quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Mizuno vai trazer o Wave Universe de volta ao Brasil
No início do "movimento" minimalista, pelos idos de 2009, eu lia que muitos corredores estavam usando o Universe para competições, por causa do seu peso pena, pouquíssimo amortecimento para os padrões da época e flexibilidade. Eu lia e ficava apenas na esperança de vê-lo novamente nas prateleiras brazucas.
Na terça-feira, fui no show-room da Mizuno (em que tive a oportunidade de colocar o EVO Levitas no pé - um dos minimalistas que a marca japonesa lançará no Brasil em fevereiro - leia aqui) e tive uma grata surpresa: a edição 5 do Universe será lançada do Brasil! Tá bom, Sérgio, cadê a foto do novo Universe? Não tenho. É regra de show-room: não se pode fazer foto de nenhum produto. Às vezes não será aquela cor que estará na coleção, pode haver mudanças de última hora nos modelos, etc. Foi por isso que coloquei a foto do único Universe que foi vendido no Brasil...
Mas peguei o tênis na mão (o modelo era feminino 37) e ele é é incrível. O cabedal, com grafismos modernos, parece feito de até papel, de tão fino que ele é. Não levei meu paquímetro, mas se ele seguir os passos do quarta edição, deve ter 4 mm de drop, mas perdeu um pouco de peso e, segundo o pessoal da marca, o número 40 pesa apenas 89 gramas.
A única notícia ruim é que a previsão de chegada do modelo para o Brasil é setembro. Paciência! Vamos ter que esperar até lá.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Mizuno lança oficialmente seus modelos minimalistas, a linha EVO
Conforme eu já havia antecipado no blog Corredólatra (do site da revista Contra-Relógio) em novembro de 2012 (leia aqui), a Mizuno lança oficialmente, em fevereiro, a sua linha de tênis minimalistas conhecida como EVO.
O grande diferencial em relação aos modelos anteriores da marca foi que os designers desenharam os tênis do zero, ou seja, não usaram a plataforma Wave como ponto de partida, por exemplo, apesar da placa característica da marca estar presente em ambos modelos, o Cursoris (um pouco mais alto) e o Levitas (o que mais me interessa).
O importante é que os dois tem duas características muito importantes, ao meu ver. Ambos são drop zero e tem a forma larga.
Eu tive a oportunidade de calçar o Levitas e dar uns tiros de 50 metros com eles no Show Room da Mizuno e gostei muito. Em breve receberei um modelo de cada para testes exclusivos para o Corrida Natural.
Leia abaixo o release oficial do lançamento:
"Linha EVO da Mizuno eleva corrida a outro nível
Marca inova conceito de corrida com meio e frente do pé e apresenta os tênis Wave EVO Levitas e Wave EVO Cursoris
São Paulo (SP), janeiro de 2013 – Sempre à frente com as tecnologias mais avançadas, a Mizuno lança a linha EVO, com os primeiros calçados desenvolvidos com atenção a cada elemento importante para corredores com o meio e frente do pé. Tudo isso, sem abrir mão da leveza e proteção da placa Wave, que está estrategicamente posicionada apenas na região frontal do calçado (área de maior impacto).
Os tênis Wave EVO Levitas e Wave EVO Cursoris, que seguem a proposta da linha de garantir uma evolução na experiência de corrida, atendem a demanda de corredores que procuram performances mais naturais e movimentos mais dinâmicos.
“Buscamos nesta conexão do corredor com suas origens e natureza, a inspiração para desenvolver essa coleção”, conta Rodrigo Barreiros, gerente de calçados da Mizuno. “Assim, esta nova proposta com uma plataforma plana e minimalista com a proteção Wave é uma de nossas apostas para 2013”, completa.
Os dois tênis têm plataforma plana (0 milímetros de rampa, a diferença de altura entre o calcanhar e a frente do pé), ideal para maior extensão dos tendões e corridas com o meio/frente do pé, e contam com a área frontal mais larga para acomodar os dedos de maneira natural e permitir melhor uso da musculatura, garantindo maior estabilidade e força no movimento final da passada.
Wave Evo Cursoris
Desenvolvido para proporcionar uma base mais estável e com maior amortecimento (12mm de entressola) para o corredor buscando transição para uma pisada com o meio/frente do pé.
O design arrojado do Wave EVO Cursoris é inspirado no lagarto Eudibamo Cursoris, primeiro vertebrado bípede da Terra, existente há 290 milhões de anos.
Possui ilhós anatômico (diagonal) seguindo o formato natural dos pés. Sulcos horizontais de flexão no solado permitem liberdade dos movimentos dos dedos durante a passada.
Tudo isso pesando apenas 210g no tamanho 41 masculino e 175g, no modelo 37 feminino.
Preço sugerido: R$ 299,90.
Disponível nos tamanhos 34 ao 40 (feminino) e do 38 ao 48 (masculino).
Wave EVO Levitas
Desenvolvido com uma entressola mais fina o Wave EVO Levitas é indicado para corredores já adaptados a corrida com pisada com o meio/frente do pé.
Como seu próprio nome sugere, o Mizuno Wave EVO Levitas – “Leveza” em latim – é um dos tênis mais leves já apresentado pela marca, apenas 185g (modelo masculino, tamanho 41) e 150g (tamanho 37 do feminino). Inspirado nos ossos do pé, o calçado possui Placa Wave na região frontal para proteção na maior área de impacto
O cabedal feito com o Air Mesh proporciona maior conforto e ventilação, e a entressola com apenas 8mm oferece uma experiência única de flexibilidade com a proteção garantida pela Placa Wave.
Preço sugerido: R$ 299,90.
Disponível nos tamanhos 34 ao 40 (feminino) e do 38 ao 48 (masculino). "
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Você usa meias com o Vibram Five Fingers? Saiba como aumentar o feedback.
As meias de dedinhos passaram a ser a melhor solução para o meu caso e nunca mais tive machucados ou bolhas nos pés. Mas o problema com as meias é que elas acabam diminuindo a sensibilidade (ou o feedback) dos pés em relação ao solo. Parece besteira, mas não é. Quem consegue usar VFF sem meias, não se machuca e já tentou usar essas meias sabe do que eu estou falando.
Os "bolsos" para cada dedo tem uma tremenda desvantagem. Conforme você encaixa cada um deles no calçado, dá a impressão que os dedos estão "estufados", o que gera um certo desconforto, principalmente entre os dedos. Essa talvez tenha sido uma das razões de eu ter abandonado os VFF por um bom tempo.
DEDOS PARA FORA. Quando estava prestes a correr a Tribuna FM 10 km, em Santos, no ano passado, tive uma idéia: "E se eu cortasse a ponta dos dedos das meias?". Peguei uma tesoura, cortei a meia, coloquei no pé e calcei o VFF. A sensação era outra - é como se os dedos respirassem.
Desde então tenho feito o uso de meias cortadas ou o modelo da Toe Sox (foto) em que a meia já vem cortada nas pontas.
Experimente!
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Os primeiros 3.000 m abaixo de 4:00 min/km a gente nunca esquece!
A última vez que tinha feito os 3.000 m, tinha sido no início de agosto de 2012 e fiz 12:03 – meu melhor tempo até então. No teste, a gente tem que dar tudo o que tem no tanque de combustível e terminar esgotado. Só que dessa vez, quando conversamos, ele me disse que eu deveria encarar apenas como um treino forte.
Cheguei na pista e encontrei com o amigo Edvaldo, mais conhecido como Acerola, que é um sujeito muito, muito rápido (1h13 na Meia). Ele estava indo embora e me perguntou o que eu ia fazer. Expliquei e disse que o treino era pesado, mas não 100%. Nos despedimos e fui aquecer. Não passou 5 minutos e o Acerola aparece de novo na pista e me pergunta brincando: “Tudo bem se eu correr de tênis?”, aja visto que sempre faço meus treinos de qualidade descalço. Já fiz alguns testes e se calço qualquer coisa, por mais mínima que seja, perco de 1 a 2 segundos em uma volta de 400 m. Portanto a pedida na pista é sempre zero-calçado.
O Acerola disse que decidiu voltar para me ajudar no treino. Terminado o aquecimento e as acelerações, disse a ele: “Não puxe o ritmo, deixa ver o que eu consigo sem ajuda” e ele concordou. “Só vou te fazer companhia. Vou na raia 2”, completou.
Eram 8:45 da noite, quando apertei o cronometro do relógio novinho que a Fernanda Paradizo comprou para mim em Orlando e que o André tinha trazido, recém-chegado do Desafio do Pateta da Disney (aliás, obrigado aos dois!).
Na primeira passagem dos 200 m (mania de “pisteiro”), vi que estava no ritmo de 4:00 min/km (48 segundos). Fechamos o primeiro km com 3:59. O ritmo permaneceu constante e passamos pelo segundo km com 3:58.
Nos últimos 400 m começamos a puxar o ritmo e fechamos em 3:53 – 11:52.09 no total. Foi a primeira vez que fiz 3.000 m abaixo de 4:00 min/km e com o detalhe de estar correndo descalço.
Fiquei exultante com o resultado e com a melhora que venho sentindo desde a metade do ano passado, quando fiz as algumas mudanças na minha alimentação.
2013 promete!
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Clínica Corrida Natural no programa Fôlego 25
Desta vez o tema foi a Clínica de Corrida Natural que tenho ministrado.
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Sexta-feira sem limites: Correr descalço no gelo e só de shorts? Tem louco para tudo...
Apresento-lhes Wim Hof, o Homem-Gelo da série "Super-Humanos" do Discovery Channel, que tem Stan Lee (criador de personagens como o Quarteto Fantático, Thor, Hulk, Homem Aranha, X-Man, entre outros) como um de seus idealizadores.
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
ToPo Athletic mostra seus primeiros modelos
Os tênis tem quatro premissas básicas:
Dedão separado: baseado no Tabi shoe, ou naquelas sapatilhas ninja, ou mesmo na Zem. Segundo a marca, a separação "cria um ponto único de fixação com o antepé, oferecendo mais segurança e uma conexão maior com o calçado". Eu, pessoalmente, sou simpático à divisão apenas do dedão. Eu tenho uma Zem 360 e gosto muito dela, apesar de ter pouco feedback.
Forma larga: segundo o release oficial, a forma é larga para permitir que os dedos restantes (dedão fora, lembra?) se espalhem naturalmente, oferecendo conforto e controle para ótima performance". Ter a forma larga é realmente essencial para que os dedos se mexam livremente.
Tecidos soldados: ao contrário da Vibram e outros fabricantes de tênis minimalistas, que inexplicavelmente insistem em deixar algumas costuras à mostra, a Topo não cometerá essa erro. Não faz sentido oferecer uma experiência próxima ao descalço e ao mesmo tempo obrigar que se utilize meias para usar o calçado. Tecidos soldados (são colados à laser, portanto dispensam costuras) são usados por várias marcas de tênis esportivos como a Nike e são uma garantia contra o surgimento de bolhas e ferimentos gerados por fricção.
Drop zero: eles dizem que todos os modelos são drop zero pois não acham que "o tênis deva 'consertar' o jeito que você corre". Assino embaixo!
O preço dos modelos varia entre US$ 100 e US$ 130, que é o praticado entre as marcas tradicionais de tênis de corrida nos EUA.
O de corrida (que mais me interessa, obviamente), é chamado de RR (o da foto lá em cima), tem um esquema de amarração interessante: é feito por cabos de aço superfinos encobertos por nylon. Parece que você terá que girar aquele botão perto da ligueta para fazer o ajuste. Será que funciona? Bom, esse é o topo de linha da marca e custará os tais US$ 130
Os tênis serão expostos na Outdoor Retailer, em Salt Lake City, EUA, que começa no próximo dia 24 e só serão encontrados nas prateleiras americanas a partir de maio. É bem capaz que alguns dos blogueiros que eu acompanho estejam por lá em Salt Lake para acompanhar a OR e deveremos ter mais notícias sobre os ToPo até o final do mês.
Mais informações no site oficial, na blog da Wired, no RunBlogger e no Wear Tested, que inclusive entrevistou Tony Post.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Estudo mostra diferença de padrões de pisada entre quenianos. Isso muda alguma coisa?
No trabalho entitulado "Variation in Foot Strike Patterns during Running among Habitually Barefoot Populations" ("Variações de padrão de pisada durante a corrida entre populações habitualmente descalças", em tradução livre), os pesquisadores buscaram entender a evolução do padrão de pisada dos seres humanos e encontraram dados diferentes dos colhidos na pesquisa liderada pelo professor de Harvard Daniel Lieberman, no famoso estudo publicado na revista Nature, em 2010. Na ocasião, o padrão de pisada constatado era, em sua maioria, o antepé e foi feita com quenianos da tribo Kalejin (estimo que pelo menos 95% dos quenianos que disputam provas mundo afora são dessa etnia).
Na pesquisa, agora liderada pelo professor Kevin Hatala, da Universidade George Washington, quenianos da tribo Daasanach foram testados e para surpresa dos pesquisadores, nas velocidades baixas, o padrão de pisada preponderante era o retropé, ou o calcanhar.
Opa! Então está tudo errado? Lógico que não. Veja bem, os Daasanach não são uma tribo de corredores "por natureza". Digo, não há corredores entre eles. Na pesquisa de Harvard, os Kalejin corriam ao menos 20 km semanais e os Daasanach nem chegam nem perto disso. E veja bem, eles usavam o retropé, ou calcanhar, como queira, quando estavam em velocidades mais lentas (no alto, foto 1). O que aconteceu quando a velocidade era maior? A maioria optou pelo antepé (no alto, foto 2).
A grande diferença entre as duas pesquisa é que Liberman comparou pessoas que corriam habitualmente descalças e a pesquisa de Hatala é sobre corrida em populações descalças, o que é uma grande diferença.
Quando começamos a correr, descalços ou não, há um tempo para que nós possamos buscar o que é mais eficiente. A meu ver, os resultados da pesquisa foram precipitados ao dizer que o padrão de corrida entre as populações habitualmente descalças não é apenas o antepé.
Veja bem: tudo se baseia em cultura de corrida, adaptações musculares, entre outros. Para mim, nada mudou. Nem para os pesquisadores, que reconhecem que o uso do antepé na aterrisagem é mais eficiente e é isso o que realmente importa.
O que podemos constatar ao final, é que mesmo sendo "habitualmente" descalço, só quem é um "usuário" habitual de corrida descalça é que desenvolve o padrão "natural" de corrida, ou seja, iniciar a pisada com o antepé. O ideal seria que os pesquisadores colocassem os Dassanah para correr pelo menos uns 10 km semanais. Não tenho dúvida que o resultado seria diferente.
Voltando ao que eu disse há dois parágrafos atrás: ao dizer que o padrão de corrida entre as populações habitualmente descalças não é apenas o antepé, temos que entender que não é o antepé pois é necessário ser um corredor habitual para que isso ocorra.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Por que o Nike Free não é drop zero?
Terminado o treino, todos os atletas tiraram seus tênis/sapatilhas e foram para a parte interna da pista e fizeram o trote de desaquecimento descalços na grama.
Os consultores da Nike, que patrocinam o time de Stanford, perguntaram meio sem graça "O que acontece? Não mandamos tênis o suficiente para vocês?". A resposta de Vin Lananna foi mais ou menos o seguinte: "Não tenho como provar isso, mas eu acredito que quando meus atletas fazem isso, eles correm mais rápido e se lesionam menos". O consultores levaram essa conversa para os headquarters da Nike, que acabou criando o Free.
Aliás, esse história de atletas correrem descalços na grama após os treinos de qualidade é coisa muito antiga e tradicional entre a elite. Meu técnico, Wanderley de Oliveira me falou que todos faziam isso na Europa nos anos 1980. O fotógrafo Tião Moreira, que já foi um tremendo corredor, me falava que o técnico dele também mandava todo mundo tirar o tênis e correr descalço na grama para eliminar a energia "estática".
Mas então por que o Free nunca teve uma versão drop zero? Simples. Todos os estudos de biomecânica feitos para o desenvolvimento do tênis foram feitos com pessoas correndo descalças na grama. A grama é um terreno macio e ameniza o impacto causado pela pisada que começa pelo calcanhar. Portanto, quem usa o calcanhar para iniciar a pisada e corre descalço na grama, dificilmente muda esse padrão de pisada. Só para ser mais exato, drop zero é quando o tênis não tem diferença de altura entre o calcanhar e a frente dos tênis.
De qualquer forma o grau de dorsiflexão do tornozelo é menor, como se vê na foto, mas a pisada não começa com o antepé. (Leia a brochura completa da época de lançamento do Nike Free clicando aqui)

É por isso que não se cogitou tirar totalmente o salto do tênis. A única coisa que me intriga é por que os estudos não foram feitos com outras superfícies? De qualquer forma, o Free foi o primeiro tênis que foi feito pensando no funcionamento adequado do pé e foi feito à frente de seu tempo e quando foi lançado, em 2004, foi pouco compreendido. A própria Nike morria de medo que as pessoas se machucassem usando o tênis, tanto que recomendava que as pessoas o usasse apenas para fortalecer os pés e que não que fosse usado com muita frequência. Eu lembro que a caixa do Free vinha até com um plano de treinamento para que o uso do modelo fosse gradual.
O Free influenciou muitos minimalistas que vemos hoje em dia como as características de flexibilidade, segmentação do solado e forma larga. Até os modelos convencionais da Nike tem algo do dele.
A única coisa que não posso entender é o por que a Nike não dá um passo adiante nesse história de minimalismo e lança um Free drop zero. Penso aqui com os meus botões, que no momento em que ela fizer isso e usar a sua "fabulosa máquina de marketing", acho que a mesa vira de vez para o lado dos minimalistas de verdade. Isso se é que ela não anda preparando algo para o futuro. Será?
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Como foi a Clínica de Corrida Natural no Recife

A Clínica de Corrida Natural em Recife/Jaboatão dos Guararapes (PE) realizada no dia 5 de janeiro, foi tão legal quanto a de São Paulo, que rolou em dezembro, na loja Velocità Moema. Aproveitei que estava de férias por aqui para realizar o evento, que contou até com alguns familiares meus.
Dessa vez a Clínica foi dentro da Academia Benefit, de propriedade de Renato Maranhão, que disponibilizou uma sala de cerca de 100 m2 para a acomodação dos inscritos. Uma TV de 42 polegadas foi usada para a apresentação, que se mostrou uma alternativa muito positiva na impossibilidade do uso de um data-show.
Como na Clínica de SP, antes de começar a palestra filmei todos os participantes correndo na esteira para captar a maneira com a qual estão habituados. E então faço a apresentação dos conceitos de Corrida Natural e depois partimos para alguns exercícios educativos para acertar a postura e a cadência de passada do pessoal. Nesses momentos é sempre possível notar alguns características pessoais de cada um, como o grau de flexibilidade e consciência corporal, por exemplo.
Depois da experiência na Velocità, decidi realizar o trote de volta no quarteirão com todos descalços antes da filmagem pós-Clínica, o que se mostrou uma decisão muito acertada, pois todos já tinham ajustado melhor a pisada e tirado o receio de correr usando as solas dos pés.
Assim como em Sampa, um dos pontos altos foi a parte de esclarecimento de dúvidas, que foi muito proveitosa, com depoimentos, experiências pessoais e ótimas discussões sobre conceitos gerais de corrida, indústria de calçados etc .
Ainda nesta semana, coloco posto o vídeo com as filmagens pré e pós clínica. Veja as filmagens da Clínica de São Paulo clicando aqui e a de Palmas, Tocantins clicando aqui.
Ainda estou negociando a realização de mais Clínicas. Para saber quais serão as próximas, marque a página de PRÓXIMAS CLÍNICAS nos favoritos de seu navegador.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
A tal dor no topo do pé
O que é
É uma dor aguda na região conhecida como o peito do pé.
O que realmente é
Nem a Irene Davis, fisioterapeuta com especialização em biomecânica que trabalha em Harvard, sabe dizer ao certo o que acontece, mas temos o mesmo diagnóstico. Essa dor só acontece quando a musculatura instrínseca dos pés ainda não está fortalecida o suficiente para "aguentar" a técnica da corrida natural, ou seja, se você está fazendo mais quilometragem do que a musculatura dos pés está pronta para fazer, provavelmente terá essa dor. Ela também ocorre com mais frequência entre aqueles que estão se adaptando aos tênis minimalistas do que com os que estão começando a correr descalços.
Como evitar
Essa dor é conhecida no exterior como TOFP (Top of foot pain) e em geral acontece apenas na fase de transição. Eu mesmo tive essa dor quando estava iniciando. O problema mesmo é que ficamos tão empolgados com a nova técnica, que esquecemos que precisamos ter cautela. A musculatura precisa se adapatar aos novos estímulos e isso se aplica a qualquer esporte. Se você ficou anos sem jogar futebol e vai bater uma bolinha com os amigos no dia seguinte estará todo dolorido, não é mesmo? Tenha paciêcia para esperar seus pés ficarem prontos para corridas mais frequentes.
Como sarar
Quando comentei da TOFP com Christopher McDougall, autor de Nascidos para Correr, ele me disse que ela acontecia com quem tinha técnica ruim. Portanto, se você está sentindo a Dor no Topo do Pé, verifique se você está correndo com a cadência ideal, se sua postura está ereta e se você está correndo relaxado. Se for o caso, dimimua a quilometragem ou tire uns dias de descanso e volte a correr gradualmente. Mas se a dor estiver insuportável (espero que não seja o caso), procure ajuda profissional adequada.
Não é tão grave assim
Se você passou pela fase de transição sem sentir a TOFP, ela dificilmente acontecerá com você. E se aconteceu e você fez as correções na técnica, ela não voltará. Como disse no início, ela ocorre em geral quando a musculatura intrínseca dos pés está se adaptando (ou se fortalecendo) e uma vez que isso foi feito, difícilmente essa dor aparecerá.
Mantra
Assim como outros problemas que podem acontecer durante o período de adaptação ou mesmo se você estiver totalmente adaptado, tenha em mente um dos mantras mais importantes da corrida descalça: se está doendo, você está fazendo algo errrado. A corrida deve ser sempre prazerosa, divertida e não algo que cause dor. Afinal de contas, correr é o esporte mais natural que existe para para o ser humano. Lembre-se sempre disso.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
10 dicas de como preparar seus pés para a corrida natural

Estas dicas são bem básicas para quem pensa em fazer boas adaptações para os seus pés. Ainda assim, apesar de bem simples, em um primeiro momento acredito que são as ideais para as novas plasticidades cerebrais que estão em formação e de preferência, sempre com ótimas emoções, facilitando assim qualquer forma de aprendizagem.
1) Ande descalço pela casa
2) Vá à padaria, banca, mercado e outros sem carro e a pé;
3) Realize uma breve caminhada descalço como atividade prévia ou após a sua corrida;
4) Bata aquela bola com seu filho(a) com os pés no chão e estimule os baixinhos para fazer o mesmo;
5) Se possível for, no trabalho, fique diferente, digo, descalço (claro, se trabalha no MIT* fica fácil, se for num banco, complica);
6) Se estiver pelo litoral a areia da praia é tudo de bom. O maior cuidado é com a temperatura, pois se for se movimentar num horário quente, pode ser perigoso;
7) Se treina numa academia, digamos particular, é possível realizar treinos de equilíbrio, coordenação motora e porque não, trabalho de força com os pés in natura;
8) Durante seminários, congressos e afins, fique descalço, vá para a hora do café e diga "estou com calo", fiz isto e deu certo;
9) Na casa da sogra, mãe e amigos, não tenha grilo, fique e ande descalço e ainda fale: "é a ultima moda nos EUA" para justificar seu novo hábito;
10) Após estas 10 dicas, está pronto para dar aquela corridinha intercalando com caminhada. Vá devagar, sempre respeitando o principio da sobrecarga que significa sempre do mais fácil para o mais difícil.
*MIT: Massachusetts Institute of Technology