
Quando a "onda" minimalista tomou corpo 2008-09, só havia o Vibram Five Fingers, que a princípio tinha sido pensando para esportes náuticos. A "comunidade" dos corredores descalços acabou por adotar os VFF, principalmente depois do advento do livro "Nascidos para Correr", e definir o que seria realmente um modelo minimalista: um tênis que permita o movimento natural dos pés. Para isso, ele teria que ter as seguintes características:
1) "Drop zero", ou seja, não pode haver diferença entre a altura do calcanhar e a frente dos pés
2) Flexibilidade. O tênis deve ser flexível ao ponto de poder "enrolar" ele com a mão.
3) Forma larga. Principalmente na parte da frente dos pés. É lá que os dedos do corredor podem se mexer livremente.
4) Quase nada ou nenhum amortecimento. Porque descalço você não tem proteção nenhuma, então se tiver, que seja apenas um proteção.
5) Não ter nenhum tipo de suporte. Para o arco dos pés, sistemas anti-torção, etc.
6) Leveza. Não adianta ter todas as características acima, se o tênis pesar 300 gramas.
Agora, anos depois, muitos modelos apareceram no mercado e muitas marcas diminuiram o drop, deixaram os tênis mais leves, cortaram alguns milímetros de EVA e passaram a dizer que os seus novos modelos são minimalistas. Eu não os condeno. Não foi a indústria que realmente criou esse rótulo e há certa divergência e confusão nas definições de marca para marca.
Precisamos separar o joio do trigo e algumas lojas on-line no exterior já passaram a distinguir os tênis "quase-descalço" daqueles que tem algumas das características dos minimalistas.
Os "quase descalço" tem sido chamados de "barefoot- style shoes", ou "tênis estilo-descalço" (fica bem estranho em português). Outra terminologia que me agrada bastante é chamá-los de ultraminimalistas. Portanto, aqueles tênis que tem todas as características as quais considerávamos minimalistas, passo agora a chamá-los de ultraminimalistas - ex: Vibram Five Fingers, Skechers Go Bionic, os Minimus Zero da NB, EVO da Mizuno e Hattori da Saucony (o essencial é que o tênis seja drop zero).
E os minimalistas? São aqueles que tem a maioria das características dos ultra, mas faltando algo. Por exemplo, os Nike Free. São flexíveis, leves, forma larga, sem suporte, mas tem drop e considerável amortecimento. É um minimalista para mim a partir de agora. Outros exemplos: Saucony Kinvara. O drop desses modelos varia entre 4 e 8 mm. Há casos específicos como o SauconyVirrata, que tem drop zero, mas 18 mm de espessura de espuma de amortecimento. Este será considerado minimalista pois fica um tanto distante do chão para ser considerado um tênis "quase descalço".
Um forma mais prática seria ver o tênis minimalistas como aquele que fica entre os tênis tradicionais e os ultraminimalistas.
Vou começar a mudar o quadro TÊNIS, DROP & CIA para ajustá-lo às novas definições.
É o mercado se adaptando as necessidades dos corredores pelo mundo afora!
ResponderExcluirA Barefoot Runners Society separa os tênis em duas classes: minimalistas e reduzidos.
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirSou fisioterapeuta, completamente a favor do barefoot running, porém, já ouvi falar de derretimento da sola do tênis em corridas de longa distância no asfalto quente.
Isso realmente chega a acontecer? Como vcs minimalistas lidam com isso usando um Vibram Five Fingers por exemplo?
Oi Bruno,
ResponderExcluirEssa situação só ocorre em competições extremas como a Badwater Ultramarathon (http://www.badwater.com/). Lá, as temperaturas chegam a 50 graus centígrados e é necessário usar uma proteção nos pés, como um tênis minimalista ou ultraminimalista.
Abs
Sergio
Obrigado pela resposta Sérgio!
ResponderExcluirAbs