Até domingo retrasado, minhas únicas experiências em correr descalço em provas se resumiam a ter corrido a meia de São Paulo (Yescom) no início do ano em um ritmo para lá de conservador, e os últimos 7 km de duas das meias-maratonas Golden Four Asics (BH e SP).
Depois de ter melhorado minha técnica (leia aqui), perdi o "pudor" e experimentei correr mais duas provas sem nada nos pés.
A primeira delas foi a Volta da Pampulha no dia 4 de dezembro. Como passei dois dias trabalhando na entrega dos kits da corrida, o cansaço acabou dando as caras. Encaixei um ritmo entre o confortável e o forte e completei a prova em 1h33 - quase 20 minutos mais rápido que minha primeira participação na prova há cerca de 7 anos atrás - com tênis. Na Pampulha tive o privilégio de correr os últimos 10 km ao lado de Leonardo Liporati, que já corre sem tênis há 6 anos e já completou algumas maratonas dessa maneira. Também tivemos a companhia do Roger, mais um da turma descalça de Belo Horizonte.
A segunda experiência foi ontem na 2ª Corrida pela Gentileza, em Jundiaí. Foi a primeira vez que corri descalço "diretinho", com o Tomaz Lourenço costuma dizer. Corri focado o tempo todo e completei a prova em 45:30 (tempo corrigido, já que os 44:12 que meu relógio marcou não podem ser levados em consideração pois a própria organização admitiu que a prova estava mais curta devido a uma ingerência do controle de tráfego da cidade). Isso significa que já consigo correr descalço nas provas com o mesmo ritmo que eu corria com os tênis.
Nas duas provas os meus pés terminaram inteiros e alguns amigos e outros curiosos pediram para ver o meu pé após a prova e se surpreendiam pela sola do meu "tênis natural" estar absolutamente zerada, sem marcas ou bolhas. Confesso que até eu estava surpreso - sinal que estou indo no caminho certo.
Hoje já penso em ampliar minha experiência e, quem sabe, correr uma maratona descalço - coisa inimaginável para mim há 2 anos atrás quando fiz a transição para calçados minimalistas.
Só o tempo, o treinamento e, logicamente, meus pés, dirão se isso será possível.