O amigo e jornalista Gustavo Maia me chamou para gravar um papo sobre tênis minimalistas e corrida descalça na primeira edição do Fôlego 25, programa sobre corrida e qualidade de vida do canal local da NET, em Jundiaí, onde moro.
É sempre bom ter a oportunidade de falar sobre esse assunto. E além do mais, estar no mesmo programa que tem uma entrevista com o "meu primo", Solonei Rocha, é uma tremenda honra.
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quinta-feira, 25 de outubro de 2012
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Agora sim: 3h28 em Buenos Aires.
Em 2008, tinha feito 3h36 em Porto Alegre.
No ano seguinte, fui à Punta del Este para tentar melhorar essa marca.
Só que uma lesão, que tinha aparecido durante o treinamento, decidiu ficar crônica justamente na prova uruguaia.
Ainda sim, completei em 3h47.
A lesão era uma síndrome do piriforme e não queria sumir.
Toda vez que pousava o calcanhar durante a corrida, sentia algo como um choque na região dos glúteos.
Dei um tempo. Voltei a treinar mas o choque continuava.
Decidi usar um Nike Free que estava empoerado no armário. Se "simulasse" a corrida descalça, a biomecânica seria diferente e, quem sabe, não sentiria dores.
Dito e feito. Passei a correr regularmente o Free. Comprei um Vibram Five Fingers e fui me adaptando.
Cometi erros, corrigi uns, insisti em outros. Comecei a correr descalço também.
O piriforme nunca mais deu seu sinal de existência - ao menos a tal da síndrome.
Ano passado já me sentia pronto para correr uma maratona de novo e fui para Porto Alegre. Tive câibras nas panturrilhas e abandonei.
Decidi que deveria mudar o jeito que treinava e passei a receber orientações do técnico e agora grande amigo, Wanderlei de Oliveira.
O resultados começaram a aparecer. Melhorei meu resultado na meia e cheguei perto de ser sub-1h40. Nos 10 km voltei a correr na casa de 45 minutos.
Fiquei alternando entre disputar provas descalço e sandálias para no final descobrir que o melhor era sempre competir com o Five Fingers.
Continuei treinando bem, mas o "pulo do gato" foi mudar algo que achava que não precisava - a alimentação.
Depois de ler bastante coisa a respeito (Phil Maffetone, Tim Noakes, dieta do paleolítico, etc), conversar com alguns nutricionistas e trocar figurinhas com o Danilo Balu (que além de Educador Físico, também é nutricionista) decidi que ia tirar os carboidratos processados da minha alimentação.
Pode parecer radical ou loucura ficar sem comer pães e macarrão, por exemplo. Eu tirei tudo que tenha farinha de trigo (integral ou não) da minha alimentação. Arroz, batatas e milho também estão de fora. Qualquer alimento que tenha sido industrializado também não entra no meu cardápio - bolachas, massas de microondas, etc. Açucar refinado? Me dou o luxo de usar apenas no cafezinho.
Minha alimentação passou a se basear em sementes, castanhas, ovos, saladas (muita salada), carnes diversas, azeite de oliva, muitas frutas e derivados de leite com o iogurtes e queijos. Tudo isso para que haja um baleanceamento do consumo de gorduras, proteínas e ácidos graxos com baixo consumo de carboidratos. Não, não tive crise de abistinência. Comparo a tirada dos carboidratos processados e alimentos industrializados da minha alimentação como a decisão de parar de fumar (é, sou ex-fumante).
A explicação, a grosso modo, é a seguinte: os carboidratos processados causam aumento da produção de insulina no corpo, porque é a insulina que entra em ação para tranformar o carbos em glicose. Quando há excesso de insulina no sangue (causado por alto consumo de carboidratos) o metabolismo da glicose é prejudicado, ou seja, atrapalha o processo de armazenamento de glicogênio nos músculos e fígado, e esses carbos que eu consumia viravam gordura, empatando a conta. O pessoal chama isso de "síndrome metabolica" e é, em geral, relacionada à obesidade, mas acontece com várias pessoas com peso "saudável" e uns dizem que é mais comum do que muitos pensam.
No meu caso, portanto, o baixo consumo de carboidratos associado aos alimentos que venho consumindo acabaram por balancear esse metabolismo fazendo com que o corpo pudesse me fornecer energia de forma mais eficaz e, de quebra, queimou o excesso de gorduras acumuladas.
Devo dizer que isso se aplica ao meu caso. Nem todas pessoas tem essa intolerância à insulina. Há casos e casos e o ideal é que você converse com uma nutricionista para saber melhor a esse respeito, como eu fiz. Alías, se você for nutricionista ou saber mais sobre esse assunto, por favor, me corrija se eu estiver errado.
E o que mudou? Bom, nesses 3 meses em que fiz essa mudança, emagreci 8 quilos e passei a treinar com um nível de energia que nunca tinha tido antes. Nesse interim, bati meu recorde dos 10 km (de 44:45 para 43:30) e da Meia-Maratona - de (1h40 para 1h37).
O único recorde pessoal que perdurava era o da maratona. Foi com essa intenção que desembarquei em Buenos Aires na última sexta-feira.
E agora sim, ao fazer 3:28:19, baixei 8 minutos do tempo que fizera em Porto Alegre há quatro anos atrás. Corri de Vibram Five Fingers e fiquei com as mesmas dores musculares que todos sentem após completar a prova - dificuldade para andar, subir e descer escadas, etc.
Hoje, mais do que nunca, sinto que realmente não basta apenas treinar com dedicação. É necessário observar tudo o que entra na lista para se boas performances e de como nosso corpo dispõe e oferece energia para os exercícios. E saber que para isso não é necessário ficar tomando suplementos alimentares caros ou ficar no senso comum de que sem carboidratos não é possível correr bem, é no mínimo, intrigante.
Carbo em gel? Sim, uso apenas durante a prova e só, até porque durante o exercício, a produção de insulina é reduzida.
Depois tento escrever sobre a prova portenha.
Nesse momento quero apenas permanecer com o sorriso no rosto. E basta.
No ano seguinte, fui à Punta del Este para tentar melhorar essa marca.
Só que uma lesão, que tinha aparecido durante o treinamento, decidiu ficar crônica justamente na prova uruguaia.
Ainda sim, completei em 3h47.
A lesão era uma síndrome do piriforme e não queria sumir.
Toda vez que pousava o calcanhar durante a corrida, sentia algo como um choque na região dos glúteos.
Dei um tempo. Voltei a treinar mas o choque continuava.
Decidi usar um Nike Free que estava empoerado no armário. Se "simulasse" a corrida descalça, a biomecânica seria diferente e, quem sabe, não sentiria dores.
Dito e feito. Passei a correr regularmente o Free. Comprei um Vibram Five Fingers e fui me adaptando.
Cometi erros, corrigi uns, insisti em outros. Comecei a correr descalço também.
O piriforme nunca mais deu seu sinal de existência - ao menos a tal da síndrome.
Ano passado já me sentia pronto para correr uma maratona de novo e fui para Porto Alegre. Tive câibras nas panturrilhas e abandonei.
Decidi que deveria mudar o jeito que treinava e passei a receber orientações do técnico e agora grande amigo, Wanderlei de Oliveira.
O resultados começaram a aparecer. Melhorei meu resultado na meia e cheguei perto de ser sub-1h40. Nos 10 km voltei a correr na casa de 45 minutos.
Fiquei alternando entre disputar provas descalço e sandálias para no final descobrir que o melhor era sempre competir com o Five Fingers.
Continuei treinando bem, mas o "pulo do gato" foi mudar algo que achava que não precisava - a alimentação.
Depois de ler bastante coisa a respeito (Phil Maffetone, Tim Noakes, dieta do paleolítico, etc), conversar com alguns nutricionistas e trocar figurinhas com o Danilo Balu (que além de Educador Físico, também é nutricionista) decidi que ia tirar os carboidratos processados da minha alimentação.
Pode parecer radical ou loucura ficar sem comer pães e macarrão, por exemplo. Eu tirei tudo que tenha farinha de trigo (integral ou não) da minha alimentação. Arroz, batatas e milho também estão de fora. Qualquer alimento que tenha sido industrializado também não entra no meu cardápio - bolachas, massas de microondas, etc. Açucar refinado? Me dou o luxo de usar apenas no cafezinho.
Minha alimentação passou a se basear em sementes, castanhas, ovos, saladas (muita salada), carnes diversas, azeite de oliva, muitas frutas e derivados de leite com o iogurtes e queijos. Tudo isso para que haja um baleanceamento do consumo de gorduras, proteínas e ácidos graxos com baixo consumo de carboidratos. Não, não tive crise de abistinência. Comparo a tirada dos carboidratos processados e alimentos industrializados da minha alimentação como a decisão de parar de fumar (é, sou ex-fumante).
A explicação, a grosso modo, é a seguinte: os carboidratos processados causam aumento da produção de insulina no corpo, porque é a insulina que entra em ação para tranformar o carbos em glicose. Quando há excesso de insulina no sangue (causado por alto consumo de carboidratos) o metabolismo da glicose é prejudicado, ou seja, atrapalha o processo de armazenamento de glicogênio nos músculos e fígado, e esses carbos que eu consumia viravam gordura, empatando a conta. O pessoal chama isso de "síndrome metabolica" e é, em geral, relacionada à obesidade, mas acontece com várias pessoas com peso "saudável" e uns dizem que é mais comum do que muitos pensam.
No meu caso, portanto, o baixo consumo de carboidratos associado aos alimentos que venho consumindo acabaram por balancear esse metabolismo fazendo com que o corpo pudesse me fornecer energia de forma mais eficaz e, de quebra, queimou o excesso de gorduras acumuladas.
Devo dizer que isso se aplica ao meu caso. Nem todas pessoas tem essa intolerância à insulina. Há casos e casos e o ideal é que você converse com uma nutricionista para saber melhor a esse respeito, como eu fiz. Alías, se você for nutricionista ou saber mais sobre esse assunto, por favor, me corrija se eu estiver errado.
E o que mudou? Bom, nesses 3 meses em que fiz essa mudança, emagreci 8 quilos e passei a treinar com um nível de energia que nunca tinha tido antes. Nesse interim, bati meu recorde dos 10 km (de 44:45 para 43:30) e da Meia-Maratona - de (1h40 para 1h37).
O único recorde pessoal que perdurava era o da maratona. Foi com essa intenção que desembarquei em Buenos Aires na última sexta-feira.
E agora sim, ao fazer 3:28:19, baixei 8 minutos do tempo que fizera em Porto Alegre há quatro anos atrás. Corri de Vibram Five Fingers e fiquei com as mesmas dores musculares que todos sentem após completar a prova - dificuldade para andar, subir e descer escadas, etc.
Hoje, mais do que nunca, sinto que realmente não basta apenas treinar com dedicação. É necessário observar tudo o que entra na lista para se boas performances e de como nosso corpo dispõe e oferece energia para os exercícios. E saber que para isso não é necessário ficar tomando suplementos alimentares caros ou ficar no senso comum de que sem carboidratos não é possível correr bem, é no mínimo, intrigante.
Carbo em gel? Sim, uso apenas durante a prova e só, até porque durante o exercício, a produção de insulina é reduzida.
Depois tento escrever sobre a prova portenha.
Nesse momento quero apenas permanecer com o sorriso no rosto. E basta.

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