Até domingo retrasado, minhas únicas experiências em correr descalço em provas se resumiam a ter corrido a meia de São Paulo (Yescom) no início do ano em um ritmo para lá de conservador, e os últimos 7 km de duas das meias-maratonas Golden Four Asics (BH e SP).
Depois de ter melhorado minha técnica (leia aqui), perdi o "pudor" e experimentei correr mais duas provas sem nada nos pés.
A primeira delas foi a Volta da Pampulha no dia 4 de dezembro. Como passei dois dias trabalhando na entrega dos kits da corrida, o cansaço acabou dando as caras. Encaixei um ritmo entre o confortável e o forte e completei a prova em 1h33 - quase 20 minutos mais rápido que minha primeira participação na prova há cerca de 7 anos atrás - com tênis. Na Pampulha tive o privilégio de correr os últimos 10 km ao lado de Leonardo Liporati, que já corre sem tênis há 6 anos e já completou algumas maratonas dessa maneira. Também tivemos a companhia do Roger, mais um da turma descalça de Belo Horizonte.
A segunda experiência foi ontem na 2ª Corrida pela Gentileza, em Jundiaí. Foi a primeira vez que corri descalço "diretinho", com o Tomaz Lourenço costuma dizer. Corri focado o tempo todo e completei a prova em 45:30 (tempo corrigido, já que os 44:12 que meu relógio marcou não podem ser levados em consideração pois a própria organização admitiu que a prova estava mais curta devido a uma ingerência do controle de tráfego da cidade). Isso significa que já consigo correr descalço nas provas com o mesmo ritmo que eu corria com os tênis.
Nas duas provas os meus pés terminaram inteiros e alguns amigos e outros curiosos pediram para ver o meu pé após a prova e se surpreendiam pela sola do meu "tênis natural" estar absolutamente zerada, sem marcas ou bolhas. Confesso que até eu estava surpreso - sinal que estou indo no caminho certo.
Hoje já penso em ampliar minha experiência e, quem sabe, correr uma maratona descalço - coisa inimaginável para mim há 2 anos atrás quando fiz a transição para calçados minimalistas.
Só o tempo, o treinamento e, logicamente, meus pés, dirão se isso será possível.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
A arte ninja de correr descalço
Faz pouco quase um mês que uma amiga me trouxe um Kindle dos EUA. Era um dos meus maiores sonhos de consumo - um leitor de livros digitais. Segundo Michel Laub, meu amigo escritor, o bom do Kindle é que ele é feito somente para ler livros. Não dá para ver vídeos, não tem "Angry Birds", nem nada. Se fosse um tablet tipo iPad, a última coisa que eu faria era ficar lendo um livro. Até dá para navegar na internet, mas o navegador é bem limitado, e serve basicamente para você comprar outros títulos na Amazon.
O tipo de tela do Kindle favorece muito a leitura. Ele não tem retro-iluminação, ou seja, ele não é como uma tela de um monitor de computador, portando, a vista não cansa, assim como um livro normal. Mas o que isso tem a ver com a arte ninja de correr descalço?
Como você, leitor, já sabe, eu tenho feito minhas experiências com a corrida descalça, já testei algumas huaraches e outros tênis mínimos (mínimos de verdade). Mas sempre achei que limitaria minhas corridas sem nada nos pés ao "fortalecimento" do meu solado natural. Foi então que comprei o livro do Ken Bob Saxton: "Running Barefoot Step by Step" ("Correndo descalço passo a passo") e baixei para o meu Kindle.
Para quem não sabe, Ken Bob corre descalço há 25 anos, já completou mais de 70 maratonas dessa maneira e é considerado o "guru" dos corredores sem tênis nos EUA. Ele tem um site, o "The Running Barefoot" que, segundo o próprio, seria provavelmente o primeiro sobre esse assunto, já que foi inaugurado em 1997.
O livro é muito legal e faz um histórico de Ken Bob, aborda sua técnica e de forma bem simples, ensina "passo a passo" como ser bem sucedido no correr sem tênis.
Eu tenho corrido descalço a metade da minha quilômetragem semanal por cerca de um ano. Mas já tinha sacado que correr dessa maneira é um eterno aprendizado e mesmo trocando informações com outros corredores brazukas, é muito raro ter a companhia de um outro corredor que possa me observar e apontar algo que eu pudesse melhorar na minha forma de correr.
O site do Ken Bob, convenhamos, é uma verdadeira "zona". Eu nunca consegui achar exatamente as informações que eu queria por lá, por estarem em posts do tipo blog etc. Mas com o livro, foi possível concentrar as informações importantes, que era exatamente o que eu precisava.
Na leitura, descobri o que faltava para que eu pudesse correr sem machucar o meu solado natural. Uma das coisas que Ken Bob deixa muito clara é a posição da corrida: você deve ficar ereto, mas com os joelhos dobrados (mais dobrados do que se imagina) e nunca inclinar o corpo para a frente. É o que o pessoal chama por aqui de se "correr sentado". Dessa maneira, difícilmente os pés não "pousam" em baixo do seu centro de gravidade, ou de balanço, como Bob prefere dizer. E também fica mais fácil elevar (e não impulsionar) os pés e distribuir o seu peso a cada pisada.
O que acontece quando corremos assim? Algo muito revelador, pelo menos para mim. Você acaba tendo menos contato com o chão, já que as passadas precisam ser mais rápidas (pelo menos + de 180 passos por minuto) e esse contato passa a ser mais leve e menos penoso. Na verdade, não tem nada de penoso. É possível, acredite, correr em qualquer superfície assim. Mesmo com um montão de pedras e pedrinhas.
Ontem de noite - isso mesmo - de noite, fiz uma rodagem de 10 km por um percurso que, com certeza, eu teria evitado há duas semanas atrás. Tem trechos com asfalto extremamente "choquito", calçadas quebradas, trechos sem nenhuma iluminação e outras dificuldades. Cheguei em casa tranquilo, com os pés inteiros e sem sentir dores na sola dos pés.
Cara, eu me senti um ninja!
O tipo de tela do Kindle favorece muito a leitura. Ele não tem retro-iluminação, ou seja, ele não é como uma tela de um monitor de computador, portando, a vista não cansa, assim como um livro normal. Mas o que isso tem a ver com a arte ninja de correr descalço?
Como você, leitor, já sabe, eu tenho feito minhas experiências com a corrida descalça, já testei algumas huaraches e outros tênis mínimos (mínimos de verdade). Mas sempre achei que limitaria minhas corridas sem nada nos pés ao "fortalecimento" do meu solado natural. Foi então que comprei o livro do Ken Bob Saxton: "Running Barefoot Step by Step" ("Correndo descalço passo a passo") e baixei para o meu Kindle.
Para quem não sabe, Ken Bob corre descalço há 25 anos, já completou mais de 70 maratonas dessa maneira e é considerado o "guru" dos corredores sem tênis nos EUA. Ele tem um site, o "The Running Barefoot" que, segundo o próprio, seria provavelmente o primeiro sobre esse assunto, já que foi inaugurado em 1997.
O livro é muito legal e faz um histórico de Ken Bob, aborda sua técnica e de forma bem simples, ensina "passo a passo" como ser bem sucedido no correr sem tênis.
Eu tenho corrido descalço a metade da minha quilômetragem semanal por cerca de um ano. Mas já tinha sacado que correr dessa maneira é um eterno aprendizado e mesmo trocando informações com outros corredores brazukas, é muito raro ter a companhia de um outro corredor que possa me observar e apontar algo que eu pudesse melhorar na minha forma de correr.
O site do Ken Bob, convenhamos, é uma verdadeira "zona". Eu nunca consegui achar exatamente as informações que eu queria por lá, por estarem em posts do tipo blog etc. Mas com o livro, foi possível concentrar as informações importantes, que era exatamente o que eu precisava.
Na leitura, descobri o que faltava para que eu pudesse correr sem machucar o meu solado natural. Uma das coisas que Ken Bob deixa muito clara é a posição da corrida: você deve ficar ereto, mas com os joelhos dobrados (mais dobrados do que se imagina) e nunca inclinar o corpo para a frente. É o que o pessoal chama por aqui de se "correr sentado". Dessa maneira, difícilmente os pés não "pousam" em baixo do seu centro de gravidade, ou de balanço, como Bob prefere dizer. E também fica mais fácil elevar (e não impulsionar) os pés e distribuir o seu peso a cada pisada.
O que acontece quando corremos assim? Algo muito revelador, pelo menos para mim. Você acaba tendo menos contato com o chão, já que as passadas precisam ser mais rápidas (pelo menos + de 180 passos por minuto) e esse contato passa a ser mais leve e menos penoso. Na verdade, não tem nada de penoso. É possível, acredite, correr em qualquer superfície assim. Mesmo com um montão de pedras e pedrinhas.
Ontem de noite - isso mesmo - de noite, fiz uma rodagem de 10 km por um percurso que, com certeza, eu teria evitado há duas semanas atrás. Tem trechos com asfalto extremamente "choquito", calçadas quebradas, trechos sem nenhuma iluminação e outras dificuldades. Cheguei em casa tranquilo, com os pés inteiros e sem sentir dores na sola dos pés.
Cara, eu me senti um ninja!
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Reflexão sobre os tênis que os atletas de elite usam e os que nós, mortais, usamos
Todos nós sabemos que os atletas de elite de corridas de ruas e maratonas usam tênis de competição. Em geral, são aqueles tênis bem baixinhos e com pouco amortecimento. E usam esses modelos não só em provas, como também em seus treinos regulares.
Grande maioria desses corredores fazem uma quilometragem altíssima - uns chegam a mais de 200 km semanais.
Treinos de alta quilometragem semanal e, principalmente, um treino para maratona é feito sempre próximo ao limite de cada um deles.
Portanto, podemos concluir que eles estão muito mais propensos a se lesionar do que nós, meros mortais. Até por causa desse volume todo de treinamento.
Nós rodamos bem menos que eles. São pouco os amadores dedicados que chegam a ultrapassar os 100 km semanais. Tem alguns que não chegam a rodar nem 30 km em uma semana.
Então, se corremos menos que os atletas de elite, supostamente estamos menos propensos a nos lesionarmos, certo? Então por que temos que usar tênis com um montão de amortecimento, proteções anti-torção e sistemas complexos de amarração?
Se todos esses aparatos nos protege, por que os atletas de elite, que correm muito mais do que nós não usam esses "super-tênis"?
Grande maioria desses corredores fazem uma quilometragem altíssima - uns chegam a mais de 200 km semanais.
Treinos de alta quilometragem semanal e, principalmente, um treino para maratona é feito sempre próximo ao limite de cada um deles.
Portanto, podemos concluir que eles estão muito mais propensos a se lesionar do que nós, meros mortais. Até por causa desse volume todo de treinamento.
Nós rodamos bem menos que eles. São pouco os amadores dedicados que chegam a ultrapassar os 100 km semanais. Tem alguns que não chegam a rodar nem 30 km em uma semana.
Então, se corremos menos que os atletas de elite, supostamente estamos menos propensos a nos lesionarmos, certo? Então por que temos que usar tênis com um montão de amortecimento, proteções anti-torção e sistemas complexos de amarração?
Se todos esses aparatos nos protege, por que os atletas de elite, que correm muito mais do que nós não usam esses "super-tênis"?
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Anton Kupricka lançará a linha Minimus, da New Balance, no Brasil
Eu já havia falado um pouco sobre a linha minimalista da New Balance (nesse post aqui e nesse outro aqui), os "Minimus". Há quatro modelos: o Minimus Road, Mininus Trail, Minimus Life e Minimus Cross-Trainer (veja aqui). Todos eles já tem a "pegada" de tênis mínimos, mas ainda faltam serem "drop zero", ou seja, não ter diferença entre a altura do calcanhar para a frente do pé. Dos quatro, o Trail é que mais se aproxima do ideal.
Mas o que interessa mesmo é que a linha Minimus será oficialmente lançada no Brasil no dia 3 de novembro, às 20 horas, na loja Mundo Corrida (Av. Brigadeiro Luis Antonio, 4919), em São Paulo. E quem vem para fazer o lançamento é o ultramaratonista Anton Kupricka, que com apenas 28 anos, tem vitórias muito significativas nas principais ultra-maratonas nos EUA, como a Leadville 100, Miwok 100k e Rocky Raccoon, além de boas participações na Western States.
Kupricka tem uma relação "zen" com a corrida e é uma figura muito interessante pois parece que corre sob travesseiros, tal sua leveza. O desenvolvimento e aperfeiçoamento do Minimus Trail teve sua mão, quero dizer, pé.
Essa eu não perco!
Que conhecer um pouco mais sobre o Anton Kupricka?
Leia o blog pessoal dele e o que ele mantém na revista Running Times
Veja também esse vídeo...
[youtube]9SUZ5xB_Skk[/youtube]
...esse...
[youtube]goZNN8h6M6E[/youtube]
...e mais esse:
[youtube]kjDLorXfkao[/youtube]
Mas o que interessa mesmo é que a linha Minimus será oficialmente lançada no Brasil no dia 3 de novembro, às 20 horas, na loja Mundo Corrida (Av. Brigadeiro Luis Antonio, 4919), em São Paulo. E quem vem para fazer o lançamento é o ultramaratonista Anton Kupricka, que com apenas 28 anos, tem vitórias muito significativas nas principais ultra-maratonas nos EUA, como a Leadville 100, Miwok 100k e Rocky Raccoon, além de boas participações na Western States.
Kupricka tem uma relação "zen" com a corrida e é uma figura muito interessante pois parece que corre sob travesseiros, tal sua leveza. O desenvolvimento e aperfeiçoamento do Minimus Trail teve sua mão, quero dizer, pé.
Essa eu não perco!
Que conhecer um pouco mais sobre o Anton Kupricka?
Leia o blog pessoal dele e o que ele mantém na revista Running Times
Veja também esse vídeo...
[youtube]9SUZ5xB_Skk[/youtube]
...esse...
[youtube]goZNN8h6M6E[/youtube]
...e mais esse:
[youtube]kjDLorXfkao[/youtube]
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Sobre a técnica correta da corrida
Se você corre como um dos corredores do vídeo abaixo, entre em contato com o pessoal do Blog "An Athlete's Body - tips, drills and knowledge for sucess" ou "Um corpo de atleta - Dicas, Técnicas e Conhecimento para o Sucesso". Eles podem te ajudar.
[youtube]nGojEyYBmwc[/youtube]
Na edição de outubro da CR, também tem uma matéria da Yara Achôa que aborda a postura correta na corrida. Leia!
[youtube]nGojEyYBmwc[/youtube]
Na edição de outubro da CR, também tem uma matéria da Yara Achôa que aborda a postura correta na corrida. Leia!
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Escritos de corredor para corredor

Reproduzo aqui a resenha "De Corredor para Corredor" publicada na edição de setembro da Contra-Relógio.
Apesar de ter sido escrito há 33 anos atrás e de ter referências a campeões da época, "Era uma vez um corredor" ainda captura sensações que nós corredores sentimos. Difícil não ser afetado por ele.
Veja bem: a distância é tipicamente americana – 1 milha. O ambiente universitário, de disputas e camaradagem também. As músicas citadas - nunca ouvi. Mas o que faz tão especial? A capacidade do autor em descrever com exatidão as dificuldades e as sensações pelas quais Quenton Cassidy, o protagonista, passa durante seus treinos e provas.
O autor, o norte-americano John L. Parker Jr, que foi um excelente corredor e amigo de Frank Shorter (vencedor da Maratona dos Jogos Olímpicos de Munique, Alemanha), escreveu e publicou o livro por conta própria em 1978 e era estocado no porta-malas do carro e vendido pelo mesmo. O livro foi tão lido e procurado que por fim acabou sendo publicado por uma editora convencional.
A história é basicamente sobre a busca de Quenton Cassidy em se tornar um campeão e de todos os sacrifícios que tem que fazer para chegar lá, com a ajuda de um amigo que vira seu técnico. Pessoalmente, fiquei com vontade de testar meus próprios limites após virar a última página. O livro é cheio de referências a corredores de expressão, como o próprio Frank Shorter, Roger Bannister, Paavo Nurmi, Kip Keino, entre outros.
A tradução, a cargo de Claudio Figueiredo, é digna de elogios. Todos os termos relacionados a ritmo, distância e “tecnicismos”, aos quais nós, corredores, estamos acostumados, foram respeitados – o que é pouco comum. O autor publicou uma sequência do livro há cerca de 3 anos, chamada “Again to Carthage” (“De volta à Cartago”, em português) em que o protagonista larga a corrida, mas decide voltar a treinar, agora para disputar uma vaga na maratona das Olimpíadas. Contatada, a editora ainda não tem planos para publicá-lo.
TRECHO
“Depois da décima quinta série de quatrocentos metros, teria de pensar por um momento para se lembrar do próprio nome. Mas agora ele tinha seus quatrocentos metros inteiros de descanso, que corria com pequenos passos, saboreando cada instante. Sua mente deixou a condição neutra e se deliciou num estado de espírito de frivolidade. Estava morrendo de sede; a língua tinha colado no céu da boca e não precisava mais cuspir os tufos brancos de saliva congelada, pois não havia mais nenhum.”
SERVIÇO
“Era uma vez um corredor”, John L. Parker Jr. (Editora Intrínseca; 246 pags.; R$ 29,90)
SERVIÇO
“Era uma vez um corredor”, John L. Parker Jr. (Editora Intrínseca; 246 pags.; R$ 29,90)
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Skechers e a elite. Como assim?

Os tênis da Sketechers são aqueles que servem para tonificar os músculos da perna, glúteos, etc. Eles já estão por aí há algum tempo e vêm fazendo uma campanha agressiva de marketing aqui no Brasil. Tanto que não é mais incomum vermos pessoas calçando um modelo deles - até minha sogra usa.
De qualquer forma, o tênis tem um solado muito alto e é feito para que você não uso o calcanhar para a pisada mesmo quando está caminhando. O benefício ainda precisa ser avaliado. A revista mesmo recebeu um modelo de corrida (foto) que será testado no Guia do Tênis da edição de outubro.
O que foi fato no início deste mês, foi Meb Keflezighi ter assinado com a Skechers. Para lembra: o eritreu naturalizado norte-americano é medalhista de prata na Maratona Olímpica de Atenas (ele foi o segundo cara a ultrapassar o Vanderlei Cordeiro de Lima após o ataque do padre irlandês maluco) e vencedor da Maratona de Nova York 2009 (2:09:19).
Meb não só correrá com os tênis, como também vai participar do desenvolvimento de novos produtos para a marca. Pensei comigo: "Mas ele vai correr com aquele tênis que recebemos? Elite só corre com tênis de competição, bem baixinhos...".
Só deu para entender quando assisti esse vídeo, em que aparece o modelo com que Meb provavelmente vai usar em suas provas e treinos. Christian Burke, o atleta do vídeo, fala um pouco sobre as propriedades do tênis, que "apesar" de ter amortecimento, é incrivelmente flexível. Dá uma olhada:
[youtube]dNuit8gssC4[/youtube]
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Golden 4 Asics: Três anos, três semanas

Quando participei da etapa de Belo Horizonte da Golden Four Asics, bati um recorde pessoal em meia-maratona que durava 3 anos.
Neste último domingo, 3 semanas depois, “rebati” a marca por 27 segundos, quando meu relógio me avisou que tinha completado a prova com 1:40:42.
Ao contrário da etapa mineira, não me emocionei. Desta vez apareceu um largo sorriso no rosto e a sensação de dever cumprido.
O percurso é legal e rápido. Confesso que os “cotovelos” na USP são chatos, mas também é uma oportunidade de trocar algumas palavras com alguns amigos.
Eu ODEIO correr na av. Politécnica (que margeia uma das laterais da Universidade de São Paulo) pois você nunca vê onde fica o ponto de retorno, mas como corremos pela contramão dos carros, não me pareceu tão mal assim.
E por falar na tal Politécnica, foi pouco antes de botarmos os pés por lá que “colei” no amigo Fausto Corteze. Ele tinha perdido um pouco do ritmo e eu acabamos um puxando o outro, o que acabou fazendo com que nós dois batessemos nossos recordes pessoais.
Daí a importância dos marcadores de ritmo em corridas. Não entendo como as pessoas não fazem isso espontâneamente. Vários amigos já tiveram esse tipo de ajuda no exterior.
Nós, brasileiros, somos famosos por sermos amistosos e cordiais etc. Em muitas corridas, poucos se juntam para tentar correr na mesma meta e ir junto até a chegada. Se você passa a correr ao lado de alguém no mesmo ritmo em alguma prova, a pessoa em geral tenta se desvenciliar.
Obrigado Fausto! Se não fosse por você, não tinha batido o recorde que veio depois de 3 anos em 3 semanas.

Fiz o mesmo que fiz BH. Os primeiros 14 km com a huarache e os últimos 7 km descalço. O que parece um mp3 player no meu braço é a sandália que está encaixada por ali.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Campanha do NB Minimus nos EUA
Começou a ser veículada na televisão americana a campanha do modelo minimalista da New Balance - o NB Minimus. O comercial é espirituoso e divertido. O slogan é algo como: "Como descalço, só que melhor". O importante mesmo é saber que já tem marca dando a cara para bater por lá e que o minimalismo está virando "mainstream".
[youtube]p6dcQ14bYmQ[/youtube]
[youtube]JGCho7IyNkY[/youtube]
[youtube]p6dcQ14bYmQ[/youtube]
[youtube]JGCho7IyNkY[/youtube]
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Recorde "mundial" pessoal não tem preço

Um recorde pessoal nunca acontece apenas por um motivo. É uma somatória de fatores: treinamento, dedicação, diciplina, vontade, dia, clima, prova, temperatura, sol, vento, companhias, comida, sono, técnico, café, água e gatorade.
Todos esses fatores foram positivos para mim ontem na meia-maratona Asics Golden 4 etapa de Belo Horizonte.
Uma hora antes da prova, acertei com o técnico Wanderlei de Oliveira o ritmo em que deveria correr- estou sendo treinado por ele a cerca de 2 meses.
Larguei controlando o ritmo e fui embora. Durante o caminho, encontrei vários amigos com quem conversei na entrega dos kits, digo, Expo, e continuei firme.
Alías, a Expo é um parágrafo à parte. O almoço de massas, ao contrário do que aconteceu na etapa do Rio, foi farto e a combinação de comer e assistir as palestras foi uma boa sacada. Como a prova é da Asics, havia uma loja da marca com convidativos 20% de desconto nos produtos. Me aproveitei da tenda de massagem para tirar uma dor nas coxas que estava me encucando. O ambiente da Expo era legal, tanto que eram poucos os corredores que pegavam seus kits e iam embora.
De volta à prova - Ter água e isotônico de 3 em 3 km é muito bom porque ninguém se estapeia para se abastecer. Todos que já correram provas com apenas um posto de gatorade sabe do que eu estou falando.
O sol se arriscou, mas a temperatura continuava amena. Um trecho com vento forte, ok. O trecho da Lagoa da Pampulha que corremos tem muitas curvas sinuosas que nos tiram alguns segundos, mas dão graça à prova. Nos kms finais perco um pouco o ritmo, mas ainda estava no alvo.
Chegada: olho o relógio e me emociono. Fechei em 1:41:09, melhorando em mais de um minuto e meio a marca que eu tinha em na Meia da Corpore de 2008 (1:42:42).
Queria agradecer o treinamento, dedicação, diciplina, vontade, dia, clima, prova, temperatura, sol, vento, companhias, comida, sono, técnico, café, água e gatorade por ter batido meu recorde "mundial" pessoal da meia-maratona.
Além desses fatores, queria dizer que a prova é muito boa e cumpre o que promete. Houve um pequeno atraso na largada, mas tudo bem. É óbvio que também preciso agradecer ao técnico Wanderlei de Oliveira por ter resgatado minha confiança. Tempos mais rápidos virão.
Bater um recorde pessoal que durava 3 anos, não tem preço.
ps: Foi um sábado e domingo muito bom na companhia de pessoas ótimas. Dos grandes amigos: André Savazoni, Wanderlei de Oliveira, Fernanda Paradizo, Harry (Blog do Harry), Nino e David Homsi. Da turma da Asics: Andréa Longhi, Giovani Decker, Danilo Balú, Rodrigo Cury, Tatiana, Bruna Moura, Cintia Banús, Thiago, Iberê, Solonei e Simone Chagas. Dos mineiros show de bola: Carlyle, Giordano,Leonardo Mesquita, Rodrigo Smarzaro, Japão, e os descalços Leonardo Liporati e Roger.
ps2: Sim, corri a prova de huaraches e fiz os últimos 7 km descalço. No fim das contas, o que faz você correr é o treinamento e não o que você usa ou não nos pés.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Huaraches “made in Brazil”

Como muitos dos leitores deste blog sabem, tenho experimentado correr descalço (ou quase) por cerca de um ano e meio. Nesse ínterim, fui correndo com vários calçados alternativos, como os Vibram Five Fingers, RunAmocs, Merrell Trail Glove e alguns modelos de huaraches (as tais sandálias que os índios Rarámuri do México usam para correr e popularizadas pelo livro “Nascido para Correr”, do jornalista Christopher McDougall).
Dentre todas as alternativas, sinto que as sandálias são as que menos interferem na dinâmica do movimento do pé quando corremos. De modo que é possível correr com elas da mesma maneira com a qual correríamos descalços. Com as outras alternativas, tenho que me policiar para correr com a técnica “natural” correta, o que considero chato, pois é ter que ficar correndo e pensando se está com a técnica correta é um tanto frustrante, pois tira o prazer de correr se preocupando com outras coisas, como o rendimento ou simplesmente a paisagem.
Eu freqüento alguns fóruns de discussão sobre corrida descalça e um deles é uma comunidade brasileira do Orkut chamada “Corredores Descalços” e nesses dias fui surpreendido pela notícia de um sujeito que está fazendo huaraches aqui no Brasil, em Minas Gerais, para ser mais exato – curiosamente o local onde aparentemente há mais simpatia pela corrida descalça (ou quase). Até então ficávamos restritos aos modelos feitos nos EUA, como a Invisible Shoe, Luna Sandas, Wokova (ex-Unshoes) e Run Branca (para citar apenas alguns). O modelo que tenho usado ultimamente é uma mistura entre uma Invisible Shoe e o laço de couro elástico “Equus” das Luna Sandals, carinhosamente chamada de Huarache Frankstein por mim.
Genaro Kummer é designer de produtos decidiu aproveitar sua experiência trabalhando em uma fábrica de calçados para fazer suas próprias sandálias, usando os modelos americanos como referência. O site em que vende suas sandálias é o www.taboosandals.com e, segundo Genaro tem tido sucesso por estar no ar há pouco mais de 15 dias no ar.
No site é possível encomendar o modelo Cobra (modelo único, por ora) a partir do traço do seu pé por R$ 60, mais o custo de envio ou pedir um kit DIY (Do-It-Yourself, ou seja, faça você mesmo) por R$ 35 (mais envio). Há também um vídeo de instruções sobre como amarrar as sandálias e outras informações.
Devo receber um de seus modelos em breve para poder opinar sobre a qualidade das huaraches brazucas.
Se alguém já experimentou uma Taboo me avise!
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Novidades nos tênis da Olympikus e da Sketchers

Na semana passada visitei a Francal, feira que ocorre anualmente e que mostra as novidades que serão lançadas no mercado brasileiros de calçados, bolsas e afins. Fui para ver pessoalmente os lançamentos da Olympikus – as atualizações dos modelos de corrida, o Prona 2 e o Neutro 3 e o Rio, tênis de competição que tem esse nome em homenagem à Maratona do Rio, que tem agora a Olympikus como patrocinadora.
Sobre os modelos atualizados (Prona e Neutro), digo que ambos perderam a cara de “Asics” que os rondavam. Acho que a parte de “amortecimento aparente” não é das mais bonitas (aquelas pequenas protuberâncias em gel que ficam no calcanhar), mas já é notável a mudança na parte interna do cabedal, onde foram feitos alguns aprimoramentos. O ponto de flexão para a fase de decolagem dos tênis (problema que foi notado por um de nossos testadores da versão anterior do Prona e do Neutro) também foi corrigida.
Continuo achando que esses modelos ainda não conseguem disputar o mercado com os tops de linha das marcas estrangeiras, mas deverão começar a dar trabalho daqui a algum tempo.
Já o Rio, o modelo de competição, me surpreendeu. Ele tem a construção muito boa e aparentemente (já que não foi testado pela revista) foi muito bem projetado, além de ser muito leve (202 g para o número 40, segundo a marca) e bastante flexível. É um modelo que lembra um tênis que a Olympikus fazia há anos atrás, que apesar de ser um pouco mais baixo, era adorado pelos corredores de performance, já que era bom, eficiente e barato. O único detalhe que estranhei é que o solado aparenta ter aplicações de borracha injetada (que é um pouco mais dura e mais leve) mas foi feito com borracha comum. O preço é convidativo: R$ 200. Cabe dizer que tênis de competição tem a vida útil menor do que os de treinamento.

SURPRESA. Um modelo da Olympikus que não estava na “gôndola” de tênis de corrida me chamou a atenção. O nome do tênis ficou perdido nos releases que recebi, mas como pode-se notar, ele é inspirado totalmente no Nike Free. Na foto percebe-se que ele é absolutamente flexível. A princípio ele foi feito para se usar em academias e não consigo avaliar se o solado vai durar caso se o tênis seja utilizado para correr.

SKETCHERS. Por falar em Nike Free, no stande da Sketchers encontrei também um modelo baseado nele – o Liv. A única diferença fica por conta do calcanhar, que tem um corte para que o corredor inicie a pisada pelo meio-pé. Essa tendência (de pisar com o médio-pé) também é presente no ProSpeed, outro modelo de corrida da marca, mais conhecida pelos tênis modelos que, em teoria, ajudam a tonificar a musculatura. Os dois devem estar nas lojas no mês que vem.
O negócio agora é esperar a próxima edição do Guia do Tênis da CR (outubro de 2011), que dará uma esmiuçada nesses tênis.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Hattori: o minimalista (de verdade) da Saucony

A Saucony, que já havia dado um importante passo em direção aos tênis minimalistas ao lançar o Kinvara, lançará no próximo mês, nos EUA, seu modelo mais adequado à corrida quase descalça: o Saucony Hattori.
Ele possue uma porção de características que o qualificam como tênis mínimo:
- Tem "Drop zero", ou seja, não há diferença de altura entre o calcanhar e a frente do pé
- É extremamente flexível
- Não tem suporte para o arco dos pés
- Quase ou nenhum amortecimento
- Tem forma larga para deixar o pé se movimentar livremente.
O Hattori pesa 187 gramas e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, por enquanto. O pessoal do BirthdayShoes.com recebeu um exemplar do tênis e fez uma filmagem para mostrá-lo.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Comprou um Five Fingers? Legal! Agora, vá com calma, por favor.

A leitura do Livro “Nascido para Correr”, do jornalista norte-americano Christopher McDougall (editora Globo, R$ 50; 383 pags.) fez com que várias pessoas, por todo o mundo, passassem a correr descalças ou com tênis diferentes do tradicionais (leia a matéria: “Correr descalço ou quase: uma tendência?”).
Embora seja um movimento ainda pequeno em relação ao enorme número de corredores “calçados”, já há um número considerável de corredores descalços (ou quase) em provas no exterior, como alguns leitores da revista têm nos relatado.
Agora que a rede de lojas Track &Field passou a vender os Vibram Five Fingers (ou VFF), muitos poderão matar sua curiosidade e correr com essa “luva” para os pés.
CAUTELA. No entanto, devo alertar a todos que querem experimentar os VFF, para sejam cautelosos. Como a técnica de corrida é diferente da que a maioria das pessoas estão acostumadas a usar, o estímulo neuro-muscular também é diferente. O maior desafio de correr com os Five Fingers é a postura correta da corrida e de ter paciencia com a transição.
TÉCNICA. Assim como quando corremos descalços deve-se primeiro pousar com o médio-pé para aí então, colocar o calcanhar no chão e prosseguir para a próxima passada. Tente realizar o primeiro contato com o chão logo abaixo do seu centro de gravidade, de forma com que seus joelhos fiquem ligeiramente flexionado durante esse estágio. Na transição, procure tirar os pés do chão, ao invés de se empurrar com os dedos dos pés. É algo parecido com o que nós todos fazemos quando ficamos correndo no mesmo lugar.
Dica: Eu recomendo correr pequenas distâncias, algo entre 100 a 200 metros completamente descalços para ver como nosso corpo se porta e observar como é natural não usar o calcanhar no primeiro estágio da pisada. Após ver como a técnica funciona, calce o VFF para uma primeira corrida-teste.
OUÇA O CORPO. Mais do que nunca a máxima de que devemos “ouvir o corpo" deve ser aplicada ao uso do VFF. Sua primeira corrida com o calçado não deve passar de 400 metros, com velocidade bem leve. No segundo dia deve-se avaliar como seu corpo reagiu e reavaliar a distância. Tente sempre observar sua postura e no caso de sentir dores, tente identificar sua origem. Em caso de dor nos tendões, principalmente no de aquiles, é caso de parar imediatamente e voltar a correr só no próximo dia. Às vezes é necessário conviver com algumas dores musculares no início, mas não abuse para não “pagar” no futuro.
CADÊNCIA. Para evitar que se fique "pulando" enquanto corre, o ideal é manter um número alto na cadência de passadas, pelo menos 180 passos por minuto (ou 90 por perna). Isso faz com que a corrida seja mais eficiente e econômica do ponto de vista de gasto energético. Para ficar mais fácil, conte os passos de apenas um de seus pés por 30 segundos, se der igual ou mais que 45, você está no caminho certo.
TRAVESSEIRO. Deve-se procurar correr da forma mais “leve” possível – como se tivesse correndo em cima de travesseiros. Quando o corredor atinge com perfeição a técnica “descalça”, o VFF não faz barulho, assim como quando corremos descalços. Lembre-se também de deixar os ombros sempre relaxados.
TRANSIÇÃO. Vá aumentando gradualmente a distância conforme perceber que sua musculatura está "em ordem". Esse período é de intensa obsevação de como suas panturrilha e tendões estão evoluindo com o novo estímulo. Não faça loucuras, como correr 10 km no primeiro dia, ou na segunda ou mesmo na terceira semana. Vá devagar, começando com pequenas distâncias, até se sentir seguro para aumentar cada vez mais um pouco. Lembre sempre de parar quando sentir dores mais fortes, agudas ou persistentes. O período de adaptação, até que se consiga correr na mesma velocidade e como o mesmo volume de quilometragem varia de pessoa para pessoa, mas pode chegar a 6 meses. Muitos especialistas em corrida descalças dizem para que o corredor espere pelo menos um ano para participar de forma competitiva de corridas.
LESÕES. Apesar de muitos defensores da corrida descalça falarem que tem menos lesões do que os corredores “calçados”, ninguém está imune a elas. As lesões mais comuns são fraturas no metatarso (por bater os pés com força demais no chão) e a “Dor no topo do pé” (uma espécie de pontada no peito do pé - eu já tive), que em geral é associada ao aumento de volume de quilometragem sem critérios ou paciência. Na maioria das vezes, os que se queixam de lesões são os corredores na fase de transição – é muito raro ouvir falar de corredores descalços mais experientes que tenham se lesionado por algum desses motivos.
BENEFÍCIOS PARA TODOS. Mesmo que você não queira largar o seus tênis de corrida, os VFF podem ser uma boa forma de fortalecer seus pés e estimular, de forma mais abrangente, a musculatura das pernas e dos pés. Faça a transição nos dias de treino leve, e de pequenas distâncias, como um trote de 6 km, por exemplo. Você pode substituir o tênis pelos VFF no último km e aumentar gradualmente até se sentir seguro para fazer o treino completo com eles.
Meu conselho para quem está começando com os VFF é simples: tenha calma e paciência, que os resultados virão com o tempo.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Corri a meia de SP...descalço
Faz pouco mais de um ano em que eu comecei a correr com aquela tal "luva" para os pés, o Vibram Five Fingers. Corri com dois modelos, o KSO e o Bikila. Depois veio o RunAmoc e comecei a sentir vontade de correr sem nada nos pés. E ontem, corri minha primeira prova absolutamente descalço.
Lógico que esse caminho teve alguns percalços. Apesar da musculatura já estar muito bem adaptada, a pele dos pés tem algumas particularidades. Todos nós corredores, quando corremos e sentimos alguma dor muscular, sabemos que ela é oriunda do exercício em si, e em geral, "corremos" por cima da dor e continuamos nosso caminho.
Para correr descalço, se você sente alguma dor na pele da sola do pé, em geral, significa que você ganhou uma bolha. Demorou algum tempo para que eu pudesse entender o momento em que eu deveria parar de correr imediatamente para evitar incômodos. A partir do momento em que passei a captar as mensagens de bolhas prenunciadas, evoluí rapidamente.
Ontem, na Meia de SP, corri ao lado do amigo Fausto Corteze, que faz parte do grupo de corredores de Jundiaí do qual faço parte - os Corredólatras. Havíamos combinado de correr em um ritmo bem conservador, de acordo com a planilha que nós dois estamos seguindo rumo à Maratona de Porto Alegre, dia 22 de maio,
Começamos bem devagar mesmo, e o primeiro km passamos com 6:10 min/km. Mas conseguimos imprimir um ritmo progressivo e terminamos a prova com 1h54.
Meus pés terminaram muito bem a prova. Os piores lugares para correr foram alguns trechos do Minhocão, em que o asfalto estava muito ruim - tipo choquito -, mas no geral, fiquei muito feliz por terminar com meus pés inteiros, apenas um pouco doloridos. O forte calor que marcou a prova só enquentou mesmo o asfalto no final da prova, mas era absolutamente suportável.
Vou correr a Maratona de Porto Alegre descalço? Sinceramente, eu não sei. Muita água vai passar embaixo da ponte, mas completar essa Meia me mostrou que pode ser viável.
Queria agradecer o amigo Erik Neves pela sugestão de levar minha huarache em uma pochete, caso os pés pedissem água, o que não foi necessário. Também preciso deixar meu muito obrigado ao Fausto pela companhia durante a prova. Se tivesse corrido sozinho, com certeza teria relaxado e não teria forçado na segunda parte, quando o calor passou a castigar.
BOM HUMOR. Durante a prova, alguns corredores curiosos vieram conversar comigo, perguntando se eu ia correr todo o percurso descalço, etc. Outros tiravam sarro como quando encontrei o Tomaz: "Que foi? Esqueceu o tênis?". O mais divertido mesmo foi quando faltavam cerca de 2 km para o final da prova e escutei alguém comentar: "Caramba, a gente vai 'perder' para aquele cara que tá descalço!"
Eu não sei quanto à vocês, mas eu só corro para ganhar de mim mesmo. :)
Lógico que esse caminho teve alguns percalços. Apesar da musculatura já estar muito bem adaptada, a pele dos pés tem algumas particularidades. Todos nós corredores, quando corremos e sentimos alguma dor muscular, sabemos que ela é oriunda do exercício em si, e em geral, "corremos" por cima da dor e continuamos nosso caminho.
Para correr descalço, se você sente alguma dor na pele da sola do pé, em geral, significa que você ganhou uma bolha. Demorou algum tempo para que eu pudesse entender o momento em que eu deveria parar de correr imediatamente para evitar incômodos. A partir do momento em que passei a captar as mensagens de bolhas prenunciadas, evoluí rapidamente.
Ontem, na Meia de SP, corri ao lado do amigo Fausto Corteze, que faz parte do grupo de corredores de Jundiaí do qual faço parte - os Corredólatras. Havíamos combinado de correr em um ritmo bem conservador, de acordo com a planilha que nós dois estamos seguindo rumo à Maratona de Porto Alegre, dia 22 de maio,
Começamos bem devagar mesmo, e o primeiro km passamos com 6:10 min/km. Mas conseguimos imprimir um ritmo progressivo e terminamos a prova com 1h54.
Meus pés terminaram muito bem a prova. Os piores lugares para correr foram alguns trechos do Minhocão, em que o asfalto estava muito ruim - tipo choquito -, mas no geral, fiquei muito feliz por terminar com meus pés inteiros, apenas um pouco doloridos. O forte calor que marcou a prova só enquentou mesmo o asfalto no final da prova, mas era absolutamente suportável.
Vou correr a Maratona de Porto Alegre descalço? Sinceramente, eu não sei. Muita água vai passar embaixo da ponte, mas completar essa Meia me mostrou que pode ser viável.
Queria agradecer o amigo Erik Neves pela sugestão de levar minha huarache em uma pochete, caso os pés pedissem água, o que não foi necessário. Também preciso deixar meu muito obrigado ao Fausto pela companhia durante a prova. Se tivesse corrido sozinho, com certeza teria relaxado e não teria forçado na segunda parte, quando o calor passou a castigar.
BOM HUMOR. Durante a prova, alguns corredores curiosos vieram conversar comigo, perguntando se eu ia correr todo o percurso descalço, etc. Outros tiravam sarro como quando encontrei o Tomaz: "Que foi? Esqueceu o tênis?". O mais divertido mesmo foi quando faltavam cerca de 2 km para o final da prova e escutei alguém comentar: "Caramba, a gente vai 'perder' para aquele cara que tá descalço!"
Eu não sei quanto à vocês, mas eu só corro para ganhar de mim mesmo. :)
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Correr descalço ou com um Newton?

Ontem, dia 8, compareci a uma palestra chamada “Join the Natural Running Revolution. Learn how to run faster, stronger, more efficiently, and with less injury” (“Faça parte da revolução da corrida natural. Aprenda como correr mais rápido, mais forte, com mais eficiencia e com menos lesões”) ministrada por Iam Adamson, que é diretor de Pesquisa e Ensino da Newton Running. O evento foi organizado pela Track & Field, que comercializada os tênis Newton desde novembro de 2010, conforme foi publicado neste blog (clique aqui para ler).
Se eu não soubesse de que o Newton é uma marca de tênis de corrida, acharia que a palestra era um grande incentivo para se correr descalço. Quando Adamson perfilou o histórico do uso de calçados pela humanidade e citou os estudos feitos em Harvard, pelo professor de Biologia Evolucionária Daniel Lieberman, ficou claro que a marca está perfilada a esse estilo de corrida, a tal “corrida natural”, em que a pisada começa pela parte da frente dos pés (não pelos dedos) e a postura de nosso corpo passa a ser mais ereta do que projetada para a frente, ou seja, como se estivéssemos correndo descalços. Falou também sobre o “problema” da elevação do calcanhar e do período de “breque” quando há o contato do calcanhar com o chão durante a pisada, que faz com que haja, supostamente, mais gasto energético quando corremos.
Os tênis da Newton são feitos de modo com que você não consiga começar a pisada com o calcanhar como nos tênis convencionais e para isso, lançam mão de uma espécie de salto na parte da frente do tênis. A impressão quando se calça o modelo é de que a parte da frente é mais alta do que a de trás, e quando corremos essa impressão muda. Eu recebi um Newton para experimentar e posteriormente falo o que achei.
Das coisas que Adamson falou, uma me chamou bastante a atenção. Ele disse que tem gente que usou o tênis por mais de 1.600 km (!). Se isso for realmente verdade será muito bom para os bolsos dos corredores, pois como se sabe, um tênis convencional de corrida dura cerca de 500 km, dependendo da marca, pois é quando o amortecimento deixaria de ser eficiente.
Mas vá devagar ao pote. Assim como correr descalço ou com os Vibram Five Fingers (aquela "luva" para os pés), é necessário um período de adaptação muscular que não ocorre de uma hora para outra. A dica é ir introduzindo o tênis no final dos treinos, ou naquele dia em que que a planilha manda você fazer um trote de 5 km.
De qualquer forma, os Newton serão testados para o Guia do Tênis da edição de abril da CR, aguardem!
No site da Track & Field há mais informações sobre os Newton (Clique aqui)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Five Fingers no Brasil, em março

Se você é um dos corredores que morria de vontade de experimentar correr "quase" descalço com aquela "luva para os pés" tão falada por aí - inclusive na própria Contra-Relógio (clique aqui para ler) -, pode preparar suas panturrilhas.
A empresa Davison Division começará a distribuir o Vibram Five Fingers no Brasil através das lojas da rede Track & Field, a partir de março.
A princípio, apenas os modelos KSO, Sprint e Classic estarão disponíveis, com preço entre R$ 289 e R$ 310 (segundo a assessoria de imprensa).
O modelo feito especificamente para os corredores, o Bikila, chegará às prateleiras em maio.
A Davison Division mantém uma página no Facebook e conta no Twitter para quem quiser obter mais informações.
Mais detalhes na edição de fevereiro da CR.
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