Ah! Para aqueles que acham que para correr descalço ou quase é necessário ser "biomecanicamente perfeito": vejam minhas lindas joanetes!
1) TREINOS DE QUALIDADE EM PISTA DE ATLETISMO: DESCALÇO.

Não tem jeito. Correr descalço na pista do Bolão, em Jundiaí, é imbatível para mim. Já corri com os Vibram Five Fingers, com huaraches e outros minimalistas. Quando descalço consigo me manter atento à técnica e não tenho dúvida que meus treinos são mais rápidos quando não tenho nada nos pés. Qualquer outro calçado eu sinto que perco aderência, a não ser que eu calce uma sapatilha, que é fora de cogitação para mim, dada a “estreiteza” desse tipo de calçado.
2) RODAGENS: DESCALÇO E HUARACHES.


Nas rodagens alternar o descalço com as sandálias me parecem a solução perfeita, principalmente depois da experiência de correr com o mais recente modelo das Lunas Sandals, com os ATS laces. O ajuste ficou mais fácil e o fato de não ter nenhum tipo de cabedal torna a experiência mais próxima do que seria o descalço – o pé inteiro respira. Por vezes, faço as rodagens sem as sandálias, dependendo do local onde estou treinando. O Parque do Ibirapuera, por exemplo, com o asfalto todo recapeado é um verdadeiro tapete para mim.
3) PROVAS: VIBRAM FIVE FINGERS KSO

Depois de ter problemas com o uso dos VFF, abandonei esses calçados por um bom tempo – devo ter ficado mais de um ano sem calçar um. Acontece que toda vez que usava os VFF, eu não conseguia correr corretamente. Quando dava por mim, estava aterrisando com o calcanhar ou tracionando demais para decolar. Então os VFF que eu tinha ficaram esquecidos no fundo do meu armário.
Eu até corri algumas provas descalço por experiência e gostei, mas achava que para competir, quando queremos dar tudo que temos, não dá para ficar se preocupando com a qualidade do asfalto da prova. Com as huaraches, minhas experiências não foram muito boas, pois sou daquele tipo de corredor que pega dois copos no posto de abastecimento. Bebo um e o outro vai para cima da cabeça para “arrefecer o motor”. Quando faço isso, a água desce até os pés e as sandálias ficavam “sambando” neles. Com o VivoBarefoot Ultra, que usei na Maratona de Porto Alegre, acontece a mesma coisa. Como o calçado é todo feito de EVA, não tem escape para a água, e meu pé também deu umas escorregadas durante a prova.
Foi então que decidi dar mais uma chance para os VFF. Na verdade até pensei em usá-los em PoA, mas desisti por ter feito poucos longos com eles. Devia ter usado. Meus recordes nos 10 km (43 min) e na Meia-Maratona (1h39) vieram com os VFF. Fiz um tempo muito bom também na Maratona Beto Carrero, em que corri pouco mais que 21.1 km. O que eu senti, como escrevi nesse post, é que agora, que minha técnica de corrida está melhor, não importa mais o que uso nos pés. Os VFF não “sambam” nos meus pés quando ficam encharcados de água, então acabam sendo perfeitos para a tarefa. O detalhe é que uso meias para correr com eles. São meias que também separam os dedos e preciso delas pois o VFF KSO que uso tem uma costuras que me machucam e elas solucionam esse problema.
No próximo domingo vou correr a Meia Internacional do Rio com os VFF e preciso comprovar para mim mesmo que o tempo que fiz no Beto Carrero é de verdade. A meia servirá como preparação para a Maratona de Buenos Aires, em outubro. Até lá, não farei mais experiências com os calçados em provas, pois como diz o título desse post – bati o martelo.