Faz pouco mais de um ano em que eu comecei a correr com aquela tal "luva" para os pés, o Vibram Five Fingers. Corri com dois modelos, o KSO e o Bikila. Depois veio o RunAmoc e comecei a sentir vontade de correr sem nada nos pés. E ontem, corri minha primeira prova absolutamente descalço.
Lógico que esse caminho teve alguns percalços. Apesar da musculatura já estar muito bem adaptada, a pele dos pés tem algumas particularidades. Todos nós corredores, quando corremos e sentimos alguma dor muscular, sabemos que ela é oriunda do exercício em si, e em geral, "corremos" por cima da dor e continuamos nosso caminho.
Para correr descalço, se você sente alguma dor na pele da sola do pé, em geral, significa que você ganhou uma bolha. Demorou algum tempo para que eu pudesse entender o momento em que eu deveria parar de correr imediatamente para evitar incômodos. A partir do momento em que passei a captar as mensagens de bolhas prenunciadas, evoluí rapidamente.
Ontem, na Meia de SP, corri ao lado do amigo Fausto Corteze, que faz parte do grupo de corredores de Jundiaí do qual faço parte - os Corredólatras. Havíamos combinado de correr em um ritmo bem conservador, de acordo com a planilha que nós dois estamos seguindo rumo à Maratona de Porto Alegre, dia 22 de maio,
Começamos bem devagar mesmo, e o primeiro km passamos com 6:10 min/km. Mas conseguimos imprimir um ritmo progressivo e terminamos a prova com 1h54.
Meus pés terminaram muito bem a prova. Os piores lugares para correr foram alguns trechos do Minhocão, em que o asfalto estava muito ruim - tipo choquito -, mas no geral, fiquei muito feliz por terminar com meus pés inteiros, apenas um pouco doloridos. O forte calor que marcou a prova só enquentou mesmo o asfalto no final da prova, mas era absolutamente suportável.
Vou correr a Maratona de Porto Alegre descalço? Sinceramente, eu não sei. Muita água vai passar embaixo da ponte, mas completar essa Meia me mostrou que pode ser viável.
Queria agradecer o amigo Erik Neves pela sugestão de levar minha huarache em uma pochete, caso os pés pedissem água, o que não foi necessário. Também preciso deixar meu muito obrigado ao Fausto pela companhia durante a prova. Se tivesse corrido sozinho, com certeza teria relaxado e não teria forçado na segunda parte, quando o calor passou a castigar.
BOM HUMOR. Durante a prova, alguns corredores curiosos vieram conversar comigo, perguntando se eu ia correr todo o percurso descalço, etc. Outros tiravam sarro como quando encontrei o Tomaz: "Que foi? Esqueceu o tênis?". O mais divertido mesmo foi quando faltavam cerca de 2 km para o final da prova e escutei alguém comentar: "Caramba, a gente vai 'perder' para aquele cara que tá descalço!"
Eu não sei quanto à vocês, mas eu só corro para ganhar de mim mesmo. :)
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Correr descalço ou com um Newton?

Ontem, dia 8, compareci a uma palestra chamada “Join the Natural Running Revolution. Learn how to run faster, stronger, more efficiently, and with less injury” (“Faça parte da revolução da corrida natural. Aprenda como correr mais rápido, mais forte, com mais eficiencia e com menos lesões”) ministrada por Iam Adamson, que é diretor de Pesquisa e Ensino da Newton Running. O evento foi organizado pela Track & Field, que comercializada os tênis Newton desde novembro de 2010, conforme foi publicado neste blog (clique aqui para ler).
Se eu não soubesse de que o Newton é uma marca de tênis de corrida, acharia que a palestra era um grande incentivo para se correr descalço. Quando Adamson perfilou o histórico do uso de calçados pela humanidade e citou os estudos feitos em Harvard, pelo professor de Biologia Evolucionária Daniel Lieberman, ficou claro que a marca está perfilada a esse estilo de corrida, a tal “corrida natural”, em que a pisada começa pela parte da frente dos pés (não pelos dedos) e a postura de nosso corpo passa a ser mais ereta do que projetada para a frente, ou seja, como se estivéssemos correndo descalços. Falou também sobre o “problema” da elevação do calcanhar e do período de “breque” quando há o contato do calcanhar com o chão durante a pisada, que faz com que haja, supostamente, mais gasto energético quando corremos.
Os tênis da Newton são feitos de modo com que você não consiga começar a pisada com o calcanhar como nos tênis convencionais e para isso, lançam mão de uma espécie de salto na parte da frente do tênis. A impressão quando se calça o modelo é de que a parte da frente é mais alta do que a de trás, e quando corremos essa impressão muda. Eu recebi um Newton para experimentar e posteriormente falo o que achei.
Das coisas que Adamson falou, uma me chamou bastante a atenção. Ele disse que tem gente que usou o tênis por mais de 1.600 km (!). Se isso for realmente verdade será muito bom para os bolsos dos corredores, pois como se sabe, um tênis convencional de corrida dura cerca de 500 km, dependendo da marca, pois é quando o amortecimento deixaria de ser eficiente.
Mas vá devagar ao pote. Assim como correr descalço ou com os Vibram Five Fingers (aquela "luva" para os pés), é necessário um período de adaptação muscular que não ocorre de uma hora para outra. A dica é ir introduzindo o tênis no final dos treinos, ou naquele dia em que que a planilha manda você fazer um trote de 5 km.
De qualquer forma, os Newton serão testados para o Guia do Tênis da edição de abril da CR, aguardem!
No site da Track & Field há mais informações sobre os Newton (Clique aqui)
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