmente, não temos representantes no Brasil.

O Raio-X foi tirado do pé de uma mesma pessoa usando um modelo da Altra à esquerda e ao lado direito calçando um tênis tradicional, com a forma "naturalmente" estreita. Dá para perceber como os dedos ficam mais a vontade em um tênis com a forma larga, não é mesmo?

[caption id="attachment_2554" align="alignnone" width="437"] Os dedos ficam mais livres para se mexer em uma forma mais larga.[/caption]

Pense em um tênis minimalista como aquele que deixa os seus pés se movimentarem como se tivessem descalços. Em uma forma estreita isso não acontece e é por essa razão que não podemos considerar os tênis de competição como sendo mínimos.

No entanto, nem todos os modelos minimalistas tem a forma larga como os da Altra, mas que é melhor fugir dos tênis "espremem" os seus dedos, não há dúvida.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Veja como foi a Clínica de Corrida Natural em São Paulo

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A Clínica Tênis Minimalistas e Corrida Descalça que aconteceu neste último sábado, dia 8/12, foi muito legal. O evento, que contou com pouco mais de 20 pessoas, foi bem recebido por todos que estiveram presentes na loja Velocità Moema, em São Paulo. Acho que consegui atingir o meu objetivo, que é mostrar como é simples mudar o padrão de corrida e fazer com que as pessoas se conectem novamente com a forma natural de  correr.

Após a palestra houve um grande bate-papo e várias questões foram levantadas, fato que enriqueceu ainda mais o evento. Logo depois demonstrei alguns exercícios educativos que ajudam no entendimento na técnica para que todos pudessem experimentar alguns conceitos, e diria que foi uma das partes em que as pessoas mais se divertiram.

Voltei a filmar os corredores (que foram filmados antes da palestra) e foi muito bom ver as pessoas correndo descalças mudando imediantamente o padrão de pisada. Quando todos terminaram de correr, olhei para a entrada da loja e vi que o sol havia se escondido atrás de algumas nuvens e perguntei para a galera: "Que tal darmos uma volta no quarteirão descalços?". Todos toparam e foi uma das melhores partes do evento, pois na esteira não é possível que se tenha total percepção das sensações que os pés descalços podem nos proporcionar.

Foi interessante observar as pessoas começando a correr de uma maneira, talvez receosas, para estarem totalmente à vontade ao chegarmos novamente na frente da loja. Sinto que meu objetivo foi  atingido. É  claro que a adaptação precisa ser gradual e isso foi dito na palestra, mas a semente foi plantada.

A Clínica deve voltar à Velocità em março de 2013 (ainda sujeito à confirmação) e também estou negociando a realização em outras localidades. Fique do olho por aqui.

Clique aqui se você quiser contratar a Clínica.

Aproveito também a oportunidade para agradecer o Rodrigo Carneiro por ter aberto as portas da Velocità para Clínica. Para quem não sabe, a Velocità é especializada em corrida de rua, contando com três lojas físicas e uma on-line.

Ps: fiquei tão empolgado com a palestra, os educativos e, principalmente, pela volta no quarteirão que esqueci completamente que a Saucony havia oferecido dois pares de Hattori (um masculino e outro feminino) para serem sorteados na Clínica...

Bom, fiz o sorteio hoje via Random.org, no randomizador de lista e os vencedores foram Ricardo Ramos e Andréa Cordeiro. Vou entrar em contato com os sortudos para saber o número do tênis que usam e me encarregar de entregar o prêmio.



 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Veja como foi a Mini-Clínica em Palmas, Tocantins

No início de novembro estive em Palmas, Tocantins, para participar de uma prova à convite do organizador Renílson Barbosa, e fiz um relato no blog Corredólatra, no site da revista Contra-Relógio (Leia aqui).

No dia anterior à prova, dia 10, realizei uma mini-clínica para alguns corredores, entre eles um fisioterapeuta e dois professores de educação-física. A clínica foi na Academia Atlética e pude contar com a colaboração do Fransergio (dono de um sotaque forte do interior de São Paulo e, de fato, o cara nasceu em Franca, SP), um dos cordenadores da academia para disponibilizar uma esteira, que foi  usada para filmarmos os participantes antes e depois da Clínica.

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O primeiro corredor no vídeo é do Vinícius, que é um professor da academia, que já tinha boa postura, mas que com alguns ajustes, principalmente na cadência, ele diminuiu a oscilação vertical que produzia anteriormente.

O segundo, é outro professor, só que de natação e de ginástica natural. O nome dele é Gustavo Borges (isso mesmo, homônimo do nosso medalhista olímpico e nadador). Gustavo já vinha experimentando correr sem tênis, mas como fazia isso na grama, mesmo correndo descalço na esteira ele ainda usava o calcanhar no início da pisada. Depois da Clínica, sua técnica melhorou bastante.

Por fim, o Fred, fisioterapeuta. Apesar de ter um movimento mais brusco e não usual com os braços, ele já tinha boa técnica e um fazia um movimento bem curto de dorsiflexão com o tornozelo, o que já era muito positivo. Ele absorveu tão bem os conceitos da corrida natural, que mesmo depois de correr descalço de forma correta, colocou os tênis da primeira filmagem e correu com a técnica ajustada.

Amanhã, dia 8, na Velocità Moema, farei a primeira Clínica em São Paulo, que conta com 20 pessoas inscritas. Ainda dá tempo de participar: clique aqui e faça sua inscrição.

 

 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

GoBionic, o minimalista da Skechers, chega ao Brasil

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Eu já tinha feito um post sobre o GoBionic assim que começaram a pingar informações sobre o modelo no exterior (clique aqui).

Aproveitei que uma amiga estava nos EUA e pedi para que ela trouxesse um para mim. A Skechers já tinha ganhado certo corpo do que diz respeito aos tênis de performance ao lançar o Gorun, que o atleta norte-americano Meb Keflezighi adota em seus treinos e competições. O amigo e companheiro de Contra-Relógio, André Savazoni se qualificou para a Maratona de Boston usando um deles.

[caption id="attachment_2525" align="alignleft" width="194"] Foi na Asics Golden Four de Brasília onde bati meu recorde pessoal em meia-naratona (1:34:20). Foi a primeira prova em que usei o GoBionic.[/caption]

O tênis chegou no início de setembro  e gostei bastante. Ele é drop zero (nenhuma diferença de altura entre o calcanhar e a frente do pé), super-flexível, tem uma forma hiper-larga, é leve (180 g - Us 10) e com apenas 11,5 mm de EVA no solado.  O tênis traz com uma palmilha bem fina (1,7 mm), que ao ser removida, melhora bastante a  resposta dos pés em relação às variações de terreno. O único aspecto negativo é que há algumas costuras nessa região o que torna inviável correr sem usar meias quando o tênis está sem as palmilhas.

Um aspecto positivo no GoBionic é que o solado é segmentado de tal forma que permite que ele seja flexível não só de trás para frente e vice-versa, mas também de lado,  permitindo a rolagem da pisada de ante-pé seja  o mais suave possível. A pisada usando a técnica natural é feita começando com o ante-pé, mas não chapando o pé no chão, e sim, começando o contato ligeramente por fora e depois rolando o pé para dentro.

A espuma EVA usada pela Skechers (Resalyte) é bem maleável a ponto de não causar aquela sensação de almofada de baixo dos pés e o corredor deve tomar os mesmos cuidados que tem quando se corre descalço ou com um minimalista como os Vibram Five Fingers, pois as pedras mais pontudas conversarão com o seu pé.

O GoBionic, que custa R$ 349 e começa a ser vendido este mês no Brasil, entrou para o time oficial de revezamento dos calçados que uso - VFF KSO e Luna Sandals (quando não uso nada nos pés, é claro).

Mais informações no site da Skechers.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tiros em rampa: sempre há algo para melhorar


Treino com o Wanderlei de Oliveira há cerca de um ano e meio e a maior parte do treino é a distância, pois moro em Jundiaí.

Tem vezes em que vou à São Paulo para treinar junto com o próprio WO e hoje foi um deles. Para mim é um certo sacrifício, pois preciso pegar a estrada às 5 da matina para estar no Ibirapuera às 6. Por outro lado, não tenho a menor dúvida de que vale a pena.

Entamos na época de base, onde os treinos de velocidade são substituidos por treinos de força. O treino do dia foi tiro em rampas. No caso, eram 12 tiros em uma rampa de 60 metros. Para ser mais preciso, eram 2 séries de 6 tiros de 60 m, com intervalo de 1:30 entre os tiros e 3:00 entre as séries.

É impressionante como há detalhes que precisamos prestar atenção. Fui alertado algumas vezes de que meus braços não estavam acompanhando as pernas. Eu sentia que estava fazendo muita força e que, realmente, os braços não pareciam ajudar.

Os tiros terminaram, mas o "chefe" pediu para eu tentar novamente e me deu mais algumas orientações. Fiz o tiro. Não deu. E foi aí que Wanderlei disse a chave: "Lembre dos educativos que fizemos antes de vir aqui. Pense naquela postura e naquele movimento de braços".

E então aconteceu. Com uma postura mais ereta e olhar para cima, me senti flutuando. Foi o mais rápido e suave de todos, apesar do cansaço.

O bom técnico é aquele que consegue corrigir suas deficiências com as palavras certas. Hoje aprendi mais uma lição.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Valeu a pena ter ido ao Simpósio de Lesões na Corrida

[caption id="attachment_2449" align="alignleft" width="960"] Alexandre Dias Lopes, um dos organizadores do Simpósio, durante sua palestra[/caption]

Foi muito bom ter ido ao Simpósio de Lesões na Corrida neste último sábado. Até escrevi um artigo para o Blog Últimas da revista Contra-Relógio sobre o que rolou por lá (clique aqui para ler).

Aqui vou deixar um "testemunho". Soube da realização do Simpósio através de um grande amigo e corredor rapidíssimo Edvaldo Bueno (vulgo Acerola). Ele me mandou uma mensagem pelo Facebook mais ou menos assim: "Serjão, dá uma olhada no site da FPA que vai rolar um Simpósio que tem assunto do seu interesse".

Fui ao site da Federação Paulista de Atletismo crente de que tratava-se de uma brincadeira dele. Achei o link para o Simpósio e tomei um susto. "Caramba, a Irene Davis no Brasil?", pensei comigo mesmo. Irene é fisioterapeuta com doutorado em biomecânica e atua como pesquisadora no Spaulding National Running Center, da Universidade de Harvard. Ela fez parte da equipe chefiada pela professor Daniel E. Lieberman que publicou o famoso trabalho que foi matéria de capa da edição de janeiro de 2010 da revista Nature. Nele foi levantada a hipótese de que correr descalço pode causar menos lesões do que correr com tênis de corrida tradicional, pois os corredores habitualmente descalços geravam uma força de reação menor em uma plataforma de força do que corredores com o padrão de pisada comumente usado — o que inicia pelo calcanhar.

Bom, nem preciso dizer que o trabalho e o artigo causaram um grande alvoroço tanto na indústria como também entre os corredores. No início houve muito ceticismo, mas como o estudo não foi contestado e as marcas de tênis não vieram a público mostrar trabalhos que  mostrassem o contrário, o mercado de tênis minimalista foi crescendo e já ganhou corpo nos EUA e na Europa, até pela demanda dos próprios corredores. Aqui no Brasil a coisa ainda está engatinhando, mas vai indo, pois as grandes marcas já estão trazendo seus lançamentos mais recentes, sendo minimalistas ou reduzidos (vide New Balance, Asics, Nike, Saucony, Skechers e, em breve, Adidas).

Pois bem, entrei em contato com o SPRunIG (São Paulo Running Injury Group), que pertence à Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), para me apresentar, pedir credenciamento para o Simpósio e tentar marcar uma entrevista com a Irene Davis.

Me passaram o contato de um dos responsáveis pelo evento e professor do curso de mestrado em Fisioterapia da UNICID, Alexandre Dias Lopes. Liguei, me identifiquei e passamos horas conversando ao telefone. No bate-papo,  descobri que Alexandre tem uma visão muito favorável à corrida natural e trocamos diversas informações sobre estudos, corridas, padrão de pisada e uma infinidade de outras coisas. A conversa foi tão boa, que ao desligar percebi que tinha esquecido de pedir o credenciamento para o Simpósio...

Resolvido o credenciamento, entrei em contato com a assessoria de imprensa da Universidade para marcar a entrevista com a Irene Davis. Fui ao Simpósio de carona com um casal de amigos de Jundiaí, o Max, que é um ótimo corredor e sua mulher, Andréa, educadora física. No Simpósio esbarrei em alguns conhecidos, como o fisioterapeuta Wesley Craveiro, que conheci em Brasília e com o treinador de Piracicaba Rodrigo Murakami. Também pude encontrar pessoalmente o José Eduardo Gonçalves, com quem tinha trocado algumas mensagens pelo Facebook antes do evento.

O Simpósio excedeu em muito as minhas expectativas. Por que? Porque fizeram algo para questionar convenções e por em dúvida o marketing ligado ao esporte. As palestras derrubaram vários conceitos que estão totalmente enraizados na cultura esportiva, não só dos praticantes de corrida, mas como também os treinadores e profissionais ligados à saúde e reabilitação, como fisioterapeutas e ortopedistas.

O alongamento, por exemplo, questionado pela Contra-Relógio desde 2006, foi alvo de debates acalorados, pois foi deixado claro que não há estudos que comprovem que alongamento previna lesões - e essa é a principal razão dada pelos profissionais de educação física aos seus alunos - a de que alongando o corredor estará menos suscetível à elas.

Foi questionado também o uso de meias de compressão e de palmilhas, por também não apresentarem estudos científicos que apoie o uso desses equipamentos.

A palestra de Matheus de Almeida, que falou sobre aspectos controversos nos tênis tradicionais de corrida, somada à excelente apresentação de Irene Davis, deixou claro que é necessário que as pessoas pensem seriamente em mudar seu padrão de pisada e a adoção de tênis menos estruturados pois ao usar o calcanhar como primeiro contato no chão, o corredor eleva o risco de lesões. Irene, que corre descalça, deixou claro que é necessário aprender a correr corretamente sem calçados antes de tentar os minimalistas e usa sua experiência clínica como exemplo.

Depois do almoço, entrevistei Irene, que é de uma simplicidade impressionante. A entrevista durou  pouco menos de uma hora e quando desliguei o gravador, ela disse "Pronto? Agora me conte a sua história com a corrida descalça".  E continuamos a conversa por mais meia-hora.

Entrei no auditório e a palestra de Alexandre Lopes já estava na metade, mas disse algo muito interessante. Segundo ele, as lesões são multifatoriais, ou seja, algo muito parecido com o que ouvimos sobre acidente de avião - que nunca acontece por um só motivo, mas uma somatória deles. E, para Alexandre, um dos fatores que contribuem para as lesões nos corredores é exatamente o padrão de pisada.

Ao final foi formado um painel de discussão de casos e fui convidado para apresentar algumas dos problemas relatados pelos leitores da CR na seção Medicina Esportiva. As questões são sempre respondidas por José Marques Neto, colaborador da revista de longa data e especialista na área, que aliás, estava presente e fez parte do painel.

Saí do Simpósio contente por ter decidido trilhar pelo caminho (cada vez mais) certo ao adotar os minimalistas e a corrida descalça em 2009. Evidências e pesquisas? Fora o que já apareceu até hoje (ainda pouco), a Irene me disse que tem um grande estudo para ser publicado e que eu vou gostar muito. E você? Já pensou em mudar?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Asics cede mais um pouquinho, mas ainda falta um "pocão"

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A Asics continua caminhando com passos bem tímidos ao minimalismo. Seu principal pesquisador, Simon Bartold, é muito contrário a esse conceito e vive brigando com os defensores da corrida descalça e tênis minimalistas nos fóruns e blogs mundo a fora.

Mas é difícil ficar lutando com uma tendência que vem ganhando espaço a cada dia. O primeiro sinal de que a marca acabou cedendo (de leve) foi o lançamento da linha 33, uma referência ao número de articulações que temos nos pés.

Os 33 tem a forma um pouco mais larga do que se encontra normalmente nos tênis da Asics e não são tão flexíveis, mas pelo menos os tênis são mais baixos, principalmente o Blur.



Para a versão nova do Excel 33 a Asics criou uma tecnologia chamada "Fluid Axis" e a marca diz que revolucionou o design dos tênis ao permitir que a articulação subtalar (a parte do calcanhar responsável movimento natural de pronação e supinação) se mova livremente. Isso, em teoria, deixaria o corredor  livre para executar a pisada da forma mais natural possível.

Entretanto, qualquer tênis realmente minimalista permite com que essa articulação se mova livremente exatamente pelo calçado não ser estruturado. É claro que esse passo da Asics é tímido, mas já é uma certa evolução.

Eu ainda espero a marca lançar um tênis com drop zero, pouco amortecimento e pouca estrutura, pois mesmo com esse lançamento fico sem ter como usar um tênis da marca japonesa. Cederam um pouco, mas para mim, ainda falta um "pocão".

Ps: Um ponto a se notar no vídeo é que no início aparece um pé descalço fazendo a pisada natural (começando com o ante-pé) e depois a mesma pisada com o calçado. O esqusito foi ao final, em que o corredor parece ter se esquecido a técnica do início do vídeo e começou a pisada com o calcanhar. Deve ser para mostrar que é possível correr com esse modelo usando qualquer tipo de técnica de pisada...

Ps 2: Essa semana vou à pré-venda dos modelos da Asics que estarão nas prateleiras brasileiras no segundo semestre de 2013 e acho que terei a oportunidade de ver o novo Excel 33 in-loco. Vamos ver se mudo ou não minha opinião sobre ele.