Os dias vão passando e fico cada vez mais achando que o drop dos tênis (a diferença de altura entre o calcanhar e a frente do tênis) é um dos fatores que mais tem importância para que você não consiga executar o movimento que eu considero natural na corrida: o de usar o médio pé como primeiro contato do pé com o chão.
A Raquel Castanharo, que é uma fisioterapeuta com mestrado em biomecânica da corrida, se mudou recentemente para Jundiaí e vem realizando um trabalho interessante com os corredores da região. A maioria dos que a procuram, estão lesionados ou em busca de melhorar sua técnica para evitar futuros problemas.
Um dos primeiros passos do trabalho da Raquel é filmar o corredor em várias posições, analisar possíveis problemas e apontar correções. Nos conhecemos há pouco tempo e Castanharo tem grande simpatia pela corrida natural e trocamos várias figurinhas, pois essa aproximação interessa aos dois. Eu tenho prática e acumulo muitos conhecimentos, alguns científicos e outros empíricos. Já ela, tem grande conhecimento acadêmico e a prática clínica diária.
Em um de nossos papos, surgiu a proposta de ela me filmar correndo para nós vermos, principalmente, como o meu pé se porta descalço e com alguns tipos de calçados.
Veja só como foi.
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A primeira parte é legal para observar a minha técnica: cadência, flexão de joelho e inclinação do corpo. Já as filmagens seguintes foram as mais me chamaram a atenção. Note que quando estou descalço, com o Vibram e com o Saucoy Virrata, o ângulo do pé é praticamente o mesmo (a chamada plantarflexão). O Virrata é um tênis que tem 18 milimetros de espessura de amortecimento, mas tem zero de drop. E quando eu coloco um tênis mais estruturado, mesmo sendo flexível e leve, como o Puma Mobium (que assim como o Virrata, será lançado no Brasil somente no segundo semestre), a posição do meu pé é a mesma, só que o drop faz com que o solado do tênis encoste primeiro o calcanhar no chão. E note que meu tornozelo não está em posição de dorsiflexão (ou seja, não está com a ponta do tênis apontando para cima)
É claro que se eu desse mais umas voltas na pista com ele, meu pé se ajustaria e eu conseguiria pousar com o médio-pé, só que sendo um ajuste, deixaria de ser a posição mais natural para o pé.
Mais uma coisa para se pensar e refletir.
Se você quiser saber um pouco mais sobre o trabalho da Raquel Castanharo, da Movere Fisioterapia, clique aqui.
Veja esse vídeo mais completo (com outro corredor, o Edivaldo Bueno, vulgo Acerola), que mostra a análise um pouco mais completa da técnica de corrida.
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Parabéns Sergio!
ResponderExcluirCondordo com você.
"Suspeitei desde o princípio." http://geradormemes.com/media/created/d1nqdf.jpg
Um grande abraço!!!
Que análises legais.
ResponderExcluirEu tb não tenho dúvida sobre o drop e tb sobre a flexibilidade da sola.
Não adianta ter 4 mm de drop e ser duro que nem pedra.
Fala Sergio!
ResponderExcluirParabéns pelo Blog/Site, um amigo me apresentou ontem e não parei mais de ler.
Sempre senti que tenis com drop alto encurtavam meus movimentos e deixavam minhas pernas cansadas, mas nunca me atentei ao problema, possivelmente, estar relacionado com o drop do tenis. Até que sem querer, por força maior de uma liquidação, acabei comprando um nike free run e vi que minhas dores diminuiram muito! Está certo que outras dores surgiram, notei que algumas dores musculares eu não sentia com os tenis antigos, mas essas logo passaram e me acostumei com o tenis. Hoje está sendo muito dificil não usar o nike para correr e por isso meu amigo me indicou seu Site.
Vou continuar acompanhando daqui e sempre que puder entrarei em contato para tirar duvidas.
Novamente parabéns pelo excelente trabalho!
Abraços e vamo que vamo
Leonardo Nista
Corro por Correr